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Dá para preocupar mesmo. |
O PT continua colhendo o que
plantou na economia. E vendo sair uma notícia ruim atrás da outra. Esta semana já
começa com uma pá delas. A cúpula do partido e do Governo devem estar ansiando para
que a Copa comece logo, para ver se o futebol canibaliza de vez os fatos políticos,
ocupa significativa parte do noticiário e atrai quase toda a atenção do público
que lê jornais. E forma opinião, diga-se de passagem.
A aposta no crédito como única forma de manter em crescimento a atividade econômica finalmente mostrou o quanto era equivocada. O próprio Lula, como veremos mais à frente em comentário de Ricardo Noblat, está entrando em desespero, atirando pra todo lado pra ver se ressuscita seu filho dileto e, com isso, o frenesi de consumo a prazo longo e juro baixo é retomado e faz de conta que a vida das pessoas está melhorando.
A primeira das notícias deve ser a
que mais preocupa o governo. Mais uma vez, a queda de Dilma em pesquisa faz
crescer o índice da bolsa de valores de São Paulo, termômetro dos humores do
mercado. Isso deve significar um bocado de coisas. A mais importante delas é que,
assim como os consumidores, os investidores perderam completamente a confiança
neste governo. E só veem saída para o país numa mudança. Qualquer governo
parece ser melhor do que o que está aí.
Enquanto isso, em São Paulo, o PT segue sua vocação de escorpião e, junto com o PSTU, paralisa a cidade e joga o paulistano no meio do caos. E Padilha segue com 3% das intenções de voto.
Segue um condensado de
notícias mais ilustrativas da fase. Leiam. E julguem.
(Para ler os links e a integra das matérias, clique+Ctrl)
Ibovespa dispara 3% após pesquisa do Datafolha
Petrobras e Eletrobras são os motores da alta
O principal índice da Bovespa disparou 3% no início desta sexta-feira, com investidores reagindo à pesquisa Datafolha que mostrou queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff e piora na avaliação do governo.
O mercado também avalia o relatório de emprego de maio dos Estados Unidos, que mostrou que empregadores mantiveram um ritmo sólido de contratações, criando 217.000 vagas fora do setor agrícola no mês passado.
Às 10h18, o Ibovespa subia 3,03%, a 53.120 pontos, enquanto o papel preferencial da Petrobras disparava mais de 6%, o da Eletrobras subia mais de 4% e a ação do Banco do Brasil, mais de 5%.
Eleições - Uma nova pesquisa eleitoral do instituto Datafolha sobre a eleição presidencial confirma a tendência de queda da presidente Dilma Rousseff em sua tentativa de reeleição. Segundo o levantamento divulgado nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, Dilmacaiu três pontos em relação à última pesquisa do instituto – a petista oscilou de 37% para 34%. Mas seus adversários na disputa ao Palácio do Planalto não subiram na preferência do eleitor. Aécio Neves (PSDB) tinha 20% e agora soma 19%, enquanto Eduardo Campos (PSB) aparece com 7%, ante 11% na pesquisa anterior.
(com agência Reuters)
PAINEL DA FOLHA
Planalto teme que inflação agrave queda de Dilma nas pesquisas
Segura o dragão Cresce no Planalto o temor de que um novo repique da inflação agrave a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas. Sondagens feitas pelo PT mostram que a rejeição ao governo sobe sensivelmente quando os eleitores são confrontados com cenários de alta de preços. Segundo auxiliares da presidente, a preocupação deve levá-la a sepultar de vez a possibilidade de um novo reajuste no preço da gasolina —pelo menos até 26 de outubro, data do segundo turno das eleições.
Do Blog do Noblat
A modéstia, convenhamos, nunca foi o ponto forte de Lula. Mas em relação a Dilma, sua invenção para presidir o país, ele guardava um certo recato. De público, cuidava para não reforçar a impressão de que a tutelava.
Na semana passada, em Porto Alegre, Lula mandou às favas todos os escrúpulos e fez o impensável – criticou a política econômica do governo. E na frente de um dos seus responsáveis.
Pobre Arno Augustin, Secretário do Tesouro. Ouviu poucas e boas diante de um auditório inclinado a concordar com tudo o que Lula dissesse.
Por uma questão de estilo e temperamento, Lula e Dilma são famosos por tratarem com grosseria seus subordinados. Mas isso sempre ocorre em particular. E, no caso de Lula, quando ele reconhece que foi cruel, costuma pedir desculpas sem pedi-las diretamente.
Pois foi constrangedor. Depois de, na véspera, reunido com empresários, ter chamado a atenção do governo para o risco de perder o controle da inflação, Lula valeu-se do seu próprio exemplo para ensinar a Arno – e, por tabela, a Dilma – como esquentar a economia.
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters
Defendeu a expansão do crédito, um meio de aumentar o consumo. E lamentou: “Se depender do pensamento de Arno você não faz nada”.
Voltou à carga: “Uma medida que tomamos foi aumentar a oferta de crédito. O Arno nem sempre gosta disso”, alfinetou. Arno sorriu meio sem graça.
“Eu acho, Arno, que um dia você vai ter que me explicar porque, se a gente não tem inflação de demanda, por que a gente está barrando o crédito? O crédito precisa chegar”, cobrou Lula. “Com crédito todo mundo vai à luta”. Depende.
