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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Já que se voltou a falar no assunto...

A senadora Ângela agora ataca pela televisão com uma pantomima meio chinfrin em que, na falta de qualquer outro argumento, ataca uma tal de oligarquia, como se ela própria não fizesse parte das mais danosas: a dos Portela (ela e Flamarion), que não conseguiu governar porque teve o mandato cassado; e a do PT que todo mundo sabe o mal que nos causa. São as que, por incompetência ou cegueira ideológica, impedem Roraima de crescer; que odeiam a iniciativa individual, o lucro, as pessoas bem sucedidas; que estão com seus grandes líderes na cadeia, condenados por corrupção; a que está deixando voltar com força a inflação; que está fazendo o país crescer a índices ridículos... a lista é longa. Em homenagem ao filminho amador que a candidata exibe na TV, republico post aqui publicado no dia 30 de julho. Continua valendo, esse pessoal não aprende nunca.

Oligarquia em debate num box do Mercado de São Francisco


Cedo na manhã, num box do Mercado de São Francisco, proprietária do pequeno negócio atende a um senhor, cliente antigo. Conversavam.

- Sabe quem passou por aqui? O Chico.
- Qual Chico, o Rodrigues?
- Ele mesmo. Sempre tomou café aqui no Mercado. E continua tomando depois que virou governador. Passou apressado, daquele jeito dele, me deu um abraço e foi embora zunindo. Simpático que só. Gosto demais do jeito dele.
- É o Chico é gente simples. Pena que se juntou com essa oligarquia do Jucá.
- Oliga...o quê?
- Oligarquia. É quando uma família toma conta do poder político.
- Oi, e o Chico é parente do Jucá?
- Não. O candidato a vice do Chico é que é filho do Jucá. E é aí que a coisa vira uma oligarquia: Jucá Senador, o filho Vice-governador, Teresa Prefeita de Boa Vista...
- Mas a Teresa não tá separada do Jucá?
- Tá. Mas trabalham juntos, afinados, ele arranjando o dinheiro, mexendo os pauzinhos em Brasília e ela fazendo as coisas, mandando em Boa Vista. Oligarquia da mais pura. A gente tem que tomar cuidado.
- Ah...sei. Me diz uma coisa: Otomar e Marluce era oligarquia?
- É... mas...
- Peraí. Neudo e Sueli e os parentes todos que passaram oito anos mandando, era oligarquia?
- Pode-se dizer que sim, eram sim.
- E esse menino Flamarion, mais aquela mulher dele meio sem ânimo, coitada, a Ângela, que foram governo, saíram pela porta dos fundos e agora se juntaram com Telmário e a mulher dele...como é o nome dela, meu Deus... Suzete... isso tudo é uma oligarquia das grandonas, né não?
- De certa forma, é isso mesmo.
- E Getúlio mais os irmãos e a parentaiada toda?
- Oligarquia.
- Ah...bom. Todo esse tempo e as oligarquias mandando na vida da gente e a gente sem nem saber. Se você não me conta agora eu nunca que ia saber de uma coisa dessas. Veja só como é a vida.
- Pois é. Agora o Jucá quer fazer a dele. E com o poder que tem...
- Vou lhe dizer uma coisa. Tirando talvez o Otomar mais a Marluce, essas oligarquias aí que você falou, que vem mandando em Roraima desde que eu me entendo de gente, não me serviram de nada, não fizeram nada pelo estado, não bateram um prego numa barra de sabão, como se diz, tá entendendo?
- Mas o Jucá...
- Deixa eu terminar. A Oligarquia do Jucá mais Teresa, que você diz que continuam trabalhando juntos, toda vez que pegaram Boa Vista pra tomar de conta foi uma beleza, a cidade ficava outra coisa, limpa, cheia de jardim... Aí voltava essas outras oligarquias e desgraçavam tudo. Não viu o jeito que deixaram a cidade quando Getúlio mandava lá mais do que o diabo?
- Também não é assim...
- Ou você não lembra ou não quer lembrar. Teresa pegou essa cidade arrasada no começo de 2013, foi ou não foi? E em pouco tempo a cidade já está com outra cara, é trabalho pra todo lado, é limpeza, é praça, é rua asfaltada... até escola com ar condicionado, te mete!
- Mas você tem que pensar no futuro, na dominação da oligarquia do Jucá.
- Olha aqui, rapaz, vou te dizer uma coisa: se a oligarquia que você diz que o Jucá quer botar no Governo fizer pelo estado a metade, tá entendendo, a metade do que a Teresa fez nas vezes que tomou de conta de Boa Vista, já tá ótimo. Precisa muito, não, a metade, tá escutando, basta fazer a metade que já vai ser uma beleza. Oligarquia desse tipo, meu amigo, eu quero até o caroço! Ei, peraí, esquecesse a farinha. Faz mal não, vou guardar aqui que depois ele volta.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

É preciso escolarizar a educação. Ou: todo poder à escola.

