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sexta-feira, 20 de junho de 2014

Em política, o fígado costuma ser o pior conselheiro. Ou: muita calma nesta hora.

O post que segue abaixo foi publicado aqui no dia 26 de abril, nos primórdios deste blog. Diante do que tenho acompanhado nas redes sociais, não perdeu a atualidade e a cada dia se torna mais necessário. Por isso vou republicá-lo, com as atualizações que o adaptem ao atual estilo gráfico da página.
Vamos ao post. Tenham paciência, leiam e depois me digam se não tenho pelo menos uma parcela infinitesimal de razão.

Cavalo não tem chifre. A não ser que alguém coloque. E estão colocando.

Anchieta inaugurando vicinal e agregando mais valor à sua imagem.
Mais perdida que deficiente visual em tiroteio, a oposição, na falta de algo mais, digamos assim, atraente para o eleitor, resolveu apelar para o velho recurso de tentar desestabilizar seus oponentes. E soltou seus militontos barbudinhos e imberbes nas redes sociais, prontos para tudo. Primeiro, para dar um alento, uma dose extra de oxigênio aos petistas e sem-governo em geral, fornecer-lhes alguma coisa para argumentar. Segundo, para tentar semear o pânico e a insegurança nas hostes governistas, principalmente entre os simpatizantes da candidatura Anchieta.
É só entrar no face book para ver lá posts e mais posts insistindo num possível dissenso entre o ex e o atual governador. Uma briga que não houve, não há e não haverá, é o que me dizem meus muitos anos como observador da cena política e seus personagens - a natureza humana é a mesma aqui, ali e acolá, podem ter certeza.
O pior de tudo é que tanto os com quanto os sem-governo terminam embarcando na conversa mole, engolindo qualquer boato e procurando chifre em cabeça de cavalo, enfim, algo que consiga dar materialidade à euforia de uns e à paranoia de outros. E multiplicando algo que não é especulação: é esperteza, que nisso de espalhar boatos e criar a cizânia os petistas e seus aliados de conveniência são mestres. É só lembrar das muitas vezes em que saíram de casa em casa espalhando que Serra ou Alckmin iam acabar com o bolsa-família, privatizar o Banco do Brasil e a Petrobrás e outras mentiras tão devastadoras quanto..

Vamos desenhar aqui. Chico é Chico, Anchieta é Anchieta. Duas pessoas, dois estilos, duas experiências, duas histórias de vida. Chico é candidato a governador; Anchieta, a senador. Não disputam o mesmo espaço, são aliados. Claro que Chico, ao assumir, tinha que estabelecer um diferencial, até para justificar para os seus aliados históricos a sua capacidade de transformar em ação os seus muitos anos de militância política, mostrar a que veio, deixar claro quem é e do que é capaz. E está mostrando, lenta e seguramente como recomenda o manual.
Para se eleger, Chico precisa usar esses poucos meses para mostrar serviço, capacidade de trabalho, de gestão e de conciliação de interesses conflitantes, enfim, qualidades inerentes a quem governa. Só assim pode pensar em convencer os eleitores.

Chico: governando dentro do seu estilo. 
Anchieta, não. Não tem que mostrar do que é capaz. Já fez seus acertos, já cometeu seus erros, já formou sua imagem. Nada que Chico faça em seu esforço de governar será capaz de agregar ou desagregar valor a essa imagem. Anchieta não está disputando cargo administrativo. Tem só que permitir que o eleitor o compare com os seus possíveis oponentes, deixar clara a distância que há entre a sua estatura, dimensão e visão de mundo e a deles. E, com certeza, sair amplamente vitorioso na comparação. Porque, no Senado, Roraima precisa de alguém que tenha cosmovisão suficiente para entender o processo politico e o momento histórico. Anchieta já mostrou que tem a dimensão e a estatura políticas que o cargo exige. E não vai ser batendo no governo de Chico que isso vai ficar mais claro, muito antes pelo contrário.
Quem entender isso pensa no futuro e sabe escolher o caminho certo para chegar lá. Quem não entender, que se contente com um ou outro concurso público, cada dia mais raros, e uns carguinhos comissionados. E com um PT cada dia mais ousado em sua deliberada intenção de impedir o estado de implantar um processo de desenvolvimento baseado no setor produtivo e na livre iniciativa.

Muta calma nesta hora. Porque é tempo de fortalecer-se e ter sobriedade para saber separar o que é verdade do que é intriga pré-eleitoral das muitas que ainda virão por aí, tentativa desesperada de escapar do perigo de ficar mais uns tantos anos sem um governo para chamar de seu e aproveitar.


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