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terça-feira, 3 de junho de 2014

Abaixo a carestia!


Já houve um tempo em que lutávamos contra ela. Parece que chegou novamente a hora.

O jornal/revista Meio & Mensagem, presente em toda agência de propaganda que se queira como tal, trazia, em sua última página, uma tira de humor com uma personagem fantástica - dona Zezé, a mulher do café. Ela sempre surgia para servir o café em reuniões de criação, do tipo gênios trabalhando, e, despretensiosamente sacava um slogan definitivo do bolso do avental, ou um titulo, um conceito, enfim, salvava a campanha. Não sei se ainda traz. Mas era emblemática.
A que vem tudo isso? É que, em publicidade, como em politica, as coisas tem quase que a obrigação de parecerem misteriosas, sérias, elaboração de gênios, alquimia para niciados etc. Mas, no fundo, são simples. Aliás, quanto mais simples mais eficazes. Porque as pessoas que vão receber a mensagem são igualmente simples, veem o mundo de forma descomplicada, não elaboram muito para tirar conclusão, não elucubram, são diretas. Branco é branco, preto e preto.
Ontem, escrevia um post para este blog em que falava do desastre que se estava revelando ser o governo do PT, a sinuca de bico em que sua gestão econômica nos está colocando. Crescimento ridículo, de 0,2% no trimestre, ainda vai. Mas combinado com inflação em alta, é dose. Eis que entra Mariazinha, a nossa mulher do café, para me servir a rubiácea. Falei que estava preocupado com a inflação e ela reduziu a mensagem na hora: “É, não existe coisa pior nesse mundo do que a carestia.”

Pois é, carestia. Há muito tempo não ouvia essa palavra que diz tudo. O PT, com sua incompetência que ainda nos vai custar muito tempo para consertar, conseguiu trazê-la de volta ao universo de Mariazinha. E ao meu. 
Por isso convido você, leitor, a me acompanhar e bradar como sempre se bradou nesse país para combater os governos e paramos de fazê-lo depois do Plano Real: Abaixo a carestia! Abaixo o PT!

Boatos em cascata.

Vai levar o parecer salvador até o fim.
Como disse ontem, o negócio agora é semear boatos para colher tumulto. Só de candidato a senador, além dos que too mundo já sabe, já plantaram pelo menos mais uns três, tudo para tentar jogar A contra B e B contra C, que por sua vez virá com gosto de gás pra cima de A. E o que não passa de intriga vira fato e contamina relações, desfaz alianças, amua, gera desconforto e desconfiança. Enfim, dificulta o jogo e não serve pra nada de bom.
Há algum tempo vimos dizendo aqui que Neudo vai esticar a corda até onde ela possa aguentar, sem revelar seu jogo. Tudo para açular militantes, despertar seguidores adormecidos e acumular capital eleitoral para sentar na mesa e poder negociar de uma posição de força. Se ele sequer sonhar em se dizer desenganado por seus advogados e jogar a toalha, fazendo uma composição prematura em que aceita indicar o vice na chapa de Ângela, como proclama o mais novo boato da praça, estaria se revelando um amador. Coisa que efetivamente não é.
Um profissional com a experiência e a picardia de Neudo sabe que, em política, o mais importante fator se chama tempo. Quanto mais tempo ele ganhar com sua farsa do parecer milagroso, mais valor agrega a qualquer movimento que fizer na hora certa. E só ele sabe que hora é essa. Sabe que tem até o fim do mês para revelar suas cartas. E sabe que a cada dia o clima fica mais nervoso, propício para fazer correr como um rastilho de pólvora qualquer especulação, por mas estapafúrdia que seja. Bom para um blefador de respeito como ele. Enquanto isso, vai soltado uma insinuação aqui, um boato ali, enfim, vai deixando pingar na mesa de jogo as fichas que aumentam o monte. E o monte está aumentando.

E Mozarildo, hein?

