Os antropólogos, indigenistas e curiosos em geral,
“progressistas” por natureza, abrigados na FUNAI ou com seu apoio e incentivo,
estão levando os índios por um caminho perigoso, daqueles que se sabe como
começa, mas não como termina. Teimam em enfiar os índios de Roraima num
figurino que não lhes cabe. E nesse afã, fingem desconhecer o básico: nossos
índios, em sua maioria, não vivem nus e soltos pela selva, catando raízes,
colhendo frutos e caçando macacos e jacus, o contato já foi feito há muito
tempo, a convivência dura o suficiente para hábitos e costumes serem
absorvidos. Hoje, índio quer muito mais do que apito, uma rede e um pedaço de
beiju com caldo de piranha. Índio quer conforto – quem não quer? – quer motor
de popa, quer casa de alvenaria, quer moto, quer TV de LED... Só não sabe como
conseguir. E ninguém ensina. Em vez de “desintrusar” (ô palavrinha, meu Deus!),
não seria melhor entrar num acordo com os fazendeiros, arrendar as terras por
um valor compensatório e distribuir os lucros com os índios? Ou, indo mais
além, não seria melhor para todos formar uma sociedade entre fazendeiros e
donos da terra, como existe em todo lugar do mundo? Porque a FUNAI e o bando de
nefelibatas que se ocupam da questão indígena não tem vontade nem competência
para ensinar os índios a produzir em escala lucrativa. E, mesmo que tivessem,
não haveria os meios econômicos, insumos e implementos para tanto. Nem os
índios estariam muito afim daquela trabalheira toda. E assim, ficam com o maior
pedaço de terra que os defensores de sua tão propalada cultura conseguirem.
Mas, pra quê?
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