Federalizar a educação básica? Mas nem a pau.


Há poucos dias assisti a uma entrevista do Senador Cristovam Buarque ao jornalista Alexandre Garcia, na TV. Ele tem-se notabilizado pela defesa da educação. Inclusive baseou nisso toda a sua plataforma de uma campanha para presidente. Como não poderia deixar de ser, a educação era o assunto principal. Tenho verdadeira fixação no assunto, fiquei ali ouvindo as platitudes do Senador. Fui beber uma água a cozinha e...tóim! De repente, escuto o homem dizer que era preciso federalizar a educação. Corri de volta para ver se tinha escutado bem. Pior que tinha. O homem acha que a solução para a educação é tornar as escolas da educação básica entes da União, dizendo ele que assim seria dada prioridade e destinados mais recursos.  Pedi meus sais, tomei água com açúcar, peguei um preventivo isordil e, por via das dúvidas, decidir ligar pro meu cardiologista, atitude acautelatória extrema em se tratando de um coronariopata. Vá saber.

A educaçao acontece aqui. A decisão tem que estar aqui.
Acautelado, fui até o fim daquela sandice. Escapei ileso. Mas pensei cá comigo: além de conhecer a educação – ou pelo menos deitar falação sobre o assunto - o Senador Cristovam conhece a máquina burocrática e suas armadilhas. Já foi reitor, chefe de gabinete de Ministro, governador, será que ainda não descobriu que nada, absolutamente nada funciona quando submetido ã centralização e ao controle do governo Federal? Não entendeu que é para que funcionem mais ou menos que as Universidades são entes autônomos, mesmo submetidas a um catatau de regras burocráticas? Não se deu conta de que a escola é o elo mais fraco da enorme corrente de transmissão da educação, que começa no MEC e vai descendo degrau pós degrau até chegar na escola, que não tem autonomia nem para comprar um bastão de giz? Se funciona mal perto dos prefeitos, imagina como vai funcionar uma escola submetida ao poder avassalador dos burocratas de Brasília.


O que mata a escola é exatamente a falta de um mínimo de autonomia, independência, que só se instalam quando dispuserem de poder de decisão local e dinheiro para fazer essa decisão materializar-se. O resto é tentar racionalizar processos, o que geralmente resulta em um pouco mais de velocidade para chegar-se ao desastre. É preciso escolarizar a educação, porque é nela que o ensino encontra o aprendizado, é nela onde estão as pessoas que botam a mão na massa e transformam diamantes em brilhantes. Mas, nessa nossa burocracia desconfiada e centralizadora, ninguém quer abrir mão de um pouco de poder, de controle.

Numa escola com independência professores são criativos
Por isso, desde que soube da iniciativa, aplaudo Rodrigo Jucá que, quando Secretário Municipal de Educação, teve a coragem de abrir mão de poder em nome da eficiência para atingir o objetivo da escola: transmitir conhecimento e garantir que ele seja absorvido. E aplaudo também a Prefeita Teresa, que embarcou nessa aventura libertadora com o Secretário, abrindo ela própria mão de uma parcela de poder para lhe dar total apoio na implantação do programa Dinheiro Direto nas Escolas. É bom ver coisas assim acontecendo. E é melhor ainda ver que esse programa da Prefeitura está totalmente incorporado ao programa de governo de Chico Rodrigues. Aí dá para acreditar que a educação vai tomar o caminho certo, o caminho da eficiência. 

Escola que funciona = aluno feliz.. Ninguém gosta de não aprender.
Não dá para ficar falando generalidades sobre educação, não dá para limitar-se a prometer não sei quantas escolas em tempo integral. Construir é fácil, dinheiro sempre existe. Difícil é mantê-las funcionando continuamente e bem, a ponto de conseguirem apresentar níveis aceitáveis de evasão e repetência. Que o senador Cristovam nos desculpe, mas federalizar a educação básica é ideia de jerico. Temos mais é que escolarizar a educação básica.
Morrerei feliz no dia em que as escolas se transformarem em unidades orçamentárias autônomas e independentes. Esse o meu sonho. E é gratificante ver que ele está começando a realizar-se bem aqui, em Roraima.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Não é jogo para amadores bem intencionados. De boas intenções...

