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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Flamarion em seu labirinto.

Um grande estrategista avaliando hipóteses.  E sempre escolhendo a pior.
É justo supor que o deputado Flamarion Portela, além de marido da Senadora Ângela Portela, seja também o grande responsável pela formulação de sua estratégia política. A menos que tenha abdicado também dessa posição e deixado a bola pra Nagib Lima, grande ideólogo do PT nessas plagas, acredita-se que tudo é elucubrado por Flamarion. E, cá pra nós, pela qualidade do que sai, ou ele desaprendeu o pouco que sabia ou deve ter alguma coisa muito cabulosa atrapalhando o seu raciocínio. Talvez esteja contaminado pela lembrança de quando o PT lhe puxou o tapete, pública e humilhantemente, expulsando-o na hora em que ele, quando governador, mais precisava de suporte e ombros amigos. Raiva é má conselheira. Mágoa, pior ainda.

Com Neudo. O troco demora, mas sempre vem. E vem duro.
Quem sabe não é arrependimento pelos dribles que andou aplicando, em adversários e companheiros, para ascender na vida pública e que agora estão voltando em forma de troco? Políticos não tem talão de recibo, dificilmente acusam um golpe, por duro que seja. Mas, no que a oportunidade aparece, dão o troco com gosto, engenho e arte. Às vezes até desproporcional ao agravo. E Mozarildo, Augusto Botelho e Neudo não terem se dignado a comparecer à festa que ele e o PT armaram para Ângela tem toda a cara de troco. E daqueles de empenar a carroceria.
O fato é que ele se escondeu no palanque da mulher, temendo contaminá-la com o seu passado ainda fresquinho de governador cassado. O fato é que, não tendo mais com quem se aliar, engoliu em seco e aceitou de braços abertos o mesmo Telmário que, em 2010, travestido de pastor, óculos de armação pesada e bíblia na mão, satanizou Ângela, acusando-a de traidora e predizendo, mais ou menos com essas palavras, que assim como a tempestade ela traria a destruição. 
O fato é que, com todas essas possibilidades na cabeça e vendo estratégia após estratégia desmoronar, Flamarion deve estar pensando: como é que a gente sai dessa?

Pesquisa também pode ser uma caixinha de surpresas.

Números falam. Mas nunca sozinhos.
Saiu a pesquisa do Ibope. Dilma subiu três pontos em relação à última, de abril. Alguns petistas mais realistas viram o fato pelo lado do copo meio vazio: ufa, parou de cair. Outros, os militontos de sempre, pelo do copo meio cheio: ôba, vamos ganhar no primeiro turno.

Os primeiros estão ainda mais preocupados com o copo. Porque, se Dilma subiu três pontos, numa pesquisa com margem de erro de 2, Aécio e Eduardo, somados, subiram dez. Ou seja, estão com tendência de alta e subindo mais. E têm ainda muito espaço para crescer. Além do mais, Dilma pode ter chegado ao topo. 

Sabem que tem outras variáveis a considerar e muita água para rolar por baixo da ponte antes de entrar em pânico ou sair comemorando. Em seu blog, Ricardo Noblat analisou uma dessas delas. Publico aqui seu post. Vale a pena ler.


Índice de desaprovação de Dilma é igual ao de Fernando Henrique.
Ricardo Noblat

“Aprova ou desaprova a maneira como o presidente Fernando Henrique Cardoso vem administrando o país?”- perguntou o Ibope em pesquisa nacional de junho de 2002.
43% responderam que aprovavam contar 48 que desaprovavam.
Em outubro daquele ano, Lula se elegeu pela primeira vez.
A mesma pergunta foi repetida em maio de 2010 com relação ao presidente Lula.
86% responderam que aprovavam contra 11% que desaprovavam.
Em outubro daquele ao, Lula elegeu Dilma para sucedê-lo.

Ainda bem que a história só se repete como farsa, Dilma deve pensar.
Na pesquisa do Ibope divulgada hoje, a pergunta foi feita com relação à presidente Dilma.
47% responderam que aprovam a maneira como ela vem administrando o país contra 48% que desaprovam.
O índice de desaprovação, pois, é igual ao de Fernando Henrique mais ou menos nessa mesma época.
Por mais que os assessores dela neguem, a luz amarela está acesa nos bastidores da campanha de Dilma. E se tornou mais intensa.”

