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quarta-feira, 25 de junho de 2014

Tá precisando de rejeição? Deixa com Telmário.

Se era de rejeição que ela precisava...
No dia 11 deste mês, véspera do primeiro jogo da seleção, publiquei um post com o título “O mito da baixa rejeição” (Íntegra aqui http://migre.me/k5e9K), em que tentei demonstrar que, em disputas eleitorais, a baixa rejeição, longe de significar uma vantagem, quase sempre quer dizer baixo nível de polemicidade. 

Dizia lá que um político com baixa rejeição geralmente é um político com aceitação pouco firme, sem cheiro nem sabor, incapaz de montar um grupo de seguidores fiéis, daqueles que estão com ele pro que der e o que vier, que vão pra rua e quebram o pau por ele. Falava da Senadora do PT, é claro, cuja baixa rejeição é cantada em prosa e verso como seu maior trunfo.

O candidato senador da chapa do PT, Telmário, parece que leu o post e entendeu que, se rejeição era o que faltava para que Ângela fizesse decolar sua candidatura, levando-o a reboque, que deixassem com ele que tudo seria resolvido: rejeição é com ele mesmo. Esqueceu talvez que ele próprio, mesmo calado ou de megafone em punho, já agregava uma tremenda rejeição à candidata, pelo seu passado e pelo tanto que a atacou na eleição de 2010. Achou pouco. E saiu divulgando um panfleto aí, que só não o acusa de ter matado Odete Roitman, desempenhando seu papel preferido de vítima e jogando luz sobre fatos que pouca gente conhecia e, por isso mesmo, seria muito melhor deixar nas sombras. 

Resultado? Claro que foi pra ribalta, ganhou atenção negativa e deflagrou um processo que, se não for estancado, vai super expor sua imagem desgastada e colá-la de vez à candidata do PT. Não era rejeição que precisava? - deve ter pensado –, então tome-lhe rejeição até dizer chega. Um gênio!

Comenta-se à boca pequena que levou uma chamada geral da camarilha dos barbudinhos da elite do Partido e, pasmem, do Flamarion, que deve se achar uma flor com sua ficha suja que, pensa, não vai contaminar a alvura do hábito de noviça que sua mulher resolveu vestir para fazer política. Há quem acredite em tudo. Até que vai ser fácil explicar o quanto ela tem sido omissa enquanto a FUNAI segue perseguindo seu objetivo de transformar Roraima numa imensa aldeia indígena. O quanto tem calado diante do tanto que o IBAMA e o INCRA maltratam quem quer produzir. 

Parecer, até que parece. Mas não é. E vai custar uma nota.

De parecer a liminar é um pulo. 
Saiu a lista do TCU. E lá estava o nosso ex-governador, impávido colosso, cheio de processos pelas costas. Significa que Neudo está inelegível? É nisso que você, eu e a torcida do Flamengo acreditamos. Neudo, não. Sua trupe também não. Não esqueçamos que ele tem um parecer, um parecer milagroso que combina uns três artigos com uns não sei quantos parágrafos e incisos poderosíssimos e... pimba, lá vai ele lépido e fagueiro levando a turma na conversa.

O parecer não é bem isso, não tem essa força toda? É o que nós, pobres mortais regidos pelos fatos pensamos. Pra Neudo não tem problema: jura-se que há controvérsias, interpretações diametralmente opostas e que se vai arrancar uma liminar daquelas, boa para todos os males. Liminar, vocês sabem, é fogo na roupa. E lá vamos nós levando a turma no bico.

Se bobear, vai assim até bem perto da eleição. Aí ele senta para, digamos assim, um dedo de prosa com quem tiver mais garrafa vazia pra vender. E como vai ter um monte de gente acreditando e seguindo, a parada vai ser alta. Ora se vai!



terça-feira, 24 de junho de 2014

Estratégia de mulher de malandro.

Agora está aqui. Até quando?
Não sei se é manifestação precoce da chegada do Alemão, não sei se esqueci tudo o que sabia, aliás, não sei nem se algum dia cheguei a saber de alguma coisa ou se, como Sócrates, sempre só soube que nada sabia. O fato é que, caminhando pela contramão, como sempre gostei de caminhar pra ver e dar tempo de desviar de quem vem por riba d’eu, acho que há muito se está perdendo tempo com esse menino, o Telmário, que parece vai ser candidato a senador na chapa da senadora do PT. A mesma a quem, Bíblia na mão e óculos de armação grossa, figurando um pregador, andou demonizando na eleição passada.

Equilibrando o nada em
cima de coisa nenhuma.
Perdendo muito tempo, gastando muita energia e fazendo exatamente o que ele quer e precisa para passar do figurante que sempre foi a protagonista. Já disse aqui o que penso. E penso que o caboco não tem nada de besta. Ao contrário, é artimanhoso e calculista como uma mucura. Vive há anos na e da política, equilibrando o nada em cima de coisa nenhuma, só fazendo estardalhaço, só botando defeito no trabalho alheio, só baixando o sarrafo no governo e em quem estiver por perto. Desde que, logicamente, ele não esteja no referido governo, abocanhando cada naco destamanho e, a cada dentada, subindo na vida.


Dele, não se conhece uma proposta, uma ideia, um palpite que seja em prol de Roraima e do bem estar do nosso povo. Dele não se sabe uma vez em que tenha permanecido com alguém ou algum grupo pro que desse e o que viesse, no sol e na chuva. Sua história política é um constante pular de galho em galho. Alia-se por conveniência. E desalia-se, também por conveniência, numa velocidade supersônica, quando pressente o furo, por menor que seja, no fundo do barco. E, quando salta fora, ataca. Ataca com voracidade, não importando se a mão que morde seja a mesma que na véspera o alimentou.

As mãos que hoje morde já o alimentaram.
Não tem estatura. Não tem dimensão. Não tem visão de mundo. Não enxerga sequer sua aldeia. Mas enxerga o menor sinal de fraqueza em aliados e adversários. Vive da colheita da rejeição que seus ataques a esmo consigam causar. Alguma sempre causam. Sempre há quem procure um desaguadouro para suas mágoas: para algum lugar hão de correr os rejeitos, não é verdade? Sua estratégia, para mim clara como água, é transformar-se nesse desaguadouro, nesse repositório de maus pensamentos, raivas, invejas e medos.