Exportação para criar uma classe média rural.
No programa eleitoral de Chico Rodrigues na TV - acho que no segundo -, um caminhão sendo carregado de banana para seguir em direção a Manaus, sob o entusiasmado depoimento do dono da propriedade, tornou ainda mais claro que o futuro de Roraima passa pelo desenvolvimento da agricultura e da pecuária. Simplesmente não há outro caminho.
Hoje, é charmoso e politicamente correto falar em desenvolver a agricultura familiar – todo candidato Brasil afora está falando disso como se fosse, sem trocadilho, a salvação da lavoura. É claro que é necessário e fundamental dar-lhe incentivo. Desde que se entenda que ela só se desenvolve quando existe um mercado interno capaz de absorver sua produção e multiplicar seus efeitos. Mercado interno que não temos, pelo menos não num processo de crescimento que arraste a agricultura familiar. Esgotou-se o crescimento acelerado do setor público. E cada dia menos consumidores entram no mercado.
Por isso, no nosso caso, só o agronegócio, com a produção em larga escala para exportação e para criar oportunidades á implantação da indústria de transformação, vai ser capaz de gerar efeitos positivos em cascata sobre a economia. Empresas fornecedoras de máquinas e implementos para a atividade, certamente, vão se instalar aqui. E trazer com elas novas necessidades, que vão ser supridas por pequenos, médios e grandes negócios de fornecimento de insumos e de manutenção.
Soja: no caminho do desenvolvimento.
Tudo isso vai gerar empregos e renda. Que vão gerar consumo, que vai gerar o fortalecimento do comércio, que vai gerar imensas oportunidades de novos negócios, movendo uma corrente de transmissão que faz crescer o mercado interno, cria condições de demanda para o desenvolvimento da agricultura familiar e distribui benefícios para todos.
Não dá para fugir desse destino. E é o conhecimento dos fatores envolvidos, a capacidade de tornar viável uma operação tão complexa e, sobretudo, o compromisso explícito com a criação de condições para o seu desenvolvimento que devemos procurar entre aqueles que nos querem governar. E tudo isso é exatamente o que Chico Rodrigues tem para oferecer. Tem formação profissional e é do ramo, conhece a operação em suas peculiaridades e complexidades, tem compromisso quase visceral com a terra e faz parte de um grupo com força e influência nacional suficientes para atrair investidores, fomentar e gerar as condições de infraestrutura necessárias ao desenvolvimento pleno da atividade – o que inclui as negociações para o asfaltamento da estrada Letten-Georgetown, que se dão em águas e profundidade em que peixe pequeno não nada.

Não vejo mais ninguém que reúna esse conjunto de atributos positivos. A não ser que queiramos eternizar o velho assistencialismo que nos tem condenado ao longo do tempo a ser meros vassalos do governo.




sexta-feira, 22 de agosto de 2014

57 milhões de brasileiros no SERASA. E Dilma contando vantagem.

Um político-economista. Preocupa-se, mas assume posição.
O senador Romero Jucá tomou uma decisão que pode ser considerada uma das mais importantes de sua vida pública. Depois de criticar a política econômica do governo Dilma Roussef, declarou apoio à candidatura de Aécio Neves à Presidência por nele enxergar “o que tenha um pouco mais de condição de mudar essa linha de pensamento que eu acho que não combina com o Brasil". Importante porque expressa o sentimento e posição assumida por um político de reconhecida expressão nacional - e um político experiente tem que entender e expressar o sentimento da sociedade. Mais significativa e emblemática por ser ele antes de tudo um economista. Tanto que, com certeza não por acaso, escolheu anuncia-la em palestra que proferiu no Conselho Regional dos Economistas de Roraima.


Qualquer economista com um mínimo de bom senso, que tenha lido pelo menos as orelhas do livro A Riqueza das Nações, de Adam Smith, ou  consultado o verbete na Wikipédia há de concordar que a política econômica do governo do PT há muito tempo vem fazendo água e nos empurrando para um caminho perigoso. Mas o problema é que esse pessoal da esquerda-caviar não lê nada, é desde cedo doutrinado por meio de apostilas no mínimo simplistas, toscas. E acredita em almoço grátis.

