Especula daqui, analisa
dali, chuta d’acolá, delira, divaga, viaja na maionese... É tempo dos
analistas. E quem não é? É hora de acelerar as adivinhações que sexta feira
está chegando e Sua Excelência, o fato, impor-se-á, como sempre, aliás,
desmanchando teorias tão sólidas quanto castelos de areia, tirando o doce da
boca de uns, botando o fel na boca de outros, enfim, separando o que é apenas vontade
do que é real. E os homens dos meninos. Está tão exagerada a coisa que, de
sábado pra cá, só sobre Neudo ouvi ou li umas três teorias. Todas sustentadas
por juras de pés juntos que a informação provinha de fonte unha e carne com o
homem, no mínimo amigo de infância ou antigo carregador de mala (no bom
sentido, é claro).
Um me disse ao pé d’ouvido
que Neudo vai ser, sim, candidato a governador e não abre nem para um trem
carregado de dinamite com um maquinista fumando um enorme charuto em cima.
Olhou prum lado, olhou pro outro, conferiu a confidencialidade do ambiente e
lascou: há uma jurisprudência aí que permite quem tem ficha destamanho
candidatar-se até a papa; e ademais o povo de Roraima não está ligando pra isso
e coisa e loisa.
Um concorrente proclama pelas
ondas sonoras que o homem é candidato a candidato a senador na chapa da
oposição, junto com Mozarildo, mas que não vai conseguir a vaga, porque ele tá
com tudo armado e forte que nem uma garrafa de Biotônico Fontoura. Outro, que o
supracitado vai ser Vice de Ângela, e que depois disso não tem pra ninguém.
Neudo? Vice de Ângela? Braços dados com Flamarion? Sei não, essa tá mais
difícil de engolir que Limonada Purgativa. Um terceiro, aparentemente mais
articulado, veio direto de uma conversa com a família do homem para dizer que
seu destino são os braços de Chico, onde tem consolo, abrigo e força para
enfrentar os percalços que a vida pregressa lhe reserva mais adiante. Quem
planta colhe.
Tudo é plausível. Tudo é
possível. Pouco é provável. Noite passada, por exemplo, lá estava Neudo na
Televisão. Com cara lisa de tô nem aí, bronzeado, parecendo ter feito uma
sessão de pohtoshop, otimista que nem aquele cara que pulou do trigésimo andar
e, ao passar pelo oitavo, achou que até ali tudo ia muito bem. Pelo sorriso,
boa coisa não está aprontando. Vá saber...
É por isso que eu, de minha
parte, prefiro guardar minhas teclas pra fazer poemas concretistas e a boca
para comer minha farinha, pouca e bichada. Só acho que é melhor aguardar, hoje
ainda é terça feira. E, como diria o ingênuo e inexperiente Marco Maciel, pode
acontecer tudo, inclusive nada.
Estratégia
da briga de baile
Que as oposições – são
tantas e tão desunidas! – estão sem discurso propositivo, ninguém pode negar.
Na falta dele, vamos de pancadaria geral, que numa boa briga de baile todo
mundo bate em todo mundo e quem sobrar de pé ganha. Cheio de curativos, mas
ganha. O segredo é não cair, haja o que houver, porque quem cai apanha mais,
até daquela velhinha que passou a festa toda vigiando as sobrinhas. Mas uma boa
briga não se faz assim ao acaso, escolhendo-se o adversário aletoriamente e
batendo no primeiro que passar pela frente. Nada disso, a coisa é organizada.
Tem que ter um começo, uma causa, uma vítima em quem descarregar. E gerar o
caos.
Conscientes disso, e só lhes
restando atirar pra todo lado, as oposições já escolheram sua vítima: Anchieta.
Quem melhor que um ex-governador cheirando a tinta fresca para ser o
repositório de todas as queixas, de todos os recalques? Se chover, culpa de
Anchieta. Se não chover, também. Revisitando o ditado, pensam que o pau que
bate em Anchieta bate em Francisco. Mas não bate. Por mais que pensem o
contrário, não é batendo em Anchieta que desconstroem o governo de Chico. Em
pouco mais de um mês, Chico já está conseguindo fazer o seu governo, do seu
jeito, imprimindo a sua marca e projetando para futuro uma imagem em que se
pode ancorar algum tipo de esperança. É melhor encontrar outra estratégia que
não seja tentar intrigar para dividi-los. Estão imunes a fofocas. Ou deveriam,
escaldados que estão. Não deu nem vai dar certo inventar beicinhos e amuos por
mesquinharias. Captaram a mensagem, poderosas parabólicas movidas a válvula?
Já Anchieta tem discurso
coerente, tem obras em pedra e cal para respaldar sua opção por privilegiar a
construção da infraestrutura. Os seus adversários tem o quê? Só pedras. E pedra
por pedra, do jeito que todo mundo tem telhado de vidro, melhor não atirar a
primeira. Vai que tem gente com o telhado muito mais frágil. Vai que o pessoal
do governo sabe disso e tem mais e maiores pedras e pontaria mais calibrada.
Tudo indica que tem. Quem se arrisca?
Não
é o resultado do jogo do bicho.
Falar em telhado de vidro, em Brasília só se fala na
lista. É lista pra lá, lista pra cá. Fulano está na lista beltrano também, quem
diria. Mas ninguém consegue ou tem coragem de esclarecer que lista é essa.
Mistério, muito mistério. Mas que há um certo pânico pairando no ar, lá isso
há. Tomemos água de flor de laranjeira e aguardemos.
Caneladas
ao léu
Falando sério: em todos
esses anos, vocês já viram Telmário fazer uma proposição, ter uma ideia, lançar
um programa, um projeto, uma plataforma? Não? Pois é. Só se ouve o homem
acusar, denunciar, vociferar, deblaterar, panfletar, chamar todo mundo de
ladrão e todo governo de equivocado, desde que ele não esteja dentro, claro.
Perdeu não sei quantas eleições, mas não muda de estratégia, se é que aquilo se
pode chamar de estratégia. Um megafone a serviço do recalque.
Pior é que se acha a verdade
e a luz, proclama que por ele, e só por ele (tá bom, pode ser por Mozarildo
também, mas que coisa!), passa o caminho da salvação. Lembra muito aqueles
zagueiros força-bruta, tipo armário, que, antes do jogo, erguem as mãos pro céu
e pedem compungidos a Deus para acertar mais botinadas do que os adversários. Uns santos.
Melhor o outro
E lá vem Rui Falcão, o
presidente do PT que deu um quase golpe no volta Lula e lançou logo a Dilma como
candidata, jogando parte do partido nos braços de Eduardo Campos. Um gênio. Vem,
com aquela cara de ex-alcoólatra que caiu em tentação e perdeu o rumo de casa,
dar consistência ideológica à candidatura de Ângela. Do jeito que o povo desse
estado quer mais é que o PT se exploda, por conta do atrapalho de vida que são
Nagib Lima, INCRA, FUNAI e IBAMA, em vez de reforço ideológico era melhor
trazer um reforço financeiro. E nada melhor do que o companheiro André Vargas
para providenciá-lo, né não? Afinal de contas, ele e a companheira Ângela são
assim, ó, unha e carne. E o homem parece estar com a bufunfa. Ou com os
contatos.
Para
alguma coisa ele serve
Agora, uma coisa não se pode
negar: se a estratégia eleitoral do pessoal do PT vai ser bater no varejo e no
atacado – é o que lhes resta -, Rui Falcão é o homem certo no lugar certo. É
craque em discurso arrasa-quarteirão. Só respeita a mãe lá dele, o resto ele
tasca. Tem até um grupo de militontos preparados, orientados e municiados para
destruir reputações e passar gato por lebre nas redes sociais. Agora deu de
investir pesado contra Joaquim Barbosa por estar... cumprindo a lei, vejam que
coisa. A lei diz que um condenado só pode sair para trabalhar depois de
cumpridos 1/6 da pena. Zé Dirceu não cumpriu. Barbosa botou as coisas no seu
devido lugar e o impediu de trabalhar. Rui Falcão já tratou de usar a mídia
para chamar o Ministro de arbitrário. E os mlitontos do PT estão coalhando as
redes sociais de acusações e ameaças de todo tipo contra Joaquim Barbosa. Segundo
relata a VEJA, até de dar-lhe um tiro na cabeça já ameaçaram. Uns democratas.
Dia
da liberdade
Olhaí, pessoal da Folha de
Boa Vista: hoje comemoramos o dia da libertação dos escravos, não da liberdade
de pisotear a ética jornalística e escrever o que lhes der na telha, sem
qualquer compromisso com a verdade, para botar abaixo a reputação de quem não
lhes dá as tetas. Como diria o grande Mão Santa, atentai bem!
E se
tem adversário?
Lembrei agora de uma antiga
estória, contada pelo genial Stanislaw Ponte Preta, de um concurso para
escolher primeiros-violinistas para a Sinfônica do Rio. Eram três vagas. Só um candidato concorreu.
E foi classificado. Mas em terceiro lugar. É o caso da novela da eleição para
presidente da FECOMÉRCIO. Um só candidato concorrendo. E perdendo para ele
mesmo.
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