Estão lhe dando o que ele quer. Estão lhe dando atenção, estão lhe dando a chance de se fazer de vítima. Mulher de malandro, vocês sabem, quanto mais apanha mais gama. Político da qualidade dele, quando mais apanha mais aparece. é tudo o que quer. 

Como dizem os mineiros, melhor deixar quieto. Ai ele volta para a insignificância de onde nunca o deveriam ter tirado.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Em política, o fígado costuma ser o pior conselheiro. Ou: muita calma nesta hora.

O post que segue abaixo foi publicado aqui no dia 26 de abril, nos primórdios deste blog. Diante do que tenho acompanhado nas redes sociais, não perdeu a atualidade e a cada dia se torna mais necessário. Por isso vou republicá-lo, com as atualizações que o adaptem ao atual estilo gráfico da página.
Vamos ao post. Tenham paciência, leiam e depois me digam se não tenho pelo menos uma parcela infinitesimal de razão.

Cavalo não tem chifre. A não ser que alguém coloque. E estão colocando.

Anchieta inaugurando vicinal e agregando mais valor à sua imagem.
Mais perdida que deficiente visual em tiroteio, a oposição, na falta de algo mais, digamos assim, atraente para o eleitor, resolveu apelar para o velho recurso de tentar desestabilizar seus oponentes. E soltou seus militontos barbudinhos e imberbes nas redes sociais, prontos para tudo. Primeiro, para dar um alento, uma dose extra de oxigênio aos petistas e sem-governo em geral, fornecer-lhes alguma coisa para argumentar. Segundo, para tentar semear o pânico e a insegurança nas hostes governistas, principalmente entre os simpatizantes da candidatura Anchieta.
É só entrar no face book para ver lá posts e mais posts insistindo num possível dissenso entre o ex e o atual governador. Uma briga que não houve, não há e não haverá, é o que me dizem meus muitos anos como observador da cena política e seus personagens - a natureza humana é a mesma aqui, ali e acolá, podem ter certeza.
O pior de tudo é que tanto os com quanto os sem-governo terminam embarcando na conversa mole, engolindo qualquer boato e procurando chifre em cabeça de cavalo, enfim, algo que consiga dar materialidade à euforia de uns e à paranoia de outros. E multiplicando algo que não é especulação: é esperteza, que nisso de espalhar boatos e criar a cizânia os petistas e seus aliados de conveniência são mestres. É só lembrar das muitas vezes em que saíram de casa em casa espalhando que Serra ou Alckmin iam acabar com o bolsa-família, privatizar o Banco do Brasil e a Petrobrás e outras mentiras tão devastadoras quanto..

Vamos desenhar aqui. Chico é Chico, Anchieta é Anchieta. Duas pessoas, dois estilos, duas experiências, duas histórias de vida. Chico é candidato a governador; Anchieta, a senador. Não disputam o mesmo espaço, são aliados. Claro que Chico, ao assumir, tinha que estabelecer um diferencial, até para justificar para os seus aliados históricos a sua capacidade de transformar em ação os seus muitos anos de militância política, mostrar a que veio, deixar claro quem é e do que é capaz. E está mostrando, lenta e seguramente como recomenda o manual.
Para se eleger, Chico precisa usar esses poucos meses para mostrar serviço, capacidade de trabalho, de gestão e de conciliação de interesses conflitantes, enfim, qualidades inerentes a quem governa. Só assim pode pensar em convencer os eleitores.

Chico: governando dentro do seu estilo. 
Anchieta, não. Não tem que mostrar do que é capaz. Já fez seus acertos, já cometeu seus erros, já formou sua imagem. Nada que Chico faça em seu esforço de governar será capaz de agregar ou desagregar valor a essa imagem. Anchieta não está disputando cargo administrativo. Tem só que permitir que o eleitor o compare com os seus possíveis oponentes, deixar clara a distância que há entre a sua estatura, dimensão e visão de mundo e a deles. E, com certeza, sair amplamente vitorioso na comparação. Porque, no Senado, Roraima precisa de alguém que tenha cosmovisão suficiente para entender o processo politico e o momento histórico. Anchieta já mostrou que tem a dimensão e a estatura políticas que o cargo exige. E não vai ser batendo no governo de Chico que isso vai ficar mais claro, muito antes pelo contrário.
Quem entender isso pensa no futuro e sabe escolher o caminho certo para chegar lá. Quem não entender, que se contente com um ou outro concurso público, cada dia mais raros, e uns carguinhos comissionados. E com um PT cada dia mais ousado em sua deliberada intenção de impedir o estado de implantar um processo de desenvolvimento baseado no setor produtivo e na livre iniciativa.

Muta calma nesta hora. Porque é tempo de fortalecer-se e ter sobriedade para saber separar o que é verdade do que é intriga pré-eleitoral das muitas que ainda virão por aí, tentativa desesperada de escapar do perigo de ficar mais uns tantos anos sem um governo para chamar de seu e aproveitar.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Vale a pena ler de novo.Ou: não pagou dez.

Uma utopia chamada Neudo. Ou a volta dos velhos macuxis. (Postado neste blog em 20 de maio de 2014)
O ilusionista
Neudo é uma figura surpreendente. Um mágico, um tipo capaz de fazer a sua trupe acreditar em qualquer coisa e sair atrás em aventuras onde, no fim, só ele ganha, enquanto os outros assistem e, pior, batem palmas e voltam a acreditar de novo e tantas vezes sejam necessárias. Teve oito anos no poder e o que se pode dizer que fez por seu Estado natal, além de dar-lhe um golpe quase mortal nas finanças e inventar esquemas para levar vantagem pessoal? Todo mundo sabe. Saiu na Imprensa Nacional. Mas ele continua a ter voto. Cada vez menos. Mesmo assim...

O alimentado.
Agora, mesmo com toda a opinião pública, juristas respeitados e a torcida do Flamengo certos de que ele está pra lá de inelegível, por conta da montoeira de processos que tem pelas costas, sacou do bolso do colete um dossiê poderoso, tipo maravilha curativa do Dr. Humphreys, que serve para todos os males, inclusive espinhela caída, mau olhado e inelegibilidade, deixando o suplicante imaculado feito Madre Teresa de Calcutá e mais elegível do que Sobral Pinto. Isso sem combinar com os homens de capa preta. E a turma acredita. A credulidade alheia não é impressionante? Ou será que o besta aqui sou eu? 

