(Um post um pouco longo, mas necessário. Paciência e perseverança
que dá para ir até o fim.)
Mais perdida que deficiente
visual em tiroteio, a oposição, na falta de algo mais, digamos assim, atraente para
o eleitor, resolveu apelar para o velho recurso de tentar desestabilizar seus
oponentes. E soltou seus militontos barbudinhos e imberbes nas redes sociais,
prontos para tudo. Primeiro, para dar um alento, uma dose extra de oxigênio aos petistas e sem-governo em geral, fornecer-lhes alguma coisa para argumentar. Segundo, para tentar
semear o pânico e a insegurança nas hostes governistas, principalmente entre os
simpatizantes da candidatura Anchieta.
É só entrar no face book
para ver lá posts e mais posts insistindo num possível dissenso entre o ex e o
atual governador. Uma briga que não houve, não há e não haverá, é o que me
dizem meus muitos anos como observador da cena política e seus personagens - a
natureza humana é a mesma aqui, ali e acolá, podem ter certeza.
O pior de tudo é que tanto
os com quanto os sem-governo terminam embarcando na conversa mole, engolindo
qualquer boato e procurando chifre em cabeça de cavalo, enfim, algo que consiga dar materialidade à euforia de uns e à paranoia de
outros. E multiplicando algo que não é especulação: é esperteza, que nisso de
espalhar boatos e criar a cizânia os petistas e seus aliados de conveniência são
mestres. É só lembrar das muitas vezes em que saíram de casa em casa espalhando
que Serra ou Alckmin iam acabar com o bolsa-família, privatizar o Banco do
Brasil e a Petrobrás e outras mentiras que tais.
Vamos desenhar aqui. Chico é
Chico, Anchieta é Anchieta. Duas pessoas, dois estilos, duas experiências, duas
histórias de vida. Chico é candidato a governador; Anchieta, a senador. Não
disputam o mesmo espaço, são aliados. Claro que Chico, ao assumir, tinha que estabelecer
um diferencial, até para justificar para os seus aliados históricos a sua
capacidade de transformar em ação os seus muitos anos de militância política,
mostrar a que veio, deixar claro quem é e do que é capaz. E está mostrando,
lenta e seguramente como recomenda o manual. Para se eleger, Chico precisa usar
esses poucos meses para mostrar serviço, capacidade de trabalho, de gestão e de
conciliação de interesses conflitantes, enfim, qualidades inerentes a quem
governa. Só assim pode pensar em convencer os eleitores.
Anchieta, não, não tem que
mostrar o que é capaz de fazer. Não está disputando cargo administrativo. Tem
só que permitir que o eleitor o compare com os seus possíveis oponentes, deixar
clara a distância que há entre a sua estatura, dimensão e visão de mundo e a
deles. E, com certeza, sair amplamente vitorioso na comparação. Porque, no
Senado, Roraima precisa de alguém com cosmovisão suficiente para entender o
processo politico e o momento histórico. E isso Anchieta já mostrou ao sair do
rame-rame da administração do dia-a-dia para assumir o ônus de voltar o seu governo
praticamente todo para dar início a um processo irreversível de construção da
infraestrutura que o estado precisa para tomar o caminho da produção como única
forma de atingir o estágio de desenvolvimento que seu potencial permite
antever. Quem entender isso pensa no
futuro e sabe escolher o caminho certo para chegar lá. Quem não entender, que
se contente com um ou outro concurso público, cada dia mais raros, e uns
carguinhos comissionados.
O resto não passa de fofoca
pré-eleitoral, tentativa desesperada de escapar do perigo de ficar mais uns
tantos anos sem um governo para chamar de seu. E aproveitar.
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