![]() |
Enxergando longe. E lembrando muito bem. |
Quando criança, cortava o
cabelo com um barbeiro muito engraçado, cheio de ditos e frases de espírito
sobre tudo. Certa vez apareceu alguém querendo trocar com ele alguma coisa ,não
me lembro se um rádio ou outra coisa qualquer, por uma bicicleta, algo assim. Conversavam
ambos na porta da barbearia, que dava para uma rua descalça de subúrbio.
Discute pra lá, discute pra cá, negaceia, desdenha, aquelas coisas típicas de
uma boa negociação. Lá pras tantas seu Vadeco pegou uma talisca que estava
afinando com o canivete, riscou o chão com ela e disse: “troco até num risco no
chão, só depende da volta. Porque a volta é que faz o anzol”.
Nunca me esqueci dessa
expressão e vez em quando a uso. Como agora. Depois de ler a coluna de Edersen
de hoje nunca a vi tão aplicável. Sigamos aqui pelos tortuosos caminhos do meu
pensamento. Mal secou a tinta do deferimento das impugnações de Neudo pelo TRE,
mal se esgotou o prazo para que o candidato recorra e os barbudinhos e
desgrenhadinhas do PT já se assanham todos, jurando amor eterno ao
ex-governador, transformando-se em seus paladinos defensores , perdoando suas
dívidas assim como esperam que ele perdoe seus devedores.
Então tá. Vamos combinar que
Neudo e seus fervorosos militantes - é bom não esquecer deles, importantíssimos
na equação - não tem memória, esqueceram tudo o que Flamarion e Ângela lhe
fizeram na eleição de 2002. Vamos combinar que ele vai perder essa grande,
enorme oportunidade de dar o troco que lhe cai no colo de grátis. Vamos
combinar que é um suicida político e vai pular justamente no barco que um dia o
expulsou, que agora já está fazendo água e é useiro e vezeiro em jogar carga ao
mar para se salvar. Já o jogou uma vez. A primeira é sempre mais difícil.
Depois, vira costume.
Melhor combinar que ele é
humano e, como tal, não vai perder essa grande oportunidade de dar o troco e
sair ganhando. Porque sabe, como todo político, que a volta é que faz o anzol.
E que Ângela e Flamarion têm a lhe oferecer pouco mais que um risco no chão,
sem volta. Quase nada para quem tem o capital político que ele acumulou. Agora,
que lhe vai fazer um bem danado ao ego ver esse pessoal se arrastando a seus
pés, mendigando apoio e ofertando o que não pode entregar, lá isso vai. Até
porque, ele sabe muito bem que em política nada é pessoal. Mas pense no trabalho
que dá explicar uma aliança no mínimo bizarra como essa aos seus militantes, todos com memória de elefante.
Fofocas
empresariais.
Em nossa ingenuidade,
chegamos a pensar que as pessoas que não querem se identificar tinham
abandonado o - auto intitulado - jornal a Folha de Boa Vista, onde serviam aos interesses
políticos e à inveja do proprietário, desqualificando qualquer iniciativa bem
sucedida e caluniando qualquer administrador público que mostrasse alguma
capacidade gerencial ou votos, coisas que o nosso professor sabidamente não
tem.
Abandonaram nada: foram
promovidas, viraram empresários. E saem de seus cuidados para, pelo telefone e
sem se identificar, logicamente, fazer fofoquinhas sobre amuos e raivinhas absolutamente
fora de propósito por conta de alguma coisa dita por aqueles cheios de votos em
uma solenidade qualquer ou numa conversa. Tá lá, pra quem quiser ver: as
poderosas antenas parabólicas movidas a válvula, antes uma coluna meramente
falaciosa, transformou-se numa coluna de fofocas.
Nesta quarta feira pariu duas
notinhas em que, na falta de qualquer argumento para desmerecer o imenso trabalho
necessário para conseguir o rebaixamento para médio do risco de aftosa, exala
ressentimento em forma de queixumes e tenta jogar os pecuaristas, justamente os
mais beneficiados pela medida, contra aqueles que a tornaram possível. Só
esqueceram que o riso agora é médio, igual ao do Amazonas. Acabou a quarentena.
E não há fofoca que mude isso. Até
porque empresário avalia o benefício da
medida. Não o que alguém disse ao anuncia-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Só serão aceitos comentários identificados por nome e email do comentarista.