Até recentemente, pensava que Nagib Lima não passava de
uma lenda urbana ou, melhor, silvestre, daquelas que são contadas para assustar
crianças em noites escuras e fantasmagóricas,
feito o Saci Pererê, o Curupira, a Mula-sem-Cabeça e outros tantos personagens aterrorizantes que
povoam a mitologia brasileira. Ouvia falar de sua feroz impiedade no caso da
expulsão dos arrozeiros, via produtores rurais tremer diante da simples menção
de seu nome, mas continuava a vê-lo como fruto da imaginação e do medo de
perder a terra que a Funai e o PT sempre provocam. Como é que se pode acreditar
na existência de um homem que, durante os mais de quarenta e cinco dias em que a greve da Suframa quase acaba com o
nosso comércio, por mais que se clamasse por sua intervenção, na qualidade de
superintendente-adjunto do órgão, não mexeu uma palha, parecia que Roraima e os
roraimenses não eram problema dele.
Natural, portanto, que não acreditasse em
sua existência. Mas ele existe. E, como todo petista, principalmente os da
baixa elite partidária, se presta a qualquer serviço. Agora, por exemplo, no
rastro de uma enorme e retumbante barrigada da Folha de Boa Vista, daquelas que
o, por assim dizer, jornal comete quase todo santo dia, eis que o espectro de Nagib
Lima materializa-se para tomar as dores e transformar um erro jornalístico grosseiro
em assunto eleitoral. E com a mesma sanha com que investiu contra os
arrozeiros, investe agora contra seus adversários políticos, doido para ver se
viabiliza a candidatura do PT e, com isso, sai da condição de suplente e ganha
asas e força para ajudar o seu Partido a acabar de vez com nosso Estado. Não
vai conseguir, é claro. Já, já estará de volta à sua irrelevância, carimbando
papéis lá na Suframa e incitando de longe a FUNAI, o INCRA e o IBAMA a serem um pouco mais duros com quem
queira produzir.
Que o deputado Rodrigo reaja a uma notícia em que via o enorme
prejuízo que uma ação tresloucada do governo federal iria causar a seu estado,
mais do que normal, é louvável. É assim que se defende os interesses do estado
e da população que se representa. Que a Folha seja leviana, como
costumeiramente é, publicando notícias alarmantes sem checar ou atribuindo-as a
“pessoas que não quiseram se identificar”, embora ética e jornalisticamente reprovável, também é normal, em se
tratando do jornal de Getúlio, acontece sempre.
E, quer saber?, em se tratando de alguém que deixa seu
estado natal quase desabastecido durante a greve no órgão em que tem cargo de
direção, a leviandade e o espírito de aproveitador também são normais. Estão no DNA do PT.
Agora acredito que Nagib Lima exista. Tal e qual a mula, sem cabeça.
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