Não, não é o nome estranho de uma nova banda de forró
igualmente estranha. O Jornal de Roraima de hoje nos dá conta de que mais duas
fazendas serão “desintrusadas” (aos meus ouvidos, uma das palavras mais
ofensivas da língua, principalmente quando proferida aqui em Roraima) na região
do Amajari. Fazendas produtivas, claro, que nossos defensores do bom selvagem
não fazem por menos. Para eles, produzir gera lucros, lucros são apropriados
por capitalistas cruéis e predatórios, logo, acabemos com o lucro e vivamos
todos do salário pago pelo governo, uns com menos, outros com mais, outros,
ainda, com o bolsa-família ou o bolsa-guerrilha. Cumprida a sagrada missão, a
terra ficará ao Deus dará, sem produzir um grão, um quilo de carne. Talvez um
pouco de mandioca, pra fazer beiju e farinha. E os índios? Já que quem devia –
i.e. a FUNAI – não provê o sustento de seres que não entendem a lógica de uma
economia de geração de excedentes e troca e que, por isso mesmo, não conseguem
dinheiro para adquirir os bens de que necessitam, os índios também ficarão ao
Tupã dará. Como no lavrado não tem caça suficiente, virão para Amajari, Boa
Vista ou qualquer outra cidade mais perto, arranjar algum para comer, encher a
cara e vagar pelas ruas. Mas fiquem tranquilos: a cultura e os costumes
ancestrais estarão preservados. Afinal de contas, tomar cachaça é ou não é um
costume ancestral? Outra coisa: bom selvagem é a...o...deixa pra lá.
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