Pela transcrição, Marcelo Coutelo.

Problema? Não conheço.

Esta semana o Senador Romero Jucá só faltou fazer chover – bem que podia dar um jeitinho, estamos precisando e seria eleito fácil, fácil em São Paulo –, o resto ele fez. E mostrou claramente o que é: um resolvedor, um desses que nascem vez em quando e em cujo dicionário não existe a palavra problema.
Usou toda a sua capacidade de aglutinar, convencer, liderar e desarmar espíritos para conseguir o fato inédito de fazer aprovar dois Projetos de emenda Constitucional num mesmo dia: as PECs 11 e 04. E não foram duas PECs quaisquer.
A primeira, é certo, beneficia um grupo específico e se limita a dois estados, enquadrado nos quadros da União ex-funcionários dos antigos Territórios do Amapá e de Roraima. São milhares de pessoas que, enfim, depois de uma espera angustiante, veem seu direito legítimo ser reconhecido. 

Resolvendo mais um problema. No caso, a PEC 11. 
A segunda já é mais ampla, beneficia milhões de pessoas que, não tendo condições de pagar um advogado, perdiam a condição de exercer seus direitos em toda a sua plenitude, mas que agora, com a PEC 04, que determina que toda comarca deste país tenha um defensor público, passam a ter quem as defenda. Sem gastar um tostão.
Enquanto descansava do esforço inédito e bem sucedido da terça feira, o senador aproveitou e conseguiu fazer aprovar, na quarta, o que ele mesmo articulou e  viabilizou junto ao governo: o aumento do piso salarial dos agentes de saúde, importantíssimos para o atendimento as famílias mais necessitadas.

Sinceramente, não dá para entender como os líderes desse estado levam seus liderados a recusar-se a ver o que um político com tal capacidade de articulação e viabilização é capaz de trazer de benefícios e de alavancar um processo de desenvolvimento. Freud deve explicar. Até porque cada vez menos pessoas acreditam nesses falsos líderes e mais dia menos dia eles vão estar pregando no deserto.

Sobre jabutis e forquilhas.

O grande político Vitorino Freire, pernambucano de nascimento que fez carreira no Maranhão, onde foi quase tudo e mandou quase tanto quanto Sarney, nas vésperas da decretação do AI-5, perguntado como via a situação, respondeu ao repórter: “Se você encontrar um Jabuti em cima de uma forquilha, procure saber quem botou: Jabuti não sobe em forquilha”. No outro dia, deram o golpe dentro do golpe lá se foram as liberdades que restavam.
A resposta vem à mente quando se analisam os movimentos erráticos e aparentemente desconectados da realidade que Neudo vem fazendo.
Que tem um jabuti na forquilha, não resta a menor dúvida. Que foi Neudo que botou o bicho lá, também não. O que é preciso saber é, pela ordem: por que botou, quanto está esperando ganhar com isso e se os experientes empresários que acreditam em pareceres acreditam também que Jabutis sobem em forquilha sozinhos. 

O quinto e os dois quintos dos infernos
(Autor desconhecido)

E pensar que foi enforcado pela metade do que pagamos...
Durante o Século 18, o Brasil-Colônia pagava um alto tributo para seu colonizador, Portugal.
Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso País e correspondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto".
Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro.
O "Quinto" era tão odiado pelos brasileiros, que, quando se referiam a ele, diziam "O Quinto dos Infernos".
E isso virou sinônimo de tudo que é ruim.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária brasileira chegou ao final do ano de 2011 a 38% ou praticamente 2/5 (dois quintos) de nossa produção.
Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infernos" de impostos...
Para quê?
Nosso dinheiro é confiscado no dobro do valor do "quinto dos infernos" para sustentar esse estado gigantesco, esse Partido, sua sede de poder e sua corução endêmica, que nos custa (já feitas as atualizações) o dobro do que custava toda a Corte Portuguesa!
E pensar que Tiradentes foi enforcado porque se insurgiu contra a metade dos impostos que pagamos atualmente...!
 

(Pela transcrição, Marcelo Coutelo)
                                                                            


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