Cansaço. Como me cansa ouvir,
ler e falar dessas coisas. Mas vamos lá que a Sapucaí é longa. Antigamente,
acho que hoje em dia também, era comum os meninos medirem e compararem o
tamanho dos respectivos pintos (se der problema, leiam pipiu); quanto maior,
mais motivo de orgulho e razão para gozar a cara dos, digamos, menos
favorecidos. De repente, aqui em Roraima, nos dias atuais, vejo estarrecido que,
em vez de pintos, medem-se e se comparam rombos. Porque o rombo de fulano é
maior do que o de sicrano que, por sua vez, é só um pouco menor que o de
beltrano, rombo isso, rombo aquilo... Chega assusta!
É
melhor cair em tentação do que em exercício findo. Ora,
me poupem. Como diria uma amiga minha lá de Teresina, vão arrumar um bom
lavado. Quem disse a vocês, analistas juniores, que o povo está interessado em
rombo, seja de que tamanho for? Acham que o povo sabe lá o que é orçamento,
empenho, restos a pagar, exercício findo, enfim, essas alquimias sinistras e
misteriosas exclusivas de iniciados? E, se sabe, será que está interessado? Isso
não passa de prosopopeia flácida para apascentar bovinos e fazer a alegria de
jornalista sem assunto.
Com
mensalão e tudo. A grande massa não toma decisões eleitorais
pensando nisso – até porque há muito já decidiu que todo mundo calça quarenta. Tá
pouco se lixando para quem melhor equilibra o orçamento (A menos que seja
convencida, por uma massiva propaganda, de que esse equilíbrio é a razão de
benefícios lhe terem sido concedidos, como fizeram com maestria Aécio Neves, em
Minas, e Eduardo Campos, em Pernambuco). Eleição não é concurso de proposta.
Nem competição de equilíbrio orçamentário. Posso estar redondamente enganado,
como um rombo, mas acho que o povo tende a escolher quem melhor conseguir encarnar
a capacidade de tornar reais os seus sonhos e sua vontade de melhorar de vida,
nem que seja um pouquinho. Lula conseguiu. Duas vezes. Uma das quais com um
mensalão destamanho nas costas. Aquilo, sim, é que era um rombo! Deu para
entender?
A
volta das que não foram
Depois que o jovem repórter,
seu tratador, pegou uma boquinha no governo e parou de usá-las, as "pessoas que
não querem se identificar" reduziram sua presença nas páginas da Folha. Natural,
o jovem é que as alimentava, dava carinho e atenção. Ontem pelo menos duas
voltaram a dar as caras. Uma numa matéria, outra na seção de cartas. Aliás, por
falar em seção de cartas, impressiona a unidade de texto daquelas missivas.
Todas parecem ter sido escritas pela mesma pessoa. Igualzinho às matérias da
VEJA. Como diriam lá na minha terra: coincidência da bixiga!
Questão de estilo
Aqui em
Roraima parece que só conseguimos fazer oposição no mais puro estilo âncora:
pesada, pra baixo e imobilizadora.
Um é pouco, três já é pensar que a gente é besta.
O PT anda numa
seca de boas novas. Deve estar se sentindo no meio de um livro de
trigonometria: problemas por todo lado. Nesse ambiente hostil, o Jornal Valor Econômico traz um alento, algo que pode soar
como boa notícia e dar uma injeção de ânimo nos companheiros combalidos. Está
lá que, após o governo federal passar os dois últimos anos revendo contratos
das obras da transposição do São Francisco, há tempos paralisadas, destruídas e
tomadas pelo mato, o PAC 3 deverá trazer dois novos canais, um em direção à
Bahia; outro, em direção ao Piauí. Só não se consegue entender qual é a boa
notícia: se já era difícil explicar um canal abandonado, explicar mais dois,
então, vai ser uma tarefa para Hércules nenhum botar defeito. Sai dessa, João
Santana.
IncomPeTência se escreve
assim.
Muitos foram na onda megalômana
de Lula. Festejaram o trem-bala, que daria o retoque final no Brasil grande. E celebraram
eufóricos quando o Brasil foi o escolhido para realizar a Copa de 2014, achando
que seria uma incrível oportunidade de “vender” nosso país lá fora. Esqueceram
que era o PT no poder, e que ser vitrine tem também seus riscos: acabamos por
mostrar o nosso lado ruim, a incompetência do governo do PT, a roubalheira, a
revolta popular. Também, o que esperar quando estamos a 30 dias da Copa e,
segundo a Folha de São Paulo, http://migre.me/jaI73 o governo só
cumpriu 41% das obras de infraestrutura?
Igualzinho
a Mantega, né não?
Tá la na Folha (De
São Paulo, logicamente):
o ex-secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, teria sugerido o nome
de Armínio Fraga a Obama, como potencial candidato para presidir o Federal
Reserve, o banco central mais poderoso do mundo. Geithner chama Armínio de
“confiável e competente” e de “líder notável” em seu livro de memórias lançado
ontem.
O
ex-secretário do Tesouro americano ficou muito impressionado com a habilidade
de Armínio, especialmente ao administrar a crise financeira. Como Armínio Fraga
também possui cidadania americana, seu nome foi indicado por Geithner como
potencial candidato ao Fed. Precisa comentar?
Reflexões
do Coronel Sincero Dias
“Oito
anos sem beber do leite e do mel que escorrem das gordas tetas do governo. Oito
anos sem uma gota d’água. Estão morrendo de sede e vão fazer de tudo para
saciá-la. Se conseguirem chegar lá, em hordas ansiosas e sedentas, vão invadir o
oásis, beber até se fartar, baldear a água e torna-la insalubre e lamacenta.
Será que, depois de beberem feito retirantes, vai sobrar água, tempo, dinheiro
e juízo para fazer alguma coisa pelo Estado que não seja trazê-lo de volta à
era da pedra polida? Acho difícil”.
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