Os sinais são claros. Não vê quem não quer ou está obnubilado por ideologias jurássicas. O modelo de crescimento baseado no consumo via crédito fácil e prestações a longuíssimo prazo, esgotou-se. Aliás, já nasceu fadado ao fracasso. Porque é certo que botou uma massa imensa de consumidores no mercado. Mas em contrapartida não conteve os exorbitantes e crescentes gastos públicos com custeio, não deu segurança jurídica aos investidores nem investiu em infraestrutura para diminuir o custo Brasil e aumentar a produtividade. A oferta não acompanhou a demanda. E a inflação voltou e ameaça acelerar.

Enquanto isso, alheia a tudo, Dilma conta vantagem, mostrando na TV um país cheio de obras que ou estão atrasadíssimas ou inacabadas. E louvando o fato de ter tirando não sei quantos milhões de pessoas da pobreza, formado uma nova classe média etcétera e tal. Só que considerar quem ganha 2 salários mínimos como pertencente à classe média é no mínimo um estelionato estatístico: não dá para subir de piso? que se rebaixe o piso e se conte vantagem. E tome prestação.

57 milhões de pessoas com o nome sujo na praça.

Dez vezes sem juros no cartão? Esquece.
A conta chegou agora. A dívida encostou na renda. E não há mais folga no orçamento para sair comprando tudo em até trocentas vezes ou em doze vezes no cartão sem juros. Porque a inflação está levando os juros para cima. E porque ninguém é louco de jogar dinheiro numa operação em que o risco de inadimplência cresce todo dia. Só para se ter uma pequena ideia, 57 milhões de brasileiros estão inscritos no SERASA. Você leu direito, um em cada quatro brasileiros está com o nome sujo na praça e, portanto, vê ruir seus sonhos de comprar imóvel, TV, geladeira ou carro novo. A venda de bens duráveis caiu e continua caindo. Como reflexo, a produção e a confiança industrial caem mês a mês. A Chevrolet em São Bernardo do Campo está suspendendo o contrato de trabalho de quase mil empregados. Diz ela que temporariamente. Digo eu, até que assuma um governo que restaure a confiança e crie empregos.

Ninguém quer trabalhar. É só perguntar nos nossos novos shoppings.

Mas como, e Dilma não diz que o governo manteve o nível de emprego mesmo durante as crises internacionais? Manteve nada. O que ninguém sabe, porque ninguém diz, é que o índice de desemprego é apurado entre aquelas pessoas que estão procurando emprego. E só para se ter uma pequena ideia, os shoppings que se estão instalando em Roraima tem enorme dificuldade de contratar empregados. Pra quê trabalhar, se se tem o bolsa-qualquer-coisa à disposição e se pode tranquilamente viver na flauta?

E por por vai a parte da atividade produtiva que ainda cresce.
Mas até o fim da campanha eleitoral vai ser assim: Dilma, com a ajuda de seu carregador de poste, vai nos mostrar um Brasil maravilhoso, de pessoas felizes porque viraram consumidores – embora endividados até o pescoço e com o nome sujo na praça, mas quem liga? E esconder as estradas em frangalhos, impedindo o crescimento do agronegócio, única atividade que não perde desempenho, a transposição do Rio São Francisco atrasada e com trechos enormes abandonados, um trem-bala que não saiu do papel e custou uma fortuna para ir pro papel, portos que não existem (existe um, em Cuba), creches e mais creches que prometeu em 2010 e não entregou um décimo, ferrovias inexistentes... um desastre. Há quem enxergue e tome posição Há quem prefira se enganar e ajudar a enganar os outros até a casa cair.

A gente tá escutando. Mas fala de um jeito que a gente entenda e se identifique!

Alguém tem que desconstruir esse discurso. E são coisas assim, diretas e simples, que o povo precisa ouvir para saber o buraco em que estamos e entender que seu futuro próximo e remoto estão a perigo. Não generalidades e platitudes bem intencionadas sobre a economia para quem já está convencido. Só Aécio tem condição, estampa e passado de gestor para isso, se perder a mania que o PSDB tem de pensar que se você não entendeu o que eles dizem a culpa é sua e lhe explicar tudo de novo do mesmo jeito. Eduardo também tinha. Mas a Santa da Igreja das Árvores dos Últimos Dias, não. O agronegócio que se cuide: se Aécio não partir para polarizar co Dilma e revelar a mistificação no nível de compreensão do povo, Marina vai ocupar esse espaço, messianicamente, mas vai. E aí, das duas uma: ou vamos mergulhar mais fundo no buraco com esse modelo econômico falido ou vamos todos viver de extrativismo. Quem sobreviver verá.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Poema requentado para uma ação previsível


Este é Telmário, o confiável. E torna atualíssimo, confirmando-o, um poeminha despretensioso que cometi neste blog no dia 30 de maio, quase três meses atrás.