Com essa conversa de dossiê, armou uma chapa puro-sangue, unindo os velhos macuxis e tendo ele, Neudo, logicamente, como candidato a governador. E lá estão Mozarildo, que enfim alimentou sua fixação pela vaga de senador, e Getúlio, que vai fazer o que mais sabe: fingir que sabe tudo, de política principalmente. Vai orientar a moçada nas artes do maquiavelismo aplicado, no mais puro estilo tudo faremos pela vitória. Sucesso garantido. Não vê o tanto de eleição que ele já ganhou?
O professor sem votos.
É claro que tudo isso que se disse até aqui pode ser a maior armação que já se teve noticia na história política de Roraima, cuíca do Brasil. Como todo mundo ali bate em pau de dois bicos, podem estar fingindo que abandonaram Ângela para, no que os adversários amolecerem, voltar com um apoio estruturado e militância motivada para levar mais vantagem numa negociação. Ou eles pensam que só eles pensam?
Só tem um pequeno problema. Estamos a pouco mais de trinta dias do prazo limite para as convenções. Toda essa armação só vale até lá. E se não der certo? E se os homens que decidem entenderem : candidato aqui tem que ter ficha limpa feito a reputação do Papa Francisco? Aí danou-se. E o jeito vai ser Getúlio sair pro sacrifício. Do jeito que ele é ganhador de eleição...



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Exceção necessária para lembrar oportunidades perdidas.

Sou leitor fiel da coluna de Edersen Lima. Não perco uma. Revelam um colunista muito bem informado, o que é fundamental, e um analista muito agudo da cena política, em que pesem suas idiossincrasias -quem não as tem? Em razão do que publicou hoje, me vejo obrigado a fazer uma exceção a uma postura que tenho adotado desde que comecei com este blog: nunca falar, bem ou mal, do senador Romero Jucá. Seja por sermos ligados há muito tempo por relações de trabalho e amizade, seja pela admiração que nutro pela sua capacidade de pensar e agir política e administrativamente, minhas análises dificilmente seriam isentas, como se espera e eu gostaria que fossem.

Concordo com Edersen quando diz que Telmário quer ser ou ter o que Jucá é e tem. Quem desdenha quer comprar, reforça o articulista. Mas não acho que é só isso. Telmário escolheu deliberadamente atribuir a Jucá todos os males do Estado na esperança de posicionar-se como desaguadouro de qualquer parcela de rejeição, por mínima que seja, que Jucá, como qualquer político maiúsculo, possa ter. O que move Telmário é em parte inveja e em parte cálculo. O caboco é astucioso e, com certeza, intuiu essa estratégia de crescer batendo no maior. Pena, para ele, que o maior não lhe dê bola.

1989. Jucá no asfaltamento da BR 174 Mucajaí-Caracaraí. Tudo era possível. Ah, eu sou o terceiro a partir da esquerda.

Mas não concordo com Edersen quando diz que Romero Jucá nunca governou o Estado. Governou, de setembro de 1988 a março de 1990 – e este blogueiro teve a honra e o prazer de fazer parte daquela experiência memorável. Tudo bem, éramos ainda Território, em transição para Estado. Mas os problemas eram talvez até maiores. E Jucá já pensava o futuro do Estado. Em seu curto período de governo, já agia para prepara-lo para esse futuro. Antes de desembarcar para assumir o mandato, já proclamava sua crença em que o estado tinha tudo para transformar-se no celeiro da Amazônia, um grande produtor e exportador de alimentos. Raciocinava ele que, com seus vastos campos e cerrados, perfeitos para conseguir-se alta produtividade, Roraima não precisava desmatar para produzir, o que lhe dava enorme vantagem competitiva frente aos demais estados da região.

E agiu. Para cultivar o lavrado e o cerrado é preciso calcário? Então que se traga o calcário. E montou uma usina de Calcário em Caracaraí. É preciso começar produzir para provocar um efeito demonstração indutor? Que se produza soja, a redenção dos cerrados goiano e baiano. E trouxe semente de soja de avião para iniciar o primeiro plantio. É preciso estrada para sair da dependência do rio e escoar a produção por via terrestre? Que se asfalte a 174 até Caracaraí, com recursos próprios.
Soja. As primeiras sementes Jucá trouxe de avião. 

E mais fez em seu pouco tempo. Mais importante do que fez é o que pensou, o que enxergou lá longe e o que planejou. Já via na estrada para Georgetown a saída para o Caribe e, daí, para o mundo. Já falava em energia de Guri. Já falava em produção de cana de açúcar como potente motor a gerar poderosos efeitos sore a economia. Pensava longe. Pensava certo. Se Roraima lhe tivesse dado chance, em vez de apequenar-se em questiúnculas paroquiais e medos sem razão de ser, outra seria a nossa situação hoje, em outro patamar estaríamos. Ninguém sai de um estado com pouco peso politico na federação para se transformar num dos políticos mais influentes do Brasil por acaso. E o melhor que Roraima tem a fazer é explorá-lo, sugar-lhe toda a energia, vontade de trabalhar, capacidade de gerir, de fazer acontecer, usufruir de sua influência no cenário nacional, de seu talento para aglutinar, desarmar espíritos e atingir o objetivo focado. É o que, acredito, Chico Rodrigues deve ter percebido.

Eu costumo dizer que Romero Jucá é um tipo especial de carro de Fórmula 1, que corre muito mais do que os outros, nunca perde o ponto da freada nem sobe no guard rail. E que o melhor a fazer é aproveitar o tremendo vácuo que seu deslocamento produz. Não se vai conseguir ultrapassá-lo. Mas dá para economizar combustível e, do mesmo jeito, subir ao pódio no final. Pra que mais do que isso, não é verdade?

Vaia no do juiz é refresco.

Alguém aí falou em constrangimento?
Lula, em desespero com o buraco a que a incompetência de Dilma e os números no mínimo preocupantes da economia estão levando o PT, vem fazendo o que melhor sabe: apelar para a ignorância combinada com baixaria para acirrar uma luta de classes que só existe em seus delírios. (Sobre o assunto, leiam o post seguinte) E, com sua enorme capacidade de simplificar, classifica a vaia a Dilma como uma manifestação de ódio aos pobres. Atrás dele seguem os áulicos de sempre, jornalistas que se pensam progressistas, intelectuais, artistas e outras figurinhas carimbadas da esquerda patropi. Esquerda, aliás, que tem seu melhor desempenho em torno de uns chopps com salaminho, geralmente num barzinho de Ipanema ou Leblon, que ninguém é de ferro e salvar o país dá muita sede.