Muito se tem dito sobre Mozarildo. Pegaram-no para bola da vez. Mas Mozarildo está estranhamente calado. Aliás, estranhamente, não, Mozarildo sabe muito bem a hora de falar e de calar. Tem indo à Tribuna do Senado atacar o governo, concentrando-se na dívida e nos gastos. Como se pudesse falar de gastos. Como se Telmário não já tivesse ocupado esse espaço. Fora isso, silêncio. Só se sabe que está disposto a sair com sua candidatura por cima de pau e pedra, esperando, talvez, que, num ambiente de muitas candidaturas, o pau quebre e ele, sorrateiramente, pegue as sobras que seus militantes fiéis forem capazes de amealhar e leve a taça. Quanto mais candidato, quanto mais contenda, quanto mais polarização, melhor para ele. E ele sabe disso.


Tem batizado de boneca? Tô dentro!

Inaugurando tudo, até obra inacabada. E coo tem...
João Santana não é bobo. Os pensadores do PT também não. O cheiro de chifre queimado já deve ter-se entranhado em suas narinas e anunciado um desastre iminente se nada for feito. E muito bem feito. Os números da economia não poderiam ser piores, revelando a incompetência do governo Dilma para lidar com esse negócio, aliás, com qualquer negócio que não seja um superfaturamento maneiro. A infraestrutura prometida para a Copa já provocando na presidente comentários do tipo: “Querem aeroportos padrão Fifa, mas vão ter padrão Brasil”, referindo-se ao Galeão inconcluso. O superfaturamento dos estádios caindo todo em sua conta. Enfim, quadro pior não poderia ter-se pintado.
Agora, a essa altura do jogo, a única saída é mandar o time pra área e tome chutão par frente pra ver se uma bola sobra e dá a chance da cabeçada salvadora.  É o que estão fazendo. Onde tem um evento, Dilma está lá, com seus improvisos que são um atentado à língua pátria e à lógica.
Ondem, chegamos ao máximo: ela inaugurou quinhentas e sessenta casas do Programa Minha Casa Minha Vida. Quinhentas e sessenta casas não é evento para Presidente vamos e venhamos. Quer dizer, entrou na zona do tudo faremos pela vitória e daqui a pouco vai estar comparecendo a batizado de boneca. Porque a coisa tá feia.


(Do blog de Reinaldo Azevedo)

Estadão:


A percepção do brasileiro em relação à situação do País, à conjuntura econômica e ao governo Dilma Rousseff se deteriorou de maneira acentuada em apenas um ano, desde que milhares de pessoas tomaram as ruas do País para protestar contra a corrupção e a má qualidade dos serviços públicos, como revela levantamento inédito do Pew Research Center, um dos principais institutos de pesquisa dos EUA.
A radical mudança de humor em um espaço tão curto de tempo é rara, disse ao Estado Juliana Horowitz, brasileira responsável pelo trabalho. Segundo ela, o Pew Research realizou levantamentos em 82 países desde 2010 e só viu oscilações tão acentuadas em lugares que passaram por crises ou rupturas institucionais, como o Egito.
“O nível de frustração expressado pelos brasileiros em relação à direção de seu país, sua economia e seus líderes não tem paralelo em anos recentes”, diz o texto de apresentação da pesquisa. Horowitz ficou surpresa com a magnitude da transformação na opinião pública e atribuiu essa mudança principalmente à piora da situação econômica e ao aumento da inflação. A insatisfação com a realização da Copa do Mundo no Brasil também contribuiu: 61% dos entrevistados responderam que o evento é ruim para o País, por tirar recursos que poderiam ser usados em serviços públicos. Na comparação com o ano passado, a mudança mais acentuada de humor ocorreu na percepção da situação econômica. O porcentual dos entrevistados que a classifica de “ruim” subiu de 41% para 67%, enquanto o índice dos que a consideram boa caiu de 59% para 32%. A inflação foi apontada como o principal problema brasileiro por 85% dos entrevistados, pouco acima da criminalidade e da assistência médica.

Leia a íntegra aqui: http://migre.me/jBKL8

(Postado por Marcelo Coutelo)

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