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A saída é o concurso. Cada dia menos vagas. |
Hoje, no programa que
apresento da BAND RORAIMA, entrevistei um professor de cursinho especializado
em preparar pessoas para fazer concurso público. Fluente e informado, tivemos
uma agradável e esclarecedora conversa antes da entrevista. Ali se confirmaram
algumas coisas de que eu vinha desconfiando há tempos. A maior delas é que o
estado brasileiro, o setor público, cresce muito menos do que a população. E
como resultado disso, temos todos os anos na rua cada vez mais pessoas saindo
da faculdade do que vagas sendo abertas.
Só para se ter uma ideia,
este ano, atípico por conta das eleições, teremos concurso no Brasil para
preencher 3 mil vagas - no Brasil todo!. Em Roraima, contando os três níveis de poder, serão
cerca de 200, isso porque, segundo ele, a Prefeitura vem abrindo vários
concursos para reforçar seus quadros. Quer dizer, no ritmo que se anda, não
está longe o dia em que concursos públicos serão feitos para reposição de peças
que morrem ou se aposentam (e cada dia se aposentam mais tarde) ou para atender
ao crescimento vegetativo do serviço que, nunca é demais lembrar, será cada vez
menor, infinitamente menor do que o crescimento da população.
E aí, um grupo forte, com
capacidade de influir no cenário nacional e de atrair investimentos, se propõe
a governar o estado dentro de um projeto de modernização da máquina pública e
de estímulo total ao desenvolvimento via estímulo ao empreendedorismo e à iniciativa
privada, tirando-nos da dependência do setor público e o que se vê? Uma reação irracional,
fundada no ressentimento, levanta a bandeira do combate à oligarquia (como se
algum político nessa terra pudesse falar de oligarquia) e, morrendo de medo de perder a vaguinha na teta mais próxima, convida o povo a
trazer de volta o passado. O passado de patrimonialismo e paternalismo
assistencialista que deixou este Estado por anos e anos no mesmo lugar: dependendo
do setor publico e do comércio para viver, cevando os amigos nas tetas do poder
e, com isso, controlando a vida e a vontade de todos.
É isso que querem para seus
filhos e netos? Eu só me penalizo, não me preocupo. Porque não me atinge,, não tenho mais
filhos para criar aqui. Já os criei, aqui, durante um tempo em que tudo parecia que
ia mudar. Não mudou, já ali o medo da mudança, da modernidade e da competência falou mais alto.. E se depender desses eternos dependentes ressentidos, não
vai mudar nunca. Porque desse jeito tá bom demais.
Coitada
da Folha
A Prefeitura foi muito má
com a Folha de Boa Vista, tirou-lhe um dos principais meios de trabalho. Botou câmera
em tudo quanto é canto do Hospital da Criança. E agora, como é que o Jornal
Necessitado vai poder inventar histórias com base nas denúncias de pessoas que não
quiseram se identificar? Como é que vai ser daqui pra frente, se vai estar tudo
lá, gravado, para mostrar se o fato denunciado houve ou não houve? E as pessoas
que não querem se identificar, que agora vão ter que sair do anonimato, será
que vão continuar a receber seu estipêndio, mais conhecido como taxa de
constrangimento? Tadinha da Folha. Tadinhas das pessoas que não querem se
identificar.
Incompatíveis
Vamos combinar: se há no
mundo duas palavras mais incompatíveis e que jamais conseguem conviver em
harmonia numa mesma frase são desenvolvimento e PT. É ou não é? Nesses doze
anos de domínio do Partido, me apontem aí uma, só uma iniciativa, pensamento ou
obra que contribuísse para o desenvolvimento econômico do País. A agricultura
não pode crescer mais porque não há estradas para escoar a produção e os portos
estão com sua capacidade esgotada há muito tempo (Não em Cuba, lá nós construímos
um novinho e moderno com enorme capacidade de carga e descarga). Trem bala conversa. Trem de carga, conversa.
Incompatíveis
I
O Nordeste, reduto onde o PT
costuma buscar seu voto-gratidão, continua estagnado. A Ferrovia
transnordestina, parada. A transposição das águas do São Francisco, parada e a
seca castigando. As obras da refinaria, atrasadas, além de
superhipermegafaturadas. A produção de biodiesel a partir da mamona, deu com os
burros n’água e deixou muitos pequenos agricultores pendurados no pincel.
Enfim, tirando as pequenas mercearias que viraram pequenos mercadinhos e
movimentaram um pouco a combalida economia local do agreste e do sertão, nada
se criou, nada se poder vere que dê um sinal que vamos dar um pulinho pra
frente.
Incompatíveis
II
O Norte, ah o Norte. Aqui o
PT está fazendo seu campo de provas para atingir o seu objetivo final: fazer
todo mundo voltar ao estado natural, livres e felizes, correndo nus e folgazãos
pela floresta junto com nossos irmãos silvícolas, numa perfeita comunhão de
corpos e espíritos, vivendo de extrativismo e colheita de frutos que a terra,
mãe generosa, nos dá: castanha do Brasil, açaí, pupunha, manga, araçá... Tudo
saudável, tudo orgânico. Nem uma árvore cortada, nem um pasto criado, nem um
bezerro nascido, só plantação de mandioca em terra brocada e encoivarada... o
paraíso terrestre ao alcance de todos. Tudo isso, logicamente, supervisionado
pela FUNAI e pelo IBAMA. Parece delírio? Mas pense bem e veja: é o que estão fazendo
aos poucos.
Incompatíveis
III
Por isso a estranheza de ver
Ângela apresentar um programa de governo com – vejam só a criatividade dos
marketeiros – 13 passos para seguir em frente. Só 13? É pouco pro tanto que se
tem que caminhar, mesmo sem Flamarion Telmário e a turma braba do PT atrapalhando. E lá se fala em
desenvolvimento, vejam que desfaçatez. Só não dizem como esse desenvolvimento
vai ser alcançado. Sim, porque, se vocês não viram, eu vi: lá estava o André
Vasconcelos, ex-FUNAI e candidato a deputado, de olho em tudo, conferindo tudo
pra que ali nada houvesse que lembrasse empreendedorismo, iniciativa privada,
fomento à produção, atração de investidores e, palavrão dos palavrões, lucro.
Deusulivre!
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