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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Vaia no do juiz é refresco.

Alguém aí falou em constrangimento?
Lula, em desespero com o buraco a que a incompetência de Dilma e os números no mínimo preocupantes da economia estão levando o PT, vem fazendo o que melhor sabe: apelar para a ignorância combinada com baixaria para acirrar uma luta de classes que só existe em seus delírios. (Sobre o assunto, leiam o post seguinte) E, com sua enorme capacidade de simplificar, classifica a vaia a Dilma como uma manifestação de ódio aos pobres. Atrás dele seguem os áulicos de sempre, jornalistas que se pensam progressistas, intelectuais, artistas e outras figurinhas carimbadas da esquerda patropi. Esquerda, aliás, que tem seu melhor desempenho em torno de uns chopps com salaminho, geralmente num barzinho de Ipanema ou Leblon, que ninguém é de ferro e salvar o país dá muita sede.

Para esse povo todo, seguindo feito carneiros o comando de Lula, a vaia de Dilma foi coisa dos que fazem parte da elite branca, cheirosa e arrumadinha, únicos que podem pagar o preço escorchante dos ingressos cobrados pela FIFA. Foi uma demonstração clara de “intolerância, machismo e má educação”, baba raivoso um tal de Renato Janine, que escreve no Valor, cobrando dos candidatos de oposição que se manifestem contra aquele brado praticamente uníssono que mandou a presidente tomar onde a galinha toma, em vez de classificá-lo como o que realmente foi: uma manifestação espontânea de repúdio.
 
E olha que eles só decidem resultado de jogos.
Nelson Rodrigues, com suas frases lapidares, dizia que, num estádio lotado, a torcida vaia tudo, até minuto de silêncio. Não é preciso ir tão longe para constatar mais esse óbvio ululante de que Nelson era mestre. Todo dia, em qualquer estádio do Brasil onde estiver sendo disputada uma partida, a galera grita mandando o juiz, ou melhor, árbitro, tomar no mesmo lugar em que mandou Dilma. Quer dizer, senhores moderninhos e politicamente corretos, que mandar tomar naquele lugar o cara que decide o destino de um simples jogo de futebol, pode, mas mandar a presidente, que decide os destinos do país e, logo, de nossas vidas, não pode? É isso?

Aquele grito, senhores, foi apenas uma reação ao quanto e ao quanto tempo estão debochando de nós, ao buraco aonde o PT está levando nosso país, ao crescimento ridículo, à incompetência paralisante, à corrupção escancarada, às obras inacabadas...

Ora, senhores: poupem a galinha. Vão vocês mesmos tomar onde ela toma todo dia e deixem a torcida curtir sua revolta em paz.



(Do blog de Reinaldo Azevedo)

Leiam o editorial do Estadão de ontem. Exemplar!

No desespero diante da sólida evidência de que a incompetência de Dilma Rousseff está colocando seriamente em risco o projeto de poder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva apela para seu recurso retórico predileto: fazer-se de vítima, acusar “eles” – seus adversários políticos – daquilo que o PT pratica, transformando-os em inimigos do povo e sobre eles jogando a responsabilidade por tudo de ruim e de errado que acontece no País. Lula decidiu de vez “partir para cima” e deixou claro que até outubro estará se atolando no ambiente em que se sente mais confortável: a baixaria.

Uma das mais admiráveis figuras do século 20, Nelson Mandela, reconciliou a África do Sul – que saía do abominável regime do apartheid – consigo mesma promovendo pacificamente o entendimento entre a minoria branca opressora e a ampla maioria negra oprimida. Lula continua fazendo exatamente o contrário: dividiu os brasileiros entre “nós” e “eles”, arrogando-se a tutela sobre os desvalidos, que tem procurado seduzir, transformando-os não em cidadãos, mas em consumidores. Um truque que, como se vê hoje nas ruas, está saindo pela culatra.

Pois é exatamente o homem que subiu na vida com um punhal entre os dentes, disseminando a divisão em vez da consciência da cidadania como arma de luta contra as injustiças sociais, que agora, acuado pelo desmascaramento da enorme farsa que tem protagonizado, tem a desfaçatez de prognosticar que “a esperança vai vencer o ódio”.

Leia a íntegra aqui: http://migre.me/jTrFi

(Editado e postado por Marcelo Coutelo)


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