Não sou de apostar. Principalmente em disputas que
envolvam a participação de seres vivos, como brigas de galos, canários ou
cachorros, corridas de cavalo, luta de boxe etc. Tenho certeza de que a
Senadora Ângela também não. Além do mais, o assunto aqui é grave ao ponto de
não permitir qualquer brincadeira. Mas quero lançar um desafio a todos os que,
como ela, votaram contra a redução da maioridade penal. Se não houver registro,
por câmera de segurança, celular ou o que seja, das exatas pessoas que jogaram,
da arquibancada, aqueles vasos sanitários que mataram o torcedor no estádio do
Arruda, em Pernambuco, aposto que os responsáveis serão menores de idade. Ou um
menor de idade assumirá a culpa. Quer apostar, Senadora Ângela? Quer apostar
que será igualzinho ao caso do menor que assumiu sozinho a culpa pelos corintianos
que lançaram aquele sinalizador que matou o rapaz na Bolívia?
Nesse caso de Pernambuco, o grupo de culpados (Convenhamos
que aquilo não foi uma ação de um ou dois marginais!) vai ser facilmente descoberto
pela Inteligência da Polícia Pernambucana, até porque alguém sempre fala. Ainda
mais num caso desses: ninguém arranca e carrega dois vasos sanitários
arquibancada acima sem que ninguém veja. Só que entre eles vão estar dois ou
três menores (Se todos não o forem). E esses menores vão assumir a culpa. Quer
apostar, Senadora Ângela? Quer apostar que, enquanto persistir a certeza da
impunidade, os menores continuarão a cometer crimes ou assumir a culpa por
eles, numa escalada ascendente, Senadora Ângela? Eu quero. Aposta com quase cem
por cento de chance de ganhar é comigo mesmo.
Perguntar é democrático
Já pensaram se aquele vaso sanitário, em vez de um
torcedor, atinge um policial? Será que a comoção e a repercussão seriam tão
grandes? Será que a Regina Casé ia fazer um programa inteiro lamentando sua
morte? Pense nisso.
É ou não é abandono de incapaz?
O Jornal de Roraima de hoje estampa, de canto a
canto na metade da primeira página, uma foto que provoca um misto de pena e
vergonha. Uma mulher e uma criança da etnia ianomâmi comem melancia na Feira do
Produtor. A mulher segura a melancia para comer. O menino come o fruto direto
do chão. Imagem nenhuma seria capaz de retratar tão bem o termo abandono. Foi
para esse povo que se deu tanta terra? Foi para esse povo que recentemente se
desocupou mas duas fazendas produtivas no Amajari? Se foi para eles, se foi em
nome da manutenção de sua cultura e de seus costumes, por que não estão eles
livres, leves e soltos, correndo pelas matas, plantando mandioca, fazendo
beijus, trançando palha, caçando e pescando? Por que estão ali, sem pai nem
mãe, expondo suas mazelas à visitação pública e vivendo da caridade dos
feirantes?
No tempo em que fui Superintendente-Geral da Funai,
éramos considerados tutores dos índios, responsáveis por seu bem estar e por
protegê-los do contato com brancos que pudessem violentar sua cultura ou se
aproveitar de sua ingenuidade. Não sei se a legislação mudou, mas tenho quase
certeza de que a FUNAI continua a ser tutora dos índios. Se é tutora, faz as
vezes de pai e mãe. E, como pai e mãe, é responsável por aqueles seres largados
à própria sorte, não é verdade?
Então, cabe a pergunta aos diligentes procuradores
do Ministério Público. Se os índios são considerados incapazes aos olhos da
Lei, aquela situação configura ou não configura abandono de incapaz? Não
precisa responder. Basta agir. Com age sempre que alguém alega que a cultura
dos índios está sendo ameaçada.
Mas logo na véspera da Copa?!
Diz um amigo meu que esse pessoal do governo do PT
ou leu de ponta cabeça todos os manuais das artes e das manhas do bem governar ou
leu o livro de Maquiavel em edição pirata, faltando várias páginas. Porque, na
tentativa de equilibrar ações que, ao mesmo tempo, ajeitem as finanças
comprometidas pelo crescimento do gasto público e tenham apelo eleitoral, só
estão dando tiro no pé. Só para dar um exemplo, a menos de quarenta dias da
Copa, aumentaram a alíquota do imposto que incide sobre a cervejinha nossa da
cada dia, e cada jogo. Ou seja, sua cervejinha vai estar mais cara. Mas logo a
cervejinha?! Devem ter pesquisas secretas que indicam crescimento da
popularidade da Doutora Dilma. Só pode ser isso.
Tá feia a coisa
Não bastassem os pátios das montadoras lotados de
veículos, a inflação correndo solta nos gêneros de primeira necessidade, taxa
de crescimento ridícula, estradas em ruínas, entre outras barbaridades do tipo,
notícia alarmante nos dá conta de que, em Minas, subiu o preço do
pão-de-queijo, que já está difícil de encontrar em alguns estabelecimentos
mineiros. Do jeito que nossa economia está sendo administrada, só falta subir o
preço do yogurt, símbolo por excelência da ascensão social causada pela
estabilização da moeda. Aí lascou de vez.
Trabalhar pra quê?
Agora a baixa taxa de desemprego está explicada. Ela
é calculada entre as pessoas que estão no mercado de trabalho, ou seja,
empregadas ou procurando emprego. Mas o IBGE nos dá conta de que quase
dezessete milhões de pessoas não trabalham nem querem trabalhar de jeito
nenhum. Que há correlação, não resta a menor duvida, mas não se pode afirmar
que exista uma relação de causa e efeito entre esse número e o bolsa-família. O
que se pode afirmar é que o número de pessoas que não trabalham nem estão a fim
de trabalhar cresceu 36% desde 2003, coincidentemente, depois que foi criado o
bolsa-família. A conclusão é sua, leitor.
Mais do mesmo, só que maior e mais incompetente
Para tentar livrar-se do incômodo peso da FUNAI e de todo o mal que fez, faz e continuará fazendo a Roraima, a Senadora Ângela agora veio com uma ideia de jerico daquelas que só quem é do PT pode sacar do fundo da cachola: propõe criar o Instituto Federal Indígena. A pergunta é natural: pra quê? Ela não diz. Mas a Folha afirma que será a primeira Instituição do tipo do País (grande coisa!) e a gente depreende que vai cuidar(?) da educação superior dos nossos índios, como se para tanto não já existissem as cotas. Dizem que os ianomâmis largados sem pai nem mãe na Feira do produtor acharam a ideia excelente. Mas que preferem que cuidem da educação básica de seus filhos, da saúde de todos, de ensiná-los a plantar... enfim, disso tudo que FUNAI não cuida. Aliás, na situação em que se encontram, preferem mesmo é um bom prato de comida. pode ser melancia.
Máximas do Coronel Sincero Dias
“O que as minorias estridentes estão querendo – e
conseguindo – é que você se sinta culpado por ser branco, heterossexual e bem
sucedido. Se for liberal, melhor ainda. Aí é que você não reage mesmo. E eles
tomam conta de vez.”
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