Para esse povo todo, seguindo feito carneiros o comando de Lula, a vaia de Dilma foi coisa dos que fazem parte da elite branca, cheirosa e arrumadinha, únicos que podem pagar o preço escorchante dos ingressos cobrados pela FIFA. Foi uma demonstração clara de “intolerância, machismo e má educação”, baba raivoso um tal de Renato Janine, que escreve no Valor, cobrando dos candidatos de oposição que se manifestem contra aquele brado praticamente uníssono que mandou a presidente tomar onde a galinha toma, em vez de classificá-lo como o que realmente foi: uma manifestação espontânea de repúdio.
 
E olha que eles só decidem resultado de jogos.
Nelson Rodrigues, com suas frases lapidares, dizia que, num estádio lotado, a torcida vaia tudo, até minuto de silêncio. Não é preciso ir tão longe para constatar mais esse óbvio ululante de que Nelson era mestre. Todo dia, em qualquer estádio do Brasil onde estiver sendo disputada uma partida, a galera grita mandando o juiz, ou melhor, árbitro, tomar no mesmo lugar em que mandou Dilma. Quer dizer, senhores moderninhos e politicamente corretos, que mandar tomar naquele lugar o cara que decide o destino de um simples jogo de futebol, pode, mas mandar a presidente, que decide os destinos do país e, logo, de nossas vidas, não pode? É isso?

Aquele grito, senhores, foi apenas uma reação ao quanto e ao quanto tempo estão debochando de nós, ao buraco aonde o PT está levando nosso país, ao crescimento ridículo, à incompetência paralisante, à corrupção escancarada, às obras inacabadas...

Ora, senhores: poupem a galinha. Vão vocês mesmos tomar onde ela toma todo dia e deixem a torcida curtir sua revolta em paz.



(Do blog de Reinaldo Azevedo)

Leiam o editorial do Estadão de ontem. Exemplar!

No desespero diante da sólida evidência de que a incompetência de Dilma Rousseff está colocando seriamente em risco o projeto de poder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva apela para seu recurso retórico predileto: fazer-se de vítima, acusar “eles” – seus adversários políticos – daquilo que o PT pratica, transformando-os em inimigos do povo e sobre eles jogando a responsabilidade por tudo de ruim e de errado que acontece no País. Lula decidiu de vez “partir para cima” e deixou claro que até outubro estará se atolando no ambiente em que se sente mais confortável: a baixaria.

Uma das mais admiráveis figuras do século 20, Nelson Mandela, reconciliou a África do Sul – que saía do abominável regime do apartheid – consigo mesma promovendo pacificamente o entendimento entre a minoria branca opressora e a ampla maioria negra oprimida. Lula continua fazendo exatamente o contrário: dividiu os brasileiros entre “nós” e “eles”, arrogando-se a tutela sobre os desvalidos, que tem procurado seduzir, transformando-os não em cidadãos, mas em consumidores. Um truque que, como se vê hoje nas ruas, está saindo pela culatra.

Pois é exatamente o homem que subiu na vida com um punhal entre os dentes, disseminando a divisão em vez da consciência da cidadania como arma de luta contra as injustiças sociais, que agora, acuado pelo desmascaramento da enorme farsa que tem protagonizado, tem a desfaçatez de prognosticar que “a esperança vai vencer o ódio”.

Leia a íntegra aqui: http://migre.me/jTrFi

(Editado e postado por Marcelo Coutelo)


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Todo mundo nu!


Foto aérea da Boa Vista dos sonhos da Funai do PT. À esquerda, Rio Branco.
Estamos vivendo tempos muito perigosos. Tempos em que um homem, movido apenas pela sua muito particular visão de mundo, ideologia jurássica ou por outros interesses inconfessáveis, sem qualquer critério objetivo que possa ser contestado, tem o poder de decretar, ao seu talante, que uma área é indígena e provocar a perda de um patrimônio que levou anos para ser construído. E Roraima inteiro sabe do que estamos falando. Os expulsos de Raposa Serra do Sol ainda choram a terra perdida.

Quem controla esses homens? Quem lhes conferiu um poder que, no governo do PT tornou-se praticamente absoluto? E, mais importante de tudo, quem vai pará-los, já que a Senadora do PT não tem qualquer influência em seu próprio partido para defender os interesses do povo de Roraima? É bom pensar muito bem nisso tudo. Porque, de reserva em reserva, vamos terminar virando uma grande aldeia. E daqui já vou conclamando: todo mundo nu! 

É melhor ouvi-la para não chorar depois.
Exagero? Enquanto nós vamos discutindo as traições de Telmário, as peraltices gastronômicas de Mozarildo, o parecer milagroso de Neudo, se fulano é candidato em faixa própria, se sicrano vai deixar beltrano na mão etc, as coisas vão acontecendo na terra de Macunaima. Melhor ficar ligado.
Com a euforia pela vitória da seleção, deve ter passado mais ou menos despercebida a matéria do Jornal de Roraima da sexta feira última em que a deputada Aurelina Medeiros falou a respeito da criação de uma nova reserva indígena no Estado. Mais uma! Pouca gente talvez tenha se dado conta. Mas o assunto é grave. Aliás, no momento em que uma candidata do PT disputa o governo do estado, gravíssimo. 

Eles decidem como querem.
Segundo a deputada, para quem o governo do PT nunca respeitou Roraima, estão “trazendo índios Ianomâmis e Wai Wai para criar uma nova reserva de 43 mil hectares, acabando com a área de Rorainópolis, e criando reservas em São João do Baliza”. Prossegue: “Estou alertando, mais uma vez, que o governo do PT está criando uma reserva inexistente. Pessoas que moram há mais de 50 anos naquela região sabem que nunca existiu índio ali. É mais uma mentira, uma armação, uma enganação”.

O mapa diz tudo. Já tomaram o amarelo, o verde e o vermelho. Só falta o marrom. E do jeito que vai...

