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Um político-economista. Preocupa-se, mas assume posição. |
O senador Romero Jucá tomou uma decisão que pode ser
considerada uma das mais importantes de sua vida pública. Depois de criticar a
política econômica do governo Dilma Roussef, declarou apoio à candidatura de
Aécio Neves à Presidência por nele enxergar “o que tenha um pouco mais
de condição de mudar essa linha de pensamento que eu acho que não combina com o
Brasil". Importante porque expressa o sentimento e posição assumida por um
político de reconhecida expressão nacional - e um político experiente tem que entender e expressar o sentimento da sociedade. Mais significativa e emblemática por
ser ele antes de tudo um economista. Tanto que, com certeza não por acaso, escolheu
anuncia-la em palestra que proferiu no Conselho Regional dos Economistas de
Roraima.
Qualquer economista com um mínimo de bom senso, que tenha
lido pelo menos as orelhas do livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, ou consultado o verbete na Wikipédia há de
concordar que a política econômica do governo do PT há muito tempo vem fazendo água
e nos empurrando para um caminho perigoso. Mas o problema é que esse pessoal da
esquerda-caviar não lê nada, é desde cedo doutrinado por meio de apostilas no mínimo simplistas, toscas. E acredita em almoço grátis.
Os sinais são claros. Não vê quem não quer ou está obnubilado
por ideologias jurássicas. O modelo de crescimento baseado no consumo via
crédito fácil e prestações a longuíssimo prazo, esgotou-se. Aliás, já nasceu
fadado ao fracasso. Porque é certo que botou uma massa imensa de consumidores
no mercado. Mas em contrapartida não conteve os exorbitantes e crescentes gastos públicos com custeio, não deu segurança jurídica aos investidores
nem investiu em infraestrutura para diminuir o custo Brasil e aumentar a produtividade.
A oferta não acompanhou a demanda. E a inflação voltou e ameaça acelerar.
Enquanto isso, alheia a tudo, Dilma conta vantagem, mostrando na TV um país cheio de obras que ou estão atrasadíssimas ou inacabadas. E louvando o fato de ter tirando não sei quantos milhões de pessoas da pobreza, formado uma nova classe média etcétera e tal. Só que considerar quem ganha 2 salários mínimos como pertencente à classe média é no mínimo um estelionato estatístico: não dá para subir de piso? que se rebaixe o piso e se conte vantagem. E tome prestação.
57 milhões de pessoas com o nome sujo na praça.
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Dez vezes sem juros no cartão? Esquece. |
Ninguém quer trabalhar. É só perguntar nos nossos novos shoppings.
Mas como, e Dilma não diz que o governo manteve o nível de
emprego mesmo durante as crises internacionais? Manteve nada. O que ninguém
sabe, porque ninguém diz, é que o índice de desemprego é apurado entre aquelas
pessoas que estão procurando emprego. E só para se ter uma pequena ideia, os
shoppings que se estão instalando em Roraima tem enorme dificuldade de
contratar empregados. Pra quê trabalhar, se se tem o bolsa-qualquer-coisa à
disposição e se pode tranquilamente viver na flauta?
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E por por vai a parte da atividade produtiva que ainda cresce. |
A gente tá escutando. Mas fala de um jeito que a gente entenda e se identifique!
Alguém tem que desconstruir esse discurso. E são coisas assim,
diretas e simples, que o povo precisa ouvir para saber o buraco em que estamos
e entender que seu futuro próximo e remoto estão a perigo. Não generalidades e
platitudes bem intencionadas sobre a economia para quem já está convencido. Só Aécio
tem condição, estampa e passado de gestor para isso, se perder a mania que o
PSDB tem de pensar que se você não entendeu o que eles dizem a culpa é sua e lhe explicar tudo de novo do mesmo jeito. Eduardo também tinha.
Mas a Santa da Igreja das Árvores dos Últimos Dias, não. O agronegócio que se
cuide: se Aécio não partir para polarizar co Dilma e revelar a mistificação no nível de compreensão do povo, Marina vai ocupar esse espaço, messianicamente, mas vai. E aí, das duas uma: ou vamos mergulhar mais fundo no buraco com esse modelo econômico falido ou vamos todos viver de extrativismo. Quem sobreviver verá.
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