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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Vaga até tem, mas cada vez menos. E não é a solução.

A saída é o concurso. Cada dia menos vagas.
Hoje, no programa que apresento da BAND RORAIMA, entrevistei um professor de cursinho especializado em preparar pessoas para fazer concurso público. Fluente e informado, tivemos uma agradável e esclarecedora conversa antes da entrevista. Ali se confirmaram algumas coisas de que eu vinha desconfiando há tempos. A maior delas é que o estado brasileiro, o setor público, cresce muito menos do que a população. E como resultado disso, temos todos os anos na rua cada vez mais pessoas saindo da faculdade do que vagas sendo abertas.
Só para se ter uma ideia, este ano, atípico por conta das eleições, teremos concurso no Brasil para preencher 3 mil vagas - no Brasil todo!. Em Roraima, contando os três níveis de poder, serão cerca de 200, isso porque, segundo ele, a Prefeitura vem abrindo vários concursos para reforçar seus quadros. Quer dizer, no ritmo que se anda, não está longe o dia em que concursos públicos serão feitos para reposição de peças que morrem ou se aposentam (e cada dia se aposentam mais tarde) ou para atender ao crescimento vegetativo do serviço que, nunca é demais lembrar, será cada vez menor, infinitamente menor do que o crescimento da população.

E aí, um grupo forte, com capacidade de influir no cenário nacional e de atrair investimentos, se propõe a governar o estado dentro de um projeto de modernização da máquina pública e de estímulo total ao desenvolvimento via estímulo ao empreendedorismo e à iniciativa privada, tirando-nos da dependência do setor público e o que se vê? Uma reação irracional, fundada no ressentimento, levanta a bandeira do combate à oligarquia (como se algum político nessa terra pudesse falar de oligarquia) e, morrendo de medo de perder a vaguinha na teta mais próxima, convida o povo a trazer de volta o passado. O passado de patrimonialismo e paternalismo assistencialista que deixou este Estado por anos e anos no mesmo lugar: dependendo do setor publico e do comércio para viver, cevando os amigos nas tetas do poder e, com isso, controlando a vida e a vontade de todos.


É isso que querem para seus filhos e netos? Eu só me penalizo, não me preocupo. Porque não me atinge,, não tenho mais filhos para criar aqui. Já os criei, aqui, durante um tempo em que tudo parecia que ia mudar. Não mudou, já ali o medo da mudança, da modernidade e da competência falou mais alto.. E se depender desses eternos dependentes ressentidos, não vai mudar nunca. Porque desse jeito tá bom demais.


Coitada da Folha

A Prefeitura foi muito má com a Folha de Boa Vista, tirou-lhe um dos principais meios de trabalho. Botou câmera em tudo quanto é canto do Hospital da Criança. E agora, como é que o Jornal Necessitado vai poder inventar histórias com base nas denúncias de pessoas que não quiseram se identificar? Como é que vai ser daqui pra frente, se vai estar tudo lá, gravado, para mostrar se o fato denunciado houve ou não houve? E as pessoas que não querem se identificar, que agora vão ter que sair do anonimato, será que vão continuar a receber seu estipêndio, mais conhecido como taxa de constrangimento? Tadinha da Folha. Tadinhas das pessoas que não querem se identificar.

Incompatíveis

Vamos combinar: se há no mundo duas palavras mais incompatíveis e que jamais conseguem conviver em harmonia numa mesma frase são desenvolvimento e PT. É ou não é? Nesses doze anos de domínio do Partido, me apontem aí uma, só uma iniciativa, pensamento ou obra que contribuísse para o desenvolvimento econômico do País. A agricultura não pode crescer mais porque não há estradas para escoar a produção e os portos estão com sua capacidade esgotada há muito tempo (Não em Cuba, lá nós construímos um novinho e moderno com enorme capacidade de carga e descarga). Trem bala conversa. Trem de carga, conversa.

Incompatíveis I

O Nordeste, reduto onde o PT costuma buscar seu voto-gratidão, continua estagnado. A Ferrovia transnordestina, parada. A transposição das águas do São Francisco, parada e a seca castigando. As obras da refinaria, atrasadas, além de superhipermegafaturadas. A produção de biodiesel a partir da mamona, deu com os burros n’água e deixou muitos pequenos agricultores pendurados no pincel. Enfim, tirando as pequenas mercearias que viraram pequenos mercadinhos e movimentaram um pouco a combalida economia local do agreste e do sertão, nada se criou, nada se poder vere que dê um sinal que vamos dar um pulinho pra frente.

Incompatíveis II

O Norte, ah o Norte. Aqui o PT está fazendo seu campo de provas para atingir o seu objetivo final: fazer todo mundo voltar ao estado natural, livres e felizes, correndo nus e folgazãos pela floresta junto com nossos irmãos silvícolas, numa perfeita comunhão de corpos e espíritos, vivendo de extrativismo e colheita de frutos que a terra, mãe generosa, nos dá: castanha do Brasil, açaí, pupunha, manga, araçá... Tudo saudável, tudo orgânico. Nem uma árvore cortada, nem um pasto criado, nem um bezerro nascido, só plantação de mandioca em terra brocada e encoivarada... o paraíso terrestre ao alcance de todos. Tudo isso, logicamente, supervisionado pela FUNAI e pelo IBAMA. Parece delírio? Mas pense bem e veja: é o que estão fazendo aos poucos.

Incompatíveis III

Por isso a estranheza de ver Ângela apresentar um programa de governo com – vejam só a criatividade dos marketeiros – 13 passos para seguir em frente. Só 13? É pouco pro tanto que se tem que caminhar, mesmo sem Flamarion Telmário e a turma braba do PT atrapalhando. E lá se fala em desenvolvimento, vejam que desfaçatez. Só não dizem como esse desenvolvimento vai ser alcançado. Sim, porque, se vocês não viram, eu vi: lá estava o André Vasconcelos, ex-FUNAI e candidato a deputado, de olho em tudo, conferindo tudo pra que ali nada houvesse que lembrasse empreendedorismo, iniciativa privada, fomento à produção, atração de investidores e, palavrão dos palavrões, lucro. Deusulivre!

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