Ela disse ainda que ficou sabendo da existência dessa reserva por acaso, quando esteve no Sul do Estado tratando do Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE). Segundo ela, “estão fazendo demarcações de forma sorrateira. E as áreas já estão em vias de homologação”. Segundo ela, a Reserva Pirititi foi apresentada em audiência publica do IBAMA como consolidada. “Quem em Roraima já ouviu falar em Reserva Pirititi uma vez na vida? Isso está sendo feito de forma sorrateira. Nosso estado está sendo massacrado pela pelo governo do PT”. Concluiu.




domingo, 15 de junho de 2014

Resultado da copa e eleições: algo a ver?

1970. A Ditadura barbarizando e o povo delirando
Depois da mais que estrondosa, pornográfica e, por que não dizer?, merecida vaia em Dilma na abertura da Copa, começa-se a discutir com mais vigor a influência do desempenho da seleção no resultados das eleições. Desde muito antes do início da competição, tenho lido analistas amadores e profissionais e, até mesmo, ouvido de políticos experientes que a eleição de Dilma está diretamente ligada ao desempenho da Seleção. Conclusões geralmente simplistas. Para não dizer simplórias. É lógico que há alguma espécie de correlação, mas a história nos mostra que uma coisa tem muito pouco, quase nada, a ver com a outra. Se não, vejamos.

Em 1958, 62, 66, 70, 74, 78, 82 e 86 teve Copa, mas não teve eleição. E, embora o governo militar tenha faturado muito bem o tricampeonato, não se pode falar em eleição, principalmente nos anos sessenta e setenta. 1990 teve copa, mas não teve eleição. 1994 teve copa, teve eleição, a seleção ganhou o tetra e o candidato do Governo ganhou, com Fernando Henrique. Ganharia com ou sem seleção: o Plano Real e seu golpe mortal numa inflação de 900% ao mês inflação era estandarte difícil de ser batido. Com ele, até Eymael ganhava.

Taí uma boa ideia.
1998, copa, o Brasil perdeu na final, com convulsão ou amarelão do nosso maior ídolo, e Fernando Henrique se reelegeu no primeiro turno. 2002, copa, o Brasil ganhou o penta, Vampeta deu cambalhota na rampa do Planalto e Lula ganhou do candidato de Fernando Henrique, José Serra.

2006, o Brasil ficou melancolicamente no meio do caminho e Lula, com Mensalão e tudo pelas costas, reelegeu-se. 2010. Copa, mais uma vez o Brasil ficou no meio do caminho. E Lula elegeu seu poste.

Agora, copa, no Brasil. Dilma vai à eleição com um amontoado de denúncias sobre faturamento nos estádios, obras inacabadas, aeroportos sem condições, escândalo da Petrobrás, estradas em petição de miséria, demonstrações cabais de incompetência, e mais inflação, crescimento ridículo da economia e outras tantas mazelas. Sua eleição, como as outras, não depende do desempenho da Seleção. Ganhemos ou percamos a Copa, a eleição será muito mais influenciada por quantos forem à rua protestar, com que disposição vão exigir o famoso padrão FIFA. E, principalmente, o quanto estão cansados de serem debochados por um PT afundado em corrupção, que nos está fazendo perder oportunidades e nos pondo no caminho do mais primário dos bolivarianismos, do venezuelano ao boliviano. A vaia foi muito mais do que um desabafo: foi uma manifestação de nojo. E pode, sim, indicar uma tendência.

João Saldanha dizia que se macumba ganhasse jogo o campeonato baiano terminaria empatado. Pois é. Ganhar ou perder a copa não derrota ninguém. Já incompetência, inflação, crescimento ridículo e carisma zero...

quarta-feira, 11 de junho de 2014

O mito da baixa rejeição.

Baixa rejeição: isso é bom ou ruim?
Marco Maciel, um dos políticos com maior capacidade de análise da cena politica e da natureza humana que conheci, dizia que esse negócio de rejeição muito baixa não é atributo positivo para competir numa eleição. Segundo ele, rejeição baixa significa baixo nível de polemicidade, que reconhecia nele próprio. Ou seja, um político com baixa rejeição geralmente é um político com aceitação pouco firme, incapaz de montar um grupo de seguidores fiéis, daqueles que estão com o cara em qualquer tormenta, que o defendem em qualquer situação, que partem pro pau por ele.

As aparências quase sempre enganam.

É mais ou menos por aí.
Um politico assim, com baixo nível de polemicidade, é do tipo que nem fede nem cheira. Ou seja, não desperta sentimentos exacerbados, negativos ou positivos. Ninguém odeia. Em compensação, ninguém ama apaixonadamente. O contrário do que é Maluf, por exemplo, o arquétipo do político polêmico. Há quem o siga cegamente. Há quem o rejeite ao nível da repulsa. Mas não há quem lhe seja indiferente.
A baixa rejeição geralmente é fruto do não posicionamento político, do evitar tomar posição em assuntos que dividam opiniões. Um politico com baixa rejeição não é vermelho nem verde: é incolor. Não está deste ou do outro lado do muro: está sobre ele, equilibrando-se pra ver se consegue manter sua posição dentro do seu grupo.
Se estou falando de Ângela? Claro. A candidata do PT montou a farsa da aluna de colégio de freiras, que tem um comportamento sempre impecável, que não é sim nem não, muito pelo contrário. Me digam quando ela tomou posição em assuntos polêmicos, em que momento confrontou a maioria ou a minoria? Quando votou contra a redução da maioridade penal, dirão vocês. E estão enganados. Ali, mais uma vez mostrou-se uma menina obediente. E votou para não desagradar seu Partido, que lhe dá a sustentação e substância políticas que ela não tem por si própria. No mais, limitou-se a ficar de fora. E aplaudir e sair na foto depois que as lutas eram ganhas.

