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sexta-feira, 18 de julho de 2014

É muito pior do que se pensa.

Última fronteira Agrícola. Se os fundamentalistas deixarem, claro.
Hoje, no programa que apresento na BAND RORAIMA, entrevistei uma liderança da entidade que congrega os madeireiros industriais e comerciais de Roraima. Conversamos antes, o tempo era curto. Estarrecedor. E Preocupante. Sempre pensei que a política ambiental está formulada de modo a impedir o desenvolvimento de qualquer atividade produtiva neste estado. Só não sabia o quanto estava certo. Agora sei. Roraima hoje só dispõe de 15% do seu território para ser usado na agropecuária. E o IBAMA tem feito o possível e o impossível para desestimular que se use produtivamente esse pequeno pedaço que sobra depois das áreas indígenas e parques e reservas e o que mais a mente desses fundamentalistas possa inventar.

O que é que houve? O DOF venceu. E tome multa.
Adiante. Para produzir, seja soja ou gado, é preciso desmatar, concordam comigo? Mesmo cumprindo a estúpida regra de desmatar apenas vinte por cento de sua terra, porque se passar disso leva uma multa destamanho pela caixa dos peitos, vamos que ele consiga desmatar só isso. Aí ele, junto com seus vizinhos, vende a madeira para uma madeireira beneficiar e vender. Pronto, pensou você, tudo ok. Ok nada. Aí a madeireira vai ter que tirar a madeira do picadão e, para isso, muitas vezes ela própria investe recursos próprios para por a estrada em condições de tráfego para caminhões pesados, terraplena, constrói ou conserta pontes etc. A madeireira deseja exportar a madeira para, digamos, o Espírito Santo, segundo soube nosso maior cliente. Submete-se a um longo e torturante processo para ser licenciado pelo IBAMA até, se tiver sorte, receber um tal de DORF - ou DORFE, não me lembro bem mas vou averiguar, porque esse assunto não vai ficar por aqui. Só que a madeira vai ter que cumprir um longo trajeto por estrada e balsa até chegar ao Pará. E aí, o prazo do tal DOF (esse é o nome do bicho, averiguei) venceu. E se todo mundo, por um desses milagres, escapou da multa na origem e no processo de retirada, ela lhe é aplicada no destino. Uma beleza.

É só quando o PT mostra serviço.
Resumo da ópera.  Hoje existem 45 madeireiras registradas em Roraima. Mas só 29 estão operando. E precariamente. Empregavam mais de duas mil e quinhentas pessoas. Hoje empregam oitocentas, se muito. Vários produtores com projetos ambiciosos, inclusive pessoas de fora que vieram para a última fronteira agrícola do Brasil, estão pensando em desistir e correr com a sela e já estão reduzindo seu número de empregados. E estou falando de projetos de 10 mil, 30 mil hectares. Estou falando de soja, estou falando de agro negócio que move a economia pra valer. Quando eu falei em última fronteira agrícola, o cara riu. Como última fronteira agrícola, se o que se encontra aqui é todo um aparato burocrático, ideologicamente aparelhado, fazendo de tudo para desestimular a produção? Como última fronteira agrícola se em vez de incentivo você tem multas escorchantes por qualquer passo em falso numa legislação irracional? Voltaremos ao assunto. Há muito mais para falar.


Sabem de nada. Inocentes!
Assim é a coisa. Depois vocês me perguntam como é que eu estranho aquele monte de empresários do agronegócio apoiando a candidatura de Ângela. Simples. Se o IBAMA já tem todo esse poder de impedir num governo que não é do PT, imagina num governo do PT? Será que empresários bem sucedidos não estão enxergando coisa tão rasa como essa? Será que as pessoa que raciocinam não estão vendo que Roraima já está de joelhos diante de IBAMA, INCRA E FUNAI? Ou será que o medo de serem tachados de inimigos da Igreja Universal das Árvores dos últimos Dias e defensores dos devastadores do meio ambiente os faz ter medo de raciocinar só um pouquinho? Qual seja a resposta, o resultado é que se não abrimos os olhos vamos pagar muito caro por essa omissão. Anotem aí o que estou dizendo.

Verde que te quero vermelho. Mas só pra disfarçar.

Preciso que alguém me explique uma coisa. A cor do PT sempre foi vermelha, desde o tempo em que Lula andava mal amanhado e não aparava a barba. É só ver o palanque de lançamento da candidatura de Ângela. Estava todo mundo de vermelho: Nagib Lima, o expulsador de arrozeiros, André Vasconcelos, da FUNAI de triste memória, Titonho Beserra, do INCRA... todo mundo, até Telmário estava de vermelho. Mas a Ângela estava de verde. E aí, depois, os banners dela no face são todos em tons de verde. E é aí que eu pergunto: será que ela está querendo esconder que é do PT, do mesmo jeito que esconde o marido? Se está, por que razão? Coisa de marqueteiro? Ou medo do pessoal pensar direitinho no quanto o PT tem sido um atraso na vida de Roraima? Mistérios...


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