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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Telmário queima a largada.

Assim ficou o PDT depois do golpe de Telmário.
Que Telmário é ruim de chegada, todo mundo sabe. Inconfiável, pelo tanto que mudou de posição e de lado em sua vida política, não consegue aliados que nele confiem e o acompanhem até o fim, a não ser uns dois ou três gatos pingados, seguidores sem opção, que sempre conseguem umas migalhas que caem da mesa do poder a que ele, invariavelmente, senta. Levanta quando o tempo é de farinha pouca, mas senta e revela um invejável apetite..
Agora, o que não sabia é que ele também era ruim de largada. Patinou e cantou ruidosamente os pneus, pulando de Neudo para Ângela e de Ângela para Neudo. E, agora se sabe, quebrou a embreagem quando deixou seus companheiros de partido pendurados no pincel e foi com escada e tudo pro lado do PT - logo do PT –, desconhecendo programa, aspirações, sonhos e projetos eleitorais de companheiros do PDT, como o Dr. Petrônio, vice-presidente da executiva regional do Partido.
Para não me alongar mais, e com a devida vênia do Dr. Petrônio, reproduzo aqui, por ser um documento público, nota que ele postou hoje no facebook sobre o assunto. Ele tem mais conhecimento do que eu para tratar do antigo aliado e avaliar suas atitudes. Segue a nota, ipsis literis, em vermelho, cor que ficaria Leonel Brizola, se vivo fosse.

Bom dia a todos.


Dr. Petrônio Araujo, Vice-Presidente Regional do PDT.
Venho informar através dessa rede, a todos aqueles que querem saber qual a nossa posição política, depois que o presidente da regional do PDT, Telmário Mota, para atender seus interesses pessoas, abandonou nossa luta, a nossa proposta de combater à corrupção, de um projeto de mudança para atender as reivindicações do nosso povo e promover nosso desenvolv imento sócioeconômico, e foi se juntar ao partido mais corrupto da nossa história, o PT. O Telmário abandonou compromisso com o povo de Roraima, para se juntar e defender o projeto de poder do PT e de interesses de suas candidaturas ao senado e da senadora do PT, ao cargo de governo. Lamento que o PDT tenha abandonado o legado de Leonel Brizola, para defender interesses de pessoas, de grupos, escândalos de corrupção e a decadência que o PT está levado o nosso amado Brasil e o nosso Estado de Roraima.
Quero esclarecer que não desistir da minha candidatura para governo, para apoiar a candidatura do sr. Telmário Mota e a candidatura da senadora Ângela Portela ao governo, como informou o senhor Raimundo Mota, para uma rádio da nossa capital. Penso que o senhor Raimundo Mota, tem o direito de defender o cargo dele, no Ministério do Trabalho, no governo do PT. Cargo esse indicado pelo senhor Telmário Moto. Porém eles não têm o direito de tirar minha candidatura, para atender seus interesses e o do PT. 

Penso que isso é um golpe, contra 80% do nosso povo, que almeja mudança e uma alternativa nova para governo. E de certeza, que Ângela e seu marido não atenderão a esse anseio popular, pois já governaram Roraima e também foram um verdadeiro fracasso, seria o retrocesso.

(Pela transcrição, Marcelo Coutelo)

O que Ângela acha disto? aliás, o que Ângela acha de qualquer coisa?

O post acima revela, como se preciso fosse, o jeito, digamos, peculiar do candidato a senador na chapa de Ângela fazer política. Aliás, não precisa ir muito longe, basta recuar um pouco no tempo para vê-lo, óculos severos e Bíblia na mão, figurando um pastor, satanizando a mesma Ângela. Como Ângela o aceitou na chapa, é de esperar que tenha engolido a ofensa, perdoado o agravo e fincado o pé para seguir com ele até o fim. É o que lhe restou no fim da feira. Sua aceitação, do mesmo jeito que aceita tudo o que o PT lhe impõe, fala por ela.
Pensando bem, o que ela acha de tudo?
Agora, o povo quer saber o que ela acha do que tratam estes dois posts que vão abaixo. O primeiro, revelando o Decreto que Dilma assinou, na calada da noite, prevendo a criação de conselhos populares, formados por integrantes de movimentos sociais, que poderão opinar sobre os rumos de órgãos e entidades do governo federal. O segundo, deixando muito claras as semelhanças entre o Petismo e o Malufismo, que a cada dia mais se aproximam, nos métodos e nos objetivos.

Da VEJA.com


Por Laryssa Borges.

Na semana passada, sem alarde, a presidente Dilma Rousseff editou um decreto cujo objetivo declarado é “consolidar a participação social como método de governo”. O Decreto 8.243/2014 determina a implantação da Política Nacional de Participação Social (PNPS) e do Sistema Nacional de Participação Social (SNPS), prevendo a criação de “conselhos populares” formados por integrantes de movimentos sociais que poderão opinar sobre os rumos de órgãos e entidades do governo federal. Que uma mudança tão profunda no sistema administrativo e político do Brasil tenha sido implantada pelo Executivo com uma canetada é motivo de alarme — e o alarme de fato tocou no Congresso nos últimos dias. Para juristas ouvidos pelo site de VEJA, contudo, o texto presidencial não apenas usurpa atribuições do Congresso Nacional, como ainda ataca um dos pilares da democracia representativa, a igualdade (“um homem, um voto”), ao criar um acesso privilegiado ao governo para integrantes de movimentos sociais.
“Esse decreto diz respeito à participação popular no processo legislativo e administrativo, mas a Constituição, quando fala de participação popular, é expressa ao prever como método de soberania o voto direto e secreto. É o princípio do ‘um homem, um voto’. Mesmo os casos de referendo, plebiscito e projeto de iniciativa popular têm de passar pelo Congresso, que é, sem dúvida, a representação máxima da população na nossa ordem constitucional”, diz o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Velloso.
“Sem dúvida isso é coisa bolivariana, com aparência de legalidade, mas inconstitucional. Hugo Chávez sempre lutou para governar por decreto. Nicolás Maduro, a mesma coisa. Isso está ocorrendo também na Bolívia e no Equador. É um movimento sul-americano esse tal constitucionalismo bolivariano, mas é algo que pugna pelo fortalecimento do Executivo, por uma ditadura e que prega a vontade dos detentores do poder. O problema desse constitucionalismo é que ele é um constitucionalismo que não é. Constitucionalismo pressupõe liberdade, Estado constitucional e vontade da lei, e não dos homens”, afirma Velloso.
Para o ex-ministro da Justiça Miguel Reale, o decreto é eleitoreiro: “Dilma ganha diálogo com os movimentos sociais e pode dizer ‘eu dei poder para vocês’”.

Leia a íntegra aqui: http://migre.me/jEono

Do Blog de Reinaldo Azevedo


Sempre que príncipes do pensamento — e da gramática! — como Emir Sader saúdam o caráter “progressista” do PT, eu e ele pomos a mão na carteira, por motivos diferentes.
O petismo, obviamente, não é e nunca foi, digamos, “progressista”. A turma é autoritária, aí sim, e isso, obviamente, é outra coisa. O petismo é hoje um meio de vida. A turma se apoderou do estado e não quer largar o osso de jeito nenhum. E aí vale tudo.
E, se vale tudo, vale também uma aliança com Paulo Maluf não apenas por motivos pragmáticos. Ao contrário. Eles têm é orgulho mesmo. O petismo é a profissionalização do malufismo. O petismo é malufismo transformado num sistema. O petismo é o malufismo pós-romântico, entendem? O malufismo ainda era aquela coisa que dependia do talento individual para certas práticas, como Butch Cassidy e Sundance Kid. Notem: há uma certa inocência perversa em Maluf, como alguém que não consegue fugir à sua natureza. O PT é a racionalização da voracidade malufista.
Imagens que valem por mais de mil palavras. A história se repete com Padilha.
A foto em que Lula e Fernando Haddad posam — Emir Sader escreveria “pousam” — ao lado de Paulo Maluf nos Jardins da Babilônia da mansão do notório político já fez história. Alexandre Padilha deve achar que o chefão do PP em São Paulo é uma espécie de talismã. E foi também ele em busca da sorte. Vejam as duas imagens, publicadas pela Folha.
É isso aí. Em 2010, Marilena Chaui tentou explicar a aliança do PT com Maluf. Segundo essa grande pensadora, Maluf não é de direita porque “sempre se apresentou como engenheiro”. Para Marilena, quando o sujeito é engenheiro, não é de direita; quando é de direita, não é engenheiro.
Entenderam onde foi parar o petismo? Dá pra descer mais? Sempre dá.

(Postado por Marcelo Coutelo)

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