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No Rio Grande do Norte... |
Entra eleição, sai
eleição e a cantiga é sempre a mesma: a oposição vai centrar o discurso em
saúde, educação e segurança, apontando o que está errado e mostrar como vão
resolver o problema. É infalível. Até porque as pesquisas continuam revelando
que esses são os problemas que mais preocupam os eleitores.
Educação não tem muito
apelo, a não ser uma ou outra escola a céu aberto. E é questão que produz
efeitos no longo prazo e não muito visíveis. Segurança e saúde, não. Ambas têm
um lado dramático a se explorar. Principalmente a saúde, onde qualquer opositor
se farta expondo corredores cheios de doentes, macas pelo chão, falta de
médicos e equipamentos, depoimentos dramáticos e, se bobear, uma ou outra morte
por falta de atendimento ou excesso de lotação.
As soluções apontadas também não variam. E o que
se vê é um desfilar de promessas de mais recursos para a saúde, da construção
de mais unidades, de reequipamento e modernização, da contratação de mais
profissionais da área, da implantação de um ambicioso plano de cargos e
salários. E por aí vai. Entra eleição, sai eleição, tudo continua na mesma.
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É preciso reconhecer que, a não ser
que se mude radicalmente os paradigmas de sua administração, a saúde é e vai continuara sendo o maior
problema do gestor público. E não é por falta de recursos, má vontade do
governante, corrupção ou o que seja que opositores elejam para explicar o
problema e prometer resolvê-lo. É porque a burocracia estatal não permite uma
gestão eficaz. Ponto.
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...ou em Portugal, o problema é o mesmo: excesso de burocracia. |
Qualquer unidade de saúde que seja
gerida pelo setor público vai ter problemas, sempre. Porque não há decisão
local. Porque o seu diretor tem menos autonomia do que um burocrata do
Ministério ou da Secretaria, seja Estadual ou Municipal. É ele, esse burocrata,
que toma as decisões que percorrerem um longo e tortuoso caminho até
chegar onde o problema está: no paciente. O estado de São Paulo, ao passar a
gestão de suas unidades de saúde para organizações sem fins lucrativos,
consegue operar uma saúde pública a anos luz da dos demais estados brasileiros.
E por quê? Porque a decisão é local. E não tem um monte de funcionários
concursados e estáveis no meio do caminho. Se faltar um quimioterápico por
falta de planejamento, manda comprar logo, onde quer que seja mais rápido comprar, e depois pune
quem não planejou os níveis necessários de estoque. E, se o preço for superfaturado, demite sumariamente e processa o infeliz
que superfaturou. Simples assim. Onde a saúde é operada pelo organismo do
estado, ela é ruim. E continuará sendo. Porque o governo, qualquer governo, é
manietado pela burocracia estatal.
Sempre tive a impressão – na verdade
uma simplificação grosseira - de que, com o que os governos gastam com a burocracia para manter o enorme aparato necessário a prestar um péssimo serviço, dava para dar um bom plano de saúde para cada
brasileiro que não tenha condições de pagar por um. E botar a burocracia para
fiscalizar e punir com velocidade e rigor o não cumprimento das regras e atendimento estrito aos padrões que o
governo estabelecer. Se sair das mãos do Estado, a saúde funciona. Aqui e em
Timbuctu.
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