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sábado, 26 de abril de 2014

Cavalo não tem chifre. A não ser que alguém coloque. E estão colocando.

(Um post um pouco longo, mas necessário. Paciência e perseverança que dá para ir até o fim.)

Mais perdida que deficiente visual em tiroteio, a oposição, na falta de algo mais, digamos assim, atraente para o eleitor, resolveu apelar para o velho recurso de tentar desestabilizar seus oponentes. E soltou seus militontos barbudinhos e imberbes nas redes sociais, prontos para tudo. Primeiro, para dar um alento, uma dose extra de oxigênio aos petistas e sem-governo em geral, fornecer-lhes alguma coisa para argumentar. Segundo, para tentar semear o pânico e a insegurança nas hostes governistas, principalmente entre os simpatizantes da candidatura Anchieta.
É só entrar no face book para ver lá posts e mais posts insistindo num possível dissenso entre o ex e o atual governador. Uma briga que não houve, não há e não haverá, é o que me dizem meus muitos anos como observador da cena política e seus personagens - a natureza humana é a mesma aqui, ali e acolá, podem ter certeza.
O pior de tudo é que tanto os com quanto os sem-governo terminam embarcando na conversa mole, engolindo qualquer boato e procurando chifre em cabeça de cavalo, enfim, algo que consiga dar materialidade à euforia de uns e à paranoia de outros. E multiplicando algo que não é especulação: é esperteza, que nisso de espalhar boatos e criar a cizânia os petistas e seus aliados de conveniência são mestres. É só lembrar das muitas vezes em que saíram de casa em casa espalhando que Serra ou Alckmin iam acabar com o bolsa-família, privatizar o Banco do Brasil e a Petrobrás e outras mentiras que tais.
Vamos desenhar aqui. Chico é Chico, Anchieta é Anchieta. Duas pessoas, dois estilos, duas experiências, duas histórias de vida. Chico é candidato a governador; Anchieta, a senador. Não disputam o mesmo espaço, são aliados. Claro que Chico, ao assumir, tinha que estabelecer um diferencial, até para justificar para os seus aliados históricos a sua capacidade de transformar em ação os seus muitos anos de militância política, mostrar a que veio, deixar claro quem é e do que é capaz. E está mostrando, lenta e seguramente como recomenda o manual. Para se eleger, Chico precisa usar esses poucos meses para mostrar serviço, capacidade de trabalho, de gestão e de conciliação de interesses conflitantes, enfim, qualidades inerentes a quem governa. Só assim pode pensar em convencer os eleitores.
Anchieta, não, não tem que mostrar o que é capaz de fazer. Não está disputando cargo administrativo. Tem só que permitir que o eleitor o compare com os seus possíveis oponentes, deixar clara a distância que há entre a sua estatura, dimensão e visão de mundo e a deles. E, com certeza, sair amplamente vitorioso na comparação. Porque, no Senado, Roraima precisa de alguém com cosmovisão suficiente para entender o processo politico e o momento histórico. E isso Anchieta já mostrou ao sair do rame-rame da administração do dia-a-dia para assumir o ônus de voltar o seu governo praticamente todo para dar início a um processo irreversível de construção da infraestrutura que o estado precisa para tomar o caminho da produção como única forma de atingir o estágio de desenvolvimento que seu potencial permite antever.  Quem entender isso pensa no futuro e sabe escolher o caminho certo para chegar lá. Quem não entender, que se contente com um ou outro concurso público, cada dia mais raros, e uns carguinhos comissionados.

O resto não passa de fofoca pré-eleitoral, tentativa desesperada de escapar do perigo de ficar mais uns tantos anos sem um governo para chamar de seu. E aproveitar.

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