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quinta-feira, 10 de julho de 2014

Tá dominado, tá tudo dominado.

Na falta de argumentos, propostas capazes de sensibilizar o eleitor e mesmo de fragilidades que possam atingir o candidato governista, as oposições (nunca as separei) tentam transformar seu ressentimento em arma de campanha. Primeiro tentaram pelo lado da oligarquia, como se fosse possível aos Campos, Mota, Cruz e Portela, só para ficar nesses, falar em oligarquia sem jogar pedra em seu próprio telhado de vidro. Só para não perder o gosto pela frase de efeito, digo: quem puder falar impunemente de oligarquia que atire a primeira certidão de nascimento. Ou casamento, conforme.

Oligarcas que rapidamente se reconheceram, e como o povo-popular não faz a menor ideia do que seja isso, resolveram agora atacar pelo lado da dominação. Romero Jucá e seu grupo político querem dominar Roraima, gritam os patrimonialistas de sempre, aqueles mesmos que viveram, vivem e querem continuar vivendo pendurados às já não tão fartas tetas do estado. Aí eu pergunto: dominar o quê, cara-pálida? Nesses últimos doze anos, Roraima já foi sendo devidamente dominada pelos mais raivosos radicais da esquerda do PT. Se não, vejamos.

O mapa da dominação. E eles querem mais, muito mais.

O leitor tem condições de, numa emergência, pegar seu carro e ir às pressas para Manaus depois das dezoito horas resolver uma questão de vida ou morte? Não? E por que não? Porque a Funai não deixa. E a FUNAI é dirigida por quem? Pelo PT.
O Prefeito de Pacaraima conseguiu verba para construir a Praça da Micaraima e outras obras do gosto da população. Mas teve que devolver a verba sem fazer as obras. Por quê? Porque a FUNAI, que é dirigida pelo PT, não deixou. E vocês ainda vêm me falar em dominação?
Direito de ir e vir? Tá dominado.
Alguém pode cortar uns tantos arbustos de uma capoeira perdida naquele lavradão imenso para fazer uma cerca que contenha seu gado? Não? E por que não? Porque o IBAMA não deixa e se você fizer sem pedir autorização leva uma multa de entortar sua conta bancária.  E o IBAMA é dirigido por quem? Pelo PT, veja que coisa.
Depois desses exemplos claros, ainda dá para falar em dominação? Dominação do que já está dominado? Então vamos mais fundo. Vamos ao mais grave dessa dominação que, ela sim, paralisa nosso estado e maltrata nosso povo.
Direito de dispor de sua terra? Tá dominado.

Além de ser uma fronteira agrícola com condições privilegiadas para competir em vantagem com as demais regiões produtoras do país, Roraima é a maior província mineral do Brasil, com capacidade de sobra para abalar o mercado mundial. E Não estou falando de ouro e diamantes, isso você pode botar pra vender às toneladas que o mercado desses bens conspícuos tem mecanismos de regulação muito eficazes. Estou falando de cassiterita, que aqui aflora. Estou falando de nióbio. Estou falando de tungstênio, de prata. Enfim, estou falando de minerais que entram no processo industrial, cujo preço afeta a produção de um sem número de bens de capital e de consumo. E que por isso tem enorme valor intrínseco e estratégico.

E onde está essa quantidade imensa de metais preciosos capaz de transformar Roraima num dos estados mais ricos do Brasil? Está debaixo das áreas indígenas. Intocáveis. Congelados. Inúteis para nós e para o nosso Estado. Úteis apenas para interesses muito poderosos e, mesmo, para uma ou outra ONG ganhar uns trocados graúdos. Essa é que é a verdade. Ou você acha que demarcaram Raposa e Serra do Sol em área contínua por amor e devoção à cultura indígena? Se acha, parabéns, acabou de ganhar o troféu Cândido, de estanho, ou Poliana, de nióbio, pra ficarmos na mesma conversa.

Então senhores, vossas excelências e senhorias tem certeza de que querem falar em dominação de Roraima? Na verdade, nós precisamos é falar de libertação. Porque,  como ficou demonstrado, tá dominado, tá tudo dominado. 


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