Poema da fidelidade. Ou, o imprevisível previsível.

Lá vai Telmário
Numa missão
Dividir os votos
Da oposição.

Lá vai Telmário
Negociando
Marchar com Ângela
Até quando?

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Por que não entrevistaram a Senadora? Ela está tão preocupada!

Os serviços públicos e privados de saúde no Brasil são considerados regulares, ruins ou péssimos por 93% da população.

A TV Globo, sinceramente, dá cada vacilo que Deusulivre! No Jornal Nacional de ontem anunciou que nesta terça feira, no Jornal Hoje, exibiria os resultados de uma pesquisa  do Datafolha revelando que mais de 90% dos brasileiros reprovam os serviços de saúde que são prestados no Brasil, sejam federais, estaduais ou municipais, públicos ou privados. Concentraram a reportagem na demora enorme para o atendimento, marcação e realização de exames e, principalmente, cirurgias que poderiam salvar vidas. E mostraram entrevistas com várias pessoas relatando casos de esperas de até onze anos por uma cirurgia e outras mazelas que tais. Não apresentaram solução. Parece que ninguém a tem neste vasto país. A não ser o famoso mais recursos para a saúde.
Mas aí é que entra o vacilo: esqueceram de entrevistar a nossa Senadora, candidata do PT, que, coincidentemente, no jornal do sem votos de hoje, criticou os serviços de saúde de Roraima. Como sempre mostrou-se muito preocupada (ela e as torcidas do Flamengo, do Corinthians e do Santa Rita de Alagoas, time brioso que passou para as oitavas de final da Taça do Brasil, que dá mais ou menos 90% da população brasileira). E, como a Globo, contou casos, lamentou-se, criticou, enfim, aquilo que sempre faz. 
Também como sempre faz, esqueceu só de uma coisa: dizer o que fará para resolver o problema, apresentar uma proposta, uma solução, uma ideia, o que levou o Governo do Estado a, discretamente, dar-lhe uma chamada, aliás, estranhamente, publicada na mesma matéria, um fato quase inédito, em se tratado do jornal-que-todo-mundo-sabe-de-que-lado-está.
É bem capaz de, por conta disso, o governador Chico e o Senador Romero Jucá não a convidarem para a inauguração dos 120 leitos, sendo 40 de UTI, que, com recursos viabilizados pelo Senador, o Governo está implantado na reforma que faz no HGR e que estarão disponíveis em 18 meses. Aí, coitada, ela não vai poder fazer a outra coisa que melhor sabe: sair na foto. Preocupe-se também com isso não, Senadora, o pessoal não lhe ia fazer uma desfeita dessas.


Uma senadora muito preocupada encontra um jornal sem limites.

Pelo posicionamento que um certo jornal ‘necessário’ está adotando nessas eleições, está claro sua opção. Sua candidata é Ângela Portela. Todo santo dia é uma matéria com Ângela criticando o governo do estado. "Ângela critica isso", no dia seguinte, "Ângela critica aquilo", no outro dia é a mesma coisa, e assim seguem batendo na mesma tecla. Deveriam mudar o nome do jornal para "Ângela critica". Eu vejo que está claro o posicionamento do jornal. Optaram em ser adversários do atual governo. Eu defendo a democracia, o direito de cada um escolher o lado que quer defender, mas também parto do princípio que adversários devem ser tratados como adversários."
(Por Marcelo Ribeiro) 

Hoje, o jornalista Marcelo Ribeiro, em sua página no facebook, publicou o texto acima, que torna muito atual um post aqui publicado no dia 08 deste mês, dando-lhe, além disso um ingrediente a mais: a constatação de que, como sempre, a Folha não falha, faz a alegria de qualquer comentarista. Só discordo do nobre jornalista numa coisa: a Folha não é um jornal “necessário”, é um jornal necessitado, principalmente de um mínimo que seja de isenção e ética jornalista. Acima, em azul o post do Marcelo que assinaria.. Em seguida, o post, editado e revisto.