A hora do vamos ver.
Dá para explicar esse perdão a tanta ofensa?
Pode-se argumentar que ela ganhou uma eleição majoritária. Ganhou, sim. Mas ganhou de quem? Teve que confrontar-se com quem? Telmário? Mas ainda há quem dê crédito ao que Telmário diz? Ao ser atacado por ele, um concorrente só corre o mesmo risco que corre a massa de pão de ló: quanto mais se bate mais ela cresce. Vamos vê-la disputar uma eleição de verdade, tendo que tomar posição, apresentar propostas e posturas que serão confrontadas com outras posturas e propostas. Vamos ver como se sai de um embate em que vão lembrar aos seus paizinhos e mãezinhas que ela votou contra a redução da maioridade penal, permitindo que menores continuem a infernizar a vida das periferias, seu ambiente de colheita. Vamos ver como se sai quando lembrarem o quanto ela tem sido omissa enquanto a FUNAI segue perseguindo seu objetivo de transformar Roraima numa imensa aldeia indígena. O quanto tem calado diante do tanto que o IBAMA e o INCRA maltratam quem quer produzir. Vamos ver

Pesquisa presidencial – Resultado do Ibope tem lá as suas estranhezas, mas uma coisa é certa: é muito ruim para DilmaDo blog de Reinaldo Azevedo

É… A pesquisa do Ibope sobre a intenção de votos para presidente da República foi divulgada depois do encerramento da convenção do PMDB. Tivesse saído antes, o resultado poderia ter sido ainda pior para a presidente Dilma Rousseff. Se a eleição fosse hoje, segundo o instituto, a petista teria 38% das intenções de voto, oscilando dois pontos para baixo em relação à de maio. Já Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB, oscilaram dois pontos para cima: o tucano aparece com 22%, e o peessebista, com 13%. O Pastor Everaldo, do PSC, surge com 3%.
Os números são significativamente distintos dos da pesquisa Datafolha, divulgados há quatro dias: nesse caso, a petista aparece com 34%, o tucano, com 19%, e o ex-governador de Pernambuco, com 7%. No Ibope, pois, Campos teria quase o dobro dos votos do que lhe confere o Datafolha.
Seja lá como for, os números não são bons para Dilma, especialmente os do segundo turno. Se a eleição fosse hoje, a presidente teria 42% dos votos, contra 33% de Aécio — só nove pontos os separam. Numa polarização dessa natureza, esses nove valem 4,5 pontos. No Datafolha, com números bastante distintos, a diferença é de oito pontos: 46% a 38%. Curiosidade: há menos de um mês, no próprio Ibope, Dilma tinha 43%, e Aécio, 24%. Uma diferença de 19 pontos foi reduzida a… 9! Com a devida vênia, ou a pesquisa de antes (o que me parece certo!) ou a de agora está errada. Por que tamanha mudança na vontade do eleitorado? Também contra Campos, a diferença caiu bastante: de 42% a 22% para 41% a 30%. Do nada, 20 pontos viraram 11.
Estranha simulação
O Ibope fez ainda uma estranha simulação, consta que a pedido da Uvesp, a União dos Vereadores de São Paulo. Apresentou o nome dos pré-candidatos associados a vice. Só Campos ampliaria significativamente o seu eleitorado quando associado a Marina Silva: teria 17% ou 18% das intenções de voto. A variação de Aécio e Dilma seria irrelevante, independentemente dos respectivos vices. A simulação é um pouco estranha porque campanhas não costumam se ancorar em vices, né? Pela primeira vez uma pesquisa aponta uma transferência de votos dessa magnitude de Marina para Campos, coisa que a gente não percebe no eleitorado da ex-senadora.
O PT tinha comemorado efusivamente, na pesquisa anterior do Ibope, o que considerava estancamento da queda de Dilma e início da recuperação (no caso, ela passara de 37% em abril para 40% em maio). Certamente, o PT negará agora que a crise continua.
(Postado por Marcelo Coutelo)

Oportunismo de grevistas e sem-teto (Editorial)
O Globo
de extrema obviedade a coincidência entre movimentos grevistas e reivindicatórios, como o do MTST em São Paulo, e a proximidade da Copa. Afinal, será muito ruim para torcedores, população em geral e imagem do país, se a cidade-sede do jogo de abertura do torneio, amanhã, enfrentar dificuldades devido a passeatas e conflitos nas ruas.
Sindicatos, entre eles o dos metroviários paulistas, e o MTST demonstraram oportunismo ao transformar a Copa em refém na tentativa de conseguir o que desejam.
Os metroviários esbarraram em dois obstáculos: a Justiça do Trabalho concedeu à categoria 8,7% de reajuste, acima da inflação, portanto, assim como cumpriu a lei ao declarar a greve “abusiva”; e o governo de Geraldo Alckmin demitiu dezenas de grevistas depois disso.
A maior vítima de greves no transporte público, como sempre, é a grande massa da população, de renda mais baixa. Com toda razão, por isso, a desembargadora Rilma Hemérito, do Tribunal Regional do Trabalho paulista, fez duras reprimendas em reuniões distintas de conciliação com metroviários e representantes de motoristas e cobradores.
Além da Copa, outros ingredientes no momento atribulado da cidade de São Paulo são a relativa vulnerabilidade da candidatura da presidente Dilma à reeleição e a situação incômoda do pré-candidato petista ao Palácio dos Bandeirantes, Alexandre Padilha, escolhido por apenas 3% dos eleitores ouvidos em recente pesquisa.
Fica mais fácil, neste quadro, pressionar o PT do Planalto e o do governo do prefeito Fernando Haddad. Se os metroviários ainda ameaçam devido às demissões, as quais desejam reverter em troca de uma quinta-feira sem dificuldades na cidade, os sem-teto do MTST, braço urbano do MST, suspenderam qualquer manifestação para amanhã. E os próximos dias, pois conseguiram importantes vitórias.
A primeira, fazer que com a área invadida ao lado do Itaquerão, onde haverá o jogo Brasil e Croácia, seja incluída no programa Minha Casa Minha Vida. E depois forçaram a própria mudança do programa de habitação, para seu alcance não se limitar a moradores de áreas de risco, além de ampliar o número de unidades a serem construídas e aumentar o limite da renda familiar dos beneficiários de R$ 1.600 para R$ 2.172, a fim de incluir os “sem-teto” paulistanos, a clientela do MTST.
Antigo aliado do Planalto, o MST, agora na versão urbana, é mais uma vez beneficiado. Já no início do primeiro governo Lula, o decreto que impedia desapropriação de terra invadida foi considerado letra morta. Agora, a prefeitura e o Planalto tratam de ajudar o MST urbano em São Paulo, cujo prefeito está mal avaliado pela população. Ficou uma mensagem implícita: se quiser casa, filie-se ao MTST. E, dessa forma, o direito constitucional de propriedade passa a ser ainda mais fragilizado na maior cidade do país.
 (Postado por Marcelo Coutelo)



terça-feira, 10 de junho de 2014

Cega, surda... mas falando só o que lhe convém

De nada adiantou Luciano desautorizar a tal fonte de alto coturno que, semana passada, passou ao jornaleco a informação de que ele seria candidato a Senador com ou sem o apoio da chapa governista. De nada adiantou Anchieta dar entrevista ao próprio folhetim desmentindo qualquer fissura nas hostes do grupo governista. E de nada adiantou também Chico e Rodrigo, acompanhados de um número expressivo de deputados, reunirem-se com Anchieta e, publicamente, darem uma demonstração de união e hipotecarem apoio à sua candidatura ao Senado.

O pasquim viu tudo, ouviu tudo, mas parece que não entendeu. Ou melhor, não quis entender. E continua usando suas poderosas antenas a válvula para tentar semear a discórdia no grupo. Espera, com isso, compensar a fraqueza da chapa em que, por absoluta falta de alternativa, está jogando todas suas fichas. Mas vai ser difícil.  Tanto o pífio lançamento da candidatura de Ângela, com um palanque cheio de nada e alguns gatos pingados vindos de fora a revelar completo isolamento político, quanto o ainda mais patético lançamento da candidatura de Telmário a senador, que não conseguiu sequer unir o seu próprio partido, apontam a direção do fracasso anunciado.

Só resta mesmo Neudo. Ou o jornal do cheio de voto embarca no conto do parecer combinado com liminar e sai por aí defendendo a candidatura do homem, ou reposiciona suas fichas na união do ex-governador com Ângela e vê se pega uma carona na indicação do vice. Aí será preciso que o ex-governador esqueça a quantidade de facas que Flamarion lhe enfiou nas costas em 2002. Ele pode até esquecer, mas será que o eleitor vai?

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Finalmente o PT está colhendo o que plantou.

Dá para preocupar mesmo.
O PT continua colhendo o que plantou na economia. E vendo sair uma notícia ruim atrás da outra. Esta semana já começa com uma pá delas. A cúpula do partido e do Governo devem estar ansiando para que a Copa comece logo, para ver se o futebol canibaliza de vez os fatos políticos, ocupa significativa parte do noticiário e atrai quase toda a atenção do público que lê jornais. E forma opinião, diga-se de passagem.

A aposta no crédito como única forma de manter em crescimento a atividade econômica finalmente mostrou o quanto era equivocada. O próprio Lula, como veremos mais à frente em comentário de Ricardo Noblat, está entrando em desespero, atirando pra todo lado pra ver se ressuscita seu filho dileto e, com isso, o frenesi de consumo a prazo longo e juro baixo é retomado e faz de conta que a vida das pessoas está melhorando.  

A primeira das notícias deve ser a que mais preocupa o governo. Mais uma vez, a queda de Dilma em pesquisa faz crescer o índice da bolsa de valores de São Paulo, termômetro dos humores do mercado. Isso deve significar um bocado de coisas. A mais importante delas é que, assim como os consumidores, os investidores perderam completamente a confiança neste governo. E só veem saída para o país numa mudança. Qualquer governo parece ser melhor do que o que está aí.

Enquanto isso, em São Paulo, o PT segue sua vocação de escorpião e, junto com o PSTU, paralisa a cidade e joga o paulistano no meio do caos. E Padilha segue com 3% das intenções de voto. 


Segue um condensado de notícias mais ilustrativas da fase. Leiam. E julguem. 

(Para ler os links e a integra das matérias, clique+Ctrl)

Ibovespa dispara 3% após pesquisa do Datafolha

Petrobras e Eletrobras são os motores da alta
O principal índice da Bovespa disparou 3% no início desta sexta-feira, com investidores reagindo à pesquisa Datafolha que mostrou queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff e piora na avaliação do governo. 
O mercado também avalia o relatório de emprego de maio dos Estados Unidos, que mostrou que empregadores mantiveram um ritmo sólido de contratações, criando 217.000 vagas fora do setor agrícola no mês passado.
Às 10h18, o Ibovespa subia 3,03%, a 53.120 pontos, enquanto o papel preferencial da Petrobras disparava mais de 6%, o da Eletrobras subia mais de 4% e a ação do Banco do Brasil, mais de 5%.
Eleições - Uma nova pesquisa eleitoral do instituto Datafolha sobre a eleição presidencial confirma a tendência de queda da presidente Dilma Rousseff em sua tentativa de reeleição. Segundo o levantamento divulgado nesta sexta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo, Dilmacaiu três pontos em relação à última pesquisa do instituto – a petista oscilou de 37% para 34%. Mas seus adversários na disputa ao Palácio do Planalto não subiram na preferência do eleitor. Aécio Neves (PSDB) tinha 20% e agora soma 19%, enquanto Eduardo Campos (PSB) aparece com 7%, ante 11% na pesquisa anterior.
(com agência Reuters)

PAINEL DA FOLHA
Planalto teme que inflação agrave queda de Dilma nas pesquisas
 
Segura o dragão Cresce no Planalto o temor de que um novo repique da inflação agrave a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas. Sondagens feitas pelo PT mostram que a rejeição ao governo sobe sensivelmente quando os eleitores são confrontados com cenários de alta de preços. Segundo auxiliares da presidente, a preocupação deve levá-la a sepultar de vez a possibilidade de um novo reajuste no preço da gasolina —pelo menos até 26 de outubro, data do segundo turno das eleições.

Do Blog do Noblat


O legado de Dilma

A modéstia, convenhamos, nunca foi o ponto forte de Lula. Mas em relação a Dilma, sua invenção para presidir o país, ele guardava um certo recato. De público, cuidava para não reforçar a impressão de que a tutelava.
Na semana passada, em Porto Alegre, Lula mandou às favas todos os escrúpulos e fez o impensável – criticou a política econômica do governo. E na frente de um dos seus responsáveis.
Pobre Arno Augustin, Secretário do Tesouro. Ouviu poucas e boas diante de um auditório inclinado a concordar com tudo o que Lula dissesse.
Por uma questão de estilo e temperamento, Lula e Dilma são famosos por tratarem com grosseria seus subordinados. Mas isso sempre ocorre em particular. E, no caso de Lula, quando ele reconhece que foi cruel, costuma pedir desculpas sem pedi-las diretamente.
Pois foi constrangedor. Depois de, na véspera, reunido com empresários, ter chamado a atenção do governo para o risco de perder o controle da inflação, Lula valeu-se do seu próprio exemplo para ensinar a Arno – e, por tabela, a Dilma – como esquentar a economia.

Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Defendeu a expansão do crédito, um meio de aumentar o consumo. E lamentou: “Se depender do pensamento de Arno você não faz nada”.
Voltou à carga: “Uma medida que tomamos foi aumentar a oferta de crédito. O Arno nem sempre gosta disso”, alfinetou. Arno sorriu meio sem graça.
“Eu acho, Arno, que um dia você vai ter que me explicar porque, se a gente não tem inflação de demanda, por que a gente está barrando o crédito? O crédito precisa chegar”, cobrou Lula. “Com crédito todo mundo vai à luta”. Depende.
No meio do segundo mandato de Lula, a receita soprada por Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda da ditadura de 64, funcionou de fato.
O governo tinha dinheiro para ampliar o crédito via bancos oficiais. A taxa de juros havia baixado, tornando os empréstimos mais atraentes. Disparava a boa avaliação do governo. E a indústria tinha capacidade ociosa e podia aumentar a produção para atender o consumo.
Hoje é tudo o contrário. Agravado pelo fato de que o pessimismo do brasileiro está em alta - e a culpa não é da oposição, como sugere Dilma.
A culpa é de um governo medíocre, centralizado em excesso na figura da presidente, e que realizou pouco.
A herança maldita que deixará é a frustração dos que acreditaram na palavra de Lula de que Dilma como gestora era superior a ele. Isso se chama estelionato eleitoral.
O troco está vindo a galope.
Desmancha-se a confiança no governo e nas suas políticas. Pela primeira vez desde 2007, a maior parte dos eleitores (36%) acha que a situação econômica só tende a piorar, segundo a mais recente pesquisa de opinião do instituto Datafolha. Para 64% a inflação vai crescer – eram 58% há um mês. O desemprego, também, acreditam 48% - eram 42% há um mês.
João Santana, marqueteiro das campanhas de Lula e de Dilma em 2006 e 2010, terá pela frente três tarefas de grande porte: reverter a expectativa negativa dos brasileiros quanto à economia; tornar positiva a avaliação do governo, e convencer a maioria dos que pedem um presidente diferente do atual que a continuidade com Dilma é melhor. Ou de que a mudança pode ser feita com ela.
O ano começou com Dilma como favorita para se reeleger no primeiro turno. Depois, as pesquisas indicaram que ela disputaria o segundo turno ainda na condição de favorita.
Agora, o favoritismo de Dilma está ameaçado. Chamem Lula... Para tentar salvá-la – e ao PT.

Economistas reduzem estimativa de crescimento do PIB a 1,44%
Previsão anterior era de 1,50%. Para 2015, o mercado também espera um ritmo menor de expansão
 
Para 2015, a estimativa de expansão do PIB foi revisada de 1,85% para 1,80% (Marcelo Almeida/EXAME)
 
Economistas de instituições financeiras reduziram as estimativas para o crescimento da economia brasileira neste ano, conforme mostrou o relatório semanal Focus, do Banco Central. A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 passou de 1,50% na semana anterior para 1,44%. Para 2015, a expansão foi revisada de 1,85% para 1,80%. 
 
Em relação à inflação, os economistas consultados mantiveram a projeção de 6,47% em 2014, mas ajustaram a perspectiva para o próximo ano a 6,03%, ante 6,01%. A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), desacelerou para 0,46% em maio e acumula alta de 6,37% em doze meses, bem próxima ao teto da meta oficial, de 6,5%. A informação foi divulgada na sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
Com relação à Selic, taxa básica de juros, os economistas mantiveram a perspectiva de que ela encerrará o ano a 11% - mesmo patamar de hoje. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa após um ano de elevações, acreditando que a inflação vai arrefecer. Para 2015, a estimativa é que a Selic finalize em 12%.
 

Abilio Diniz pede que governo pare de atrapalhar empresas

Em meio às comemorações de 70 anos da Sadia, o presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, disse que o governo tem que parar de atrapalhar as empresas.
 
"Só esperamos que o governo não atrapalhe. O que precisamos é de regras claras e sem mudanças no meio do jogo", falou sobre o ambiente de negócios no país.
 
Outros membros do conselho da BRF, empresa resultante da fusão entre Sadia e Perdigão, aproveitaram a fala de Diniz para criticar a medida provisória 627, convertida na lei 12.973.
 
A Sadia terminou recentemente a construção de uma nova fábrica nos Emirados Árabes, que consumiu investimentos de US$ 150 milhões. A BRF teme que mudanças na forma de tributação afetem o resultado da empresa.
 
"Essa MP está ameaçando os investimentos que fizemos no Oriente Médio", afirmou Luiz Fernando Furlan, membro do conselho da BRF.
 
 A MP altera a maneira como as companhias com produção no exterior são tributadas. Segundo o texto, toda empresa brasileira que produza fora do país precisa aferir o lucro por meio de uma subsidiária nacional, e ser tributada internamente.
 
Isso significa que o lucro externo será tributado pelas regras brasileiras, cujo Imposto de Renda pode chegar a 34% do lucro bruto.
 
"Sabemos que essa questão não está encerrada. O governo ainda está vendo se isso continuará dessa forma", disse Furlan.
 
CONCORRÊNCIA
 
Abílio Diniz ainda se irritou ao saber que o governo pode ajudar a JBS a comprar a empresa americana Hillshire.
 
Mais cedo, o novo ministro da Agricultura, Neri Geller, também presente na efeméride, disse à Folha que o governo brasileiro irá apoiar e ajudar as empresas brasileiras a se internacionalizarem.
 
"O Ministério irá apoiar qualquer agregação de valor às exportações. No que depender do Ministério, vamos ajudar", falou Geller.
 
De acordo com Diniz, a BRF não irá buscar apoio governamental nas empreitadas fora do país. "A BRF é muito forte, muito estruturada, e com pouca participação do governo. Sou contra qualquer ajuda do governo", afirmou.