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Última fronteira Agrícola. Se os fundamentalistas deixarem, claro. |
Hoje, no programa que
apresento na BAND RORAIMA, entrevistei uma liderança da entidade que congrega os
madeireiros industriais e comerciais de Roraima. Conversamos antes, o tempo era
curto. Estarrecedor. E Preocupante. Sempre pensei que a política ambiental está
formulada de modo a impedir o desenvolvimento de qualquer atividade produtiva neste
estado. Só não sabia o quanto estava certo. Agora sei. Roraima hoje só dispõe
de 15% do seu território para ser usado na agropecuária. E o IBAMA tem feito o
possível e o impossível para desestimular que se use produtivamente esse
pequeno pedaço que sobra depois das áreas indígenas e parques e reservas e o
que mais a mente desses fundamentalistas possa inventar.
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O que é que houve? O DOF venceu. E tome multa. |
Adiante. Para produzir, seja
soja ou gado, é preciso desmatar, concordam comigo? Mesmo cumprindo a estúpida
regra de desmatar apenas vinte por cento de sua terra, porque se passar disso
leva uma multa destamanho pela caixa dos peitos, vamos que ele consiga desmatar
só isso. Aí ele, junto com seus vizinhos, vende a madeira para uma madeireira
beneficiar e vender. Pronto, pensou você, tudo ok. Ok nada. Aí a madeireira vai
ter que tirar a madeira do picadão e, para isso, muitas vezes ela própria investe
recursos próprios para por a estrada em condições de tráfego para caminhões
pesados, terraplena, constrói ou conserta pontes etc. A madeireira deseja
exportar a madeira para, digamos, o Espírito Santo, segundo soube nosso maior
cliente. Submete-se a um longo e torturante processo para ser licenciado pelo
IBAMA até, se tiver sorte, receber um tal de DORF - ou DORFE, não me lembro bem
mas vou averiguar, porque esse assunto não vai ficar por aqui. Só que a madeira
vai ter que cumprir um longo trajeto por estrada e balsa até chegar ao Pará. E
aí, o prazo do tal DOF (esse é o nome do bicho, averiguei) venceu. E se todo mundo, por um desses
milagres, escapou da multa na origem e no processo de retirada, ela lhe é
aplicada no destino. Uma beleza.
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É só quando o PT mostra serviço. |
Resumo da ópera. Hoje existem 45 madeireiras registradas em Roraima.
Mas só 29 estão operando. E precariamente. Empregavam mais de duas mil e
quinhentas pessoas. Hoje empregam oitocentas, se muito. Vários produtores com
projetos ambiciosos, inclusive pessoas de fora que vieram para a última
fronteira agrícola do Brasil, estão pensando em desistir e correr com a sela e
já estão reduzindo seu número de empregados. E estou falando de projetos de 10
mil, 30 mil hectares. Estou falando de soja, estou falando de agro negócio que
move a economia pra valer. Quando eu falei em última fronteira agrícola, o cara
riu. Como última fronteira agrícola, se o que se encontra aqui é todo um
aparato burocrático, ideologicamente aparelhado, fazendo de tudo para desestimular
a produção? Como última fronteira agrícola se em vez de incentivo você tem
multas escorchantes por qualquer passo em falso numa legislação irracional? Voltaremos ao assunto. Há muito mais para falar.
Verde que te quero vermelho. Mas só pra disfarçar.
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Sabem de nada. Inocentes! |
Assim é a coisa. Depois
vocês me perguntam como é que eu estranho aquele monte de empresários do
agronegócio apoiando a candidatura de Ângela. Simples. Se o IBAMA já tem todo
esse poder de impedir num governo que não é do PT, imagina num governo do PT? Será
que empresários bem sucedidos não estão enxergando coisa tão rasa como essa? Será
que as pessoa que raciocinam não estão vendo que Roraima já está de joelhos
diante de IBAMA, INCRA E FUNAI? Ou será que o medo de serem tachados de
inimigos da Igreja Universal das Árvores dos últimos Dias e defensores dos devastadores
do meio ambiente os faz ter medo de raciocinar só um pouquinho? Qual seja a
resposta, o resultado é que se não abrimos os olhos vamos pagar muito caro por
essa omissão. Anotem aí o que estou dizendo.
Verde que te quero vermelho. Mas só pra disfarçar.
Preciso que alguém me explique uma coisa. A cor do PT
sempre foi vermelha, desde o tempo em que Lula andava mal amanhado e não
aparava a barba. É só ver o palanque de lançamento da candidatura de Ângela.
Estava todo mundo de vermelho: Nagib Lima, o expulsador de arrozeiros, André
Vasconcelos, da FUNAI de triste memória, Titonho Beserra, do INCRA... todo
mundo, até Telmário estava de vermelho. Mas a Ângela estava de verde. E aí,
depois, os banners dela no face são todos em tons de verde. E é aí que eu
pergunto: será que ela está querendo esconder que é do PT, do mesmo jeito que
esconde o marido? Se está, por que razão? Coisa de marqueteiro? Ou medo do
pessoal pensar direitinho no quanto o PT tem sido um atraso na vida de Roraima?
Mistérios...
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