Oh, céus, oh dor, oh vida... 
Vejam esta foto ao lado. É a Senadora Ângela no exercício daquilo que aprendeu em seus oito anos de mandato no Congresso: preocupar-se. Em um mandato como deputada federal e outro como senadora, tudo que aprendeu foi preocupar-se e, não se pode negar, também a “parabenizar a sociedade por mais esta conquista”, para a qual geralmente não bateu um prego, não desatou um nó, não moveu uma palha. O Senador Romero Jucá correndo feito um louco da Câmara para o Senado para aprovar a PEC 111 e, na hora da promulgação, lá estava ela, saindo na foto e “parabenizando os ex-funcionários por mais essa importante conquista”. PEC dos defensores públicos? Lá está ela, toda serelepe, “parabenizando os defensores e a sociedade brasileira por mais essa conquista”. E saindo na foto, claro.

Quanto à preocupação, vocês haverão de convir, nunca se viu pessoa tão preocupada. E só (Levante aí a mão quem lembrar de uma proposta, uma ideia, um projeto que faça sentido apresentado pela Senadora) . Agora, então, no período eleitoral, está botando preocupação crítica pelo ladrão. (Aqui, cabe um esclarecimento: como a senadora está expelindo, em volume crescente, suas preocupações pelo, auto-intitulado, jornal do professor sem voto e especialista em dragagens, que fique bem claro que, quando falamos ladrão,  nos estamos referindo àquele cano que impede que a caixa d'água transborde. Longe de nós outra intenção).

É com esses índios que a senadora devia preocupar-se.
É certo que exagera um pouco – um jornal todinho à disposição enfeitiça qualquer político. E às vezes troca as bolas, preocupa-se com o que não devia e esquece o que devia. No caso dos índios, por exemplo. Pegou carona na performance do notório e internacional David Kopenawa e morreu de preocupação com mineração nas áreas indígenas que sequer está sendo cogitada, arrasta-se há anos no legislativo federal e, quando regulamentada, vai ter cada caso aprovado pelo Congresso, como diz a Constituição, que ela deveria conhecer. Não bastasse, preocupou-se com uma ameaça de morte que ninguém sabe ninguém viu. Até porque, quem impede a entrada e retira garimpeiro de área indígena não é David Kopenawa: é a Polícia Federal e a Funai. Matar o performático não serviria a ninguém.
Preocupou-se com o que não existe. E esqueceu o que existe e grita em nossas caras todo dia: centenas de índios perambulando pelas cidades, com fome. Com isso deveria preocupar-se. E mobilizar a FUNAI, do PT, e seja lá quem for que possa resolver um problema que foi criado pelo contato. Mas não: diante disso, cala.
Agora também está preocupada – que estresse, meu Deus! –  porque os municípios de Roraima (como de resto quase todos do Brasil) ainda depositam os resíduos em lixões. É simples: já que está tão preocupada, que tente aprovar umas emendas para conseguir grana para implantar e – atenção! – operar aterros sanitários, coisa cara pra burro. Aí sim, ia poder “parabenizar a sociedade por mais essa conquista”. Só que agora com todo direito de sair na foto, não é mesmo?

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A polícia está nas ruas. Os bandidos, não.

Quantidade, tenologia e mobilidade que dão segurança.
Todo mundo já percebeu a queda acentuada nas ocorrências policiais. É só assistir a um dos diversos programas de rádio ou TV dedicados ao assunto. Ou ler qualquer um dos nossos jornais. Desde que o programa Ronda no Bairro foi implantado, a violência deixou as primeiras páginas. Embora a Folha de Boa Vista continue buscando desesperadamente, o fato é que a maioria das manchetes é sobre resolução de crimes, prisões, apreensão de drogas e traficantes ou desbaratamento de quadrilhas, assuntos que, convenhamos, não vendem jornal.  
Outro dia, no facebook, um repórter policial estava temendo perder o emprego por falta de assunto. E Bruno Perez, que apresenta na Band Roraima o Programa Cena do Crime, falava no ar da necessidade que apresentadores como ele estão tendo de se reinventar, ser criativos, encontrar novos caminhos. Tirando os inevitáveis acidentes de carro e moto por absoluta imprudência, o o sangue e o pânico sumiram.
As pessoas não devem estar dando a importância devida a essa diminuição. Ao contrário da sensação de insegurança, que mexe com o inconsciente e desperta o medo, a sensação de segurança não é notada ou valorizada, como se fosse – e realmente é – algo natural. E hoje os boa-vistenses se sentem  seguros. O simples fato de, todo dia, em diferentes locais e horas, ver a polícia nas ruas lhe passa essa sensação. Porