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terça-feira, 13 de maio de 2014

Advinha quem vem para a eleição.


Especula daqui, analisa dali, chuta d’acolá, delira, divaga, viaja na maionese... É tempo dos analistas. E quem não é? É hora de acelerar as adivinhações que sexta feira está chegando e Sua Excelência, o fato, impor-se-á, como sempre, aliás, desmanchando teorias tão sólidas quanto castelos de areia, tirando o doce da boca de uns, botando o fel na boca de outros, enfim, separando o que é apenas vontade do que é real. E os homens dos meninos. Está tão exagerada a coisa que, de sábado pra cá, só sobre Neudo ouvi ou li umas três teorias. Todas sustentadas por juras de pés juntos que a informação provinha de fonte unha e carne com o homem, no mínimo amigo de infância ou antigo carregador de mala (no bom sentido, é claro).
Um me disse ao pé d’ouvido que Neudo vai ser, sim, candidato a governador e não abre nem para um trem carregado de dinamite com um maquinista fumando um enorme charuto em cima. Olhou prum lado, olhou pro outro, conferiu a confidencialidade do ambiente e lascou: há uma jurisprudência aí que permite quem tem ficha destamanho candidatar-se até a papa; e ademais o povo de Roraima não está ligando pra isso e coisa e loisa.
Um concorrente proclama pelas ondas sonoras que o homem é candidato a candidato a senador na chapa da oposição, junto com Mozarildo, mas que não vai conseguir a vaga, porque ele tá com tudo armado e forte que nem uma garrafa de Biotônico Fontoura. Outro, que o supracitado vai ser Vice de Ângela, e que depois disso não tem pra ninguém. Neudo? Vice de Ângela? Braços dados com Flamarion? Sei não, essa tá mais difícil de engolir que Limonada Purgativa. Um terceiro, aparentemente mais articulado, veio direto de uma conversa com a família do homem para dizer que seu destino são os braços de Chico, onde tem consolo, abrigo e força para enfrentar os percalços que a vida pregressa lhe reserva mais adiante. Quem planta colhe.
Tudo é plausível. Tudo é possível. Pouco é provável. Noite passada, por exemplo, lá estava Neudo na Televisão. Com cara lisa de tô nem aí, bronzeado, parecendo ter feito uma sessão de pohtoshop, otimista que nem aquele cara que pulou do trigésimo andar e, ao passar pelo oitavo, achou que até ali tudo ia muito bem. Pelo sorriso, boa coisa não está aprontando. Vá saber...
É por isso que eu, de minha parte, prefiro guardar minhas teclas pra fazer poemas concretistas e a boca para comer minha farinha, pouca e bichada. Só acho que é melhor aguardar, hoje ainda é terça feira. E, como diria o ingênuo e inexperiente Marco Maciel, pode acontecer tudo, inclusive nada.

Estratégia da briga de baile

Que as oposições – são tantas e tão desunidas! – estão sem discurso propositivo, ninguém pode negar. Na falta dele, vamos de pancadaria geral, que numa boa briga de baile todo mundo bate em todo mundo e quem sobrar de pé ganha. Cheio de curativos, mas ganha. O segredo é não cair, haja o que houver, porque quem cai apanha mais, até daquela velhinha que passou a festa toda vigiando as sobrinhas. Mas uma boa briga não se faz assim ao acaso, escolhendo-se o adversário aletoriamente e batendo no primeiro que passar pela frente. Nada disso, a coisa é organizada. Tem que ter um começo, uma causa, uma vítima em quem descarregar. E gerar o caos.
Conscientes disso, e só lhes restando atirar pra todo lado, as oposições já escolheram sua vítima: Anchieta. Quem melhor que um ex-governador cheirando a tinta fresca para ser o repositório de todas as queixas, de todos os recalques? Se chover, culpa de Anchieta. Se não chover, também. Revisitando o ditado, pensam que o pau que bate em Anchieta bate em Francisco. Mas não bate. Por mais que pensem o contrário, não é batendo em Anchieta que desconstroem o governo de Chico. Em pouco mais de um mês, Chico já está conseguindo fazer o seu governo, do seu jeito, imprimindo a sua marca e projetando para futuro uma imagem em que se pode ancorar algum tipo de esperança. É melhor encontrar outra estratégia que não seja tentar intrigar para dividi-los. Estão imunes a fofocas. Ou deveriam, escaldados que estão. Não deu nem vai dar certo inventar beicinhos e amuos por mesquinharias. Captaram a mensagem, poderosas parabólicas movidas a válvula?
Já Anchieta tem discurso coerente, tem obras em pedra e cal para respaldar sua opção por privilegiar a construção da infraestrutura. Os seus adversários tem o quê? Só pedras. E pedra por pedra, do jeito que todo mundo tem telhado de vidro, melhor não atirar a primeira. Vai que tem gente com o telhado muito mais frágil. Vai que o pessoal do governo sabe disso e tem mais e maiores pedras e pontaria mais calibrada. Tudo indica que tem. Quem se arrisca?

Não é o resultado do jogo do bicho.

Falar em telhado de vidro, em Brasília só se fala na lista. É lista pra lá, lista pra cá. Fulano está na lista beltrano também, quem diria. Mas ninguém consegue ou tem coragem de esclarecer que lista é essa. Mistério, muito mistério. Mas que há um certo pânico pairando no ar, lá isso há. Tomemos água de flor de laranjeira e aguardemos.


Caneladas ao léu

Falando sério: em todos esses anos, vocês já viram Telmário fazer uma proposição, ter uma ideia, lançar um programa, um projeto, uma plataforma? Não? Pois é. Só se ouve o homem acusar, denunciar, vociferar, deblaterar, panfletar, chamar todo mundo de ladrão e todo governo de equivocado, desde que ele não esteja dentro, claro. Perdeu não sei quantas eleições, mas não muda de estratégia, se é que aquilo se pode chamar de estratégia. Um megafone a serviço do recalque.
Pior é que se acha a verdade e a luz, proclama que por ele, e só por ele (tá bom, pode ser por Mozarildo também, mas que coisa!), passa o caminho da salvação. Lembra muito aqueles zagueiros força-bruta, tipo armário, que, antes do jogo, erguem as mãos pro céu e pedem compungidos a Deus para acertar mais botinadas  do que os adversários. Uns santos.

Melhor o outro

E lá vem Rui Falcão, o presidente do PT que deu um quase golpe no volta Lula e lançou logo a Dilma como candidata, jogando parte do partido nos braços de Eduardo Campos. Um gênio. Vem, com aquela cara de ex-alcoólatra que caiu em tentação e perdeu o rumo de casa, dar consistência ideológica à candidatura de Ângela. Do jeito que o povo desse estado quer mais é que o PT se exploda, por conta do atrapalho de vida que são Nagib Lima, INCRA, FUNAI e IBAMA, em vez de reforço ideológico era melhor trazer um reforço financeiro. E nada melhor do que o companheiro André Vargas para providenciá-lo, né não? Afinal de contas, ele e a companheira Ângela são assim, ó, unha e carne. E o homem parece estar com a bufunfa. Ou com os contatos.

Para alguma coisa ele serve

Agora, uma coisa não se pode negar: se a estratégia eleitoral do pessoal do PT vai ser bater no varejo e no atacado – é o que lhes resta -, Rui Falcão é o homem certo no lugar certo. É craque em discurso arrasa-quarteirão. Só respeita a mãe lá dele, o resto ele tasca. Tem até um grupo de militontos preparados, orientados e municiados para destruir reputações e passar gato por lebre nas redes sociais. Agora deu de investir pesado contra Joaquim Barbosa por estar... cumprindo a lei, vejam que coisa. A lei diz que um condenado só pode sair para trabalhar depois de cumpridos 1/6 da pena. Zé Dirceu não cumpriu. Barbosa botou as coisas no seu devido lugar e o impediu de trabalhar. Rui Falcão já tratou de usar a mídia para chamar o Ministro de arbitrário. E os mlitontos do PT estão coalhando as redes sociais de acusações e ameaças de todo tipo contra Joaquim Barbosa. Segundo relata a VEJA, até de dar-lhe um tiro na cabeça já ameaçaram. Uns democratas.

Dia da liberdade

Olhaí, pessoal da Folha de Boa Vista: hoje comemoramos o dia da libertação dos escravos, não da liberdade de pisotear a ética jornalística e escrever o que lhes der na telha, sem qualquer compromisso com a verdade, para botar abaixo a reputação de quem não lhes dá as tetas. Como diria o grande Mão Santa, atentai bem!

E se tem adversário?


Lembrei agora de uma antiga estória, contada pelo genial Stanislaw Ponte Preta, de um concurso para escolher primeiros-violinistas para a Sinfônica do Rio. Eram três vagas. Só um candidato concorreu. E foi classificado. Mas em terceiro lugar. É o caso da novela da eleição para presidente da FECOMÉRCIO. Um só candidato concorrendo. E perdendo para ele mesmo.

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