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Alguém aí falou em constrangimento? |
Lula, em desespero com o buraco
a que a incompetência de Dilma e os números no mínimo preocupantes da economia
estão levando o PT, vem fazendo o que melhor sabe: apelar para a
ignorância combinada com baixaria para acirrar uma luta de classes que só
existe em seus delírios. (Sobre o assunto, leiam o post seguinte) E, com sua enorme capacidade de simplificar,
classifica a vaia a Dilma como uma manifestação de ódio aos pobres. Atrás dele
seguem os áulicos de sempre, jornalistas que se pensam progressistas,
intelectuais, artistas e outras figurinhas carimbadas da esquerda patropi.
Esquerda, aliás, que tem seu melhor desempenho em torno de uns chopps com
salaminho, geralmente num barzinho de Ipanema ou Leblon, que ninguém é de ferro
e salvar o país dá muita sede.
Para esse povo todo, seguindo
feito carneiros o comando de Lula, a vaia de Dilma foi coisa dos que fazem
parte da elite branca, cheirosa e arrumadinha, únicos que podem pagar o preço
escorchante dos ingressos cobrados pela FIFA. Foi uma demonstração clara de
“intolerância, machismo e má educação”, baba raivoso um tal de Renato Janine,
que escreve no Valor, cobrando dos candidatos de oposição que se manifestem
contra aquele brado praticamente uníssono que mandou a presidente tomar onde a
galinha toma, em vez de classificá-lo como o que realmente foi: uma manifestação espontânea de repúdio.
Nelson Rodrigues, com suas
frases lapidares, dizia que, num estádio lotado, a torcida vaia tudo, até minuto
de silêncio. Não é preciso ir tão longe para constatar mais esse óbvio ululante
de que Nelson era mestre. Todo dia, em qualquer estádio do Brasil onde estiver
sendo disputada uma partida, a galera grita mandando o juiz, ou melhor,
árbitro, tomar no mesmo lugar em que mandou Dilma. Quer dizer, senhores
moderninhos e politicamente corretos, que mandar tomar naquele lugar o cara que
decide o destino de um simples jogo de futebol, pode, mas mandar a presidente,
que decide os destinos do país e, logo, de nossas vidas, não pode? É isso?
Aquele grito, senhores, foi
apenas uma reação ao quanto e ao quanto tempo estão debochando de nós, ao
buraco aonde o PT está levando nosso país, ao crescimento ridículo, à incompetência
paralisante, à corrupção escancarada, às obras inacabadas...
(Do
blog de Reinaldo Azevedo)
Leiam
o editorial do Estadão de ontem. Exemplar!
No desespero diante da sólida
evidência de que a incompetência de Dilma Rousseff está colocando seriamente em
risco o projeto de poder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva apela para seu
recurso retórico predileto: fazer-se de vítima, acusar “eles” – seus
adversários políticos – daquilo que o PT pratica, transformando-os em inimigos
do povo e sobre eles jogando a responsabilidade por tudo de ruim e de errado
que acontece no País. Lula decidiu de vez “partir para cima” e deixou claro que
até outubro estará se atolando no ambiente em que se sente mais confortável: a
baixaria.
Uma das mais admiráveis figuras
do século 20, Nelson Mandela, reconciliou a África do Sul – que saía do
abominável regime do apartheid – consigo mesma promovendo pacificamente o entendimento
entre a minoria branca opressora e a ampla maioria negra oprimida. Lula
continua fazendo exatamente o contrário: dividiu os brasileiros entre “nós” e
“eles”, arrogando-se a tutela sobre os desvalidos, que tem procurado seduzir,
transformando-os não em cidadãos, mas em consumidores. Um truque que, como se
vê hoje nas ruas, está saindo pela culatra.
Pois é exatamente o homem que
subiu na vida com um punhal entre os dentes, disseminando a divisão em vez da
consciência da cidadania como arma de luta contra as injustiças sociais, que
agora, acuado pelo desmascaramento da enorme farsa que tem protagonizado, tem a
desfaçatez de prognosticar que “a esperança vai vencer o ódio”.
Leia a íntegra aqui: http://migre.me/jTrFi
(Editado e postado por Marcelo Coutelo)
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