No meio do segundo mandato de Lula, a receita soprada por Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda da ditadura de 64, funcionou de fato.
O governo tinha dinheiro para ampliar o crédito via bancos oficiais. A taxa de juros havia baixado, tornando os empréstimos mais atraentes. Disparava a boa avaliação do governo. E a indústria tinha capacidade ociosa e podia aumentar a produção para atender o consumo.
Hoje é tudo o contrário. Agravado pelo fato de que o pessimismo do brasileiro está em alta - e a culpa não é da oposição, como sugere Dilma.
A culpa é de um governo medíocre, centralizado em excesso na figura da presidente, e que realizou pouco.
A herança maldita que deixará é a frustração dos que acreditaram na palavra de Lula de que Dilma como gestora era superior a ele. Isso se chama estelionato eleitoral.
O troco está vindo a galope.
Desmancha-se a confiança no governo e nas suas políticas. Pela primeira vez desde 2007, a maior parte dos eleitores (36%) acha que a situação econômica só tende a piorar, segundo a mais recente pesquisa de opinião do instituto Datafolha. Para 64% a inflação vai crescer – eram 58% há um mês. O desemprego, também, acreditam 48% - eram 42% há um mês.
João Santana, marqueteiro das campanhas de Lula e de Dilma em 2006 e 2010, terá pela frente três tarefas de grande porte: reverter a expectativa negativa dos brasileiros quanto à economia; tornar positiva a avaliação do governo, e convencer a maioria dos que pedem um presidente diferente do atual que a continuidade com Dilma é melhor. Ou de que a mudança pode ser feita com ela.
O ano começou com Dilma como favorita para se reeleger no primeiro turno. Depois, as pesquisas indicaram que ela disputaria o segundo turno ainda na condição de favorita.
Agora, o favoritismo de Dilma está ameaçado. Chamem Lula... Para tentar salvá-la – e ao PT.
Economistas reduzem estimativa de crescimento do PIB a 1,44%
Previsão anterior era de 1,50%. Para 2015, o mercado também espera um ritmo menor de expansão
Para 2015, a estimativa de expansão do PIB foi revisada de 1,85% para 1,80% (Marcelo Almeida/EXAME)
Economistas de instituições financeiras reduziram as estimativas para o crescimento da economia brasileira neste ano, conforme mostrou o relatório semanal Focus, do Banco Central. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 passou de 1,50% na semana anterior para 1,44%. Para 2015, a expansão foi revisada de 1,85% para 1,80%.
Em relação à inflação, os economistas consultados mantiveram a projeção de 6,47% em 2014, mas ajustaram a perspectiva para o próximo ano a 6,03%, ante 6,01%. A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou
para 0,46% em maio e acumula alta de 6,37% em doze meses, bem próxima ao teto da meta oficial, de 6,5%. A informação foi divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com relação à Selic, taxa básica de juros, os economistas mantiveram a perspectiva de que ela encerrará o ano a 11% - mesmo patamar de hoje. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa após um ano de elevações, acreditando que a
inflação vai arrefecer. Para 2015, a estimativa é que a Selic finalize em 12%.
Abilio Diniz pede que governo pare de atrapalhar empresas
Em meio às comemorações de 70 anos da Sadia, o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, disse que o governo tem que parar de atrapalhar as empresas.
"Só esperamos que o governo não atrapalhe. O que precisamos é de regras claras e sem mudanças no meio do jogo", falou sobre o ambiente de negócios no país.
Outros membros do conselho da BRF, empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, aproveitaram a fala de Diniz para criticar a medida provisória 627, convertida na lei 12.973.
A Sadia terminou recentemente a construção de uma nova fábrica nos Emirados Árabes, que consumiu investimentos de US$ 150 milhões. A BRF teme que mudanças na forma de tributação afetem o resultado da empresa.
"Essa MP está ameaçando os investimentos que fizemos no Oriente Médio", afirmou Luiz Fernando Furlan, membro do conselho da BRF.
A MP altera a maneira como as companhias com produção no exterior são tributadas. Segundo o texto, toda empresa brasileira que produza fora do país precisa aferir o lucro por meio de uma subsidiária nacional, e ser tributada internamente.
Isso significa que o lucro externo será tributado pelas regras brasileiras, cujo Imposto de Renda pode chegar a 34% do lucro bruto.
"Sabemos que essa questão não está encerrada. O governo ainda está vendo se isso continuará dessa forma", disse Furlan.
CONCORRÊNCIA
Abílio Diniz ainda se irritou ao saber que o governo pode ajudar a JBS a comprar a empresa americana Hillshire.
Mais cedo, o novo ministro da Agricultura, Neri Geller, também presente na efeméride, disse à Folha que o governo brasileiro irá apoiar e ajudar as empresas brasileiras a se internacionalizarem.
"O Ministério irá apoiar qualquer agregação de valor às exportações. No que depender do Ministério, vamos ajudar", falou Geller.
De acordo com Diniz, a BRF não irá buscar apoio governamental nas empreitadas fora do país. "A BRF é muito forte, muito estruturada, e com pouca participação do governo. Sou contra qualquer ajuda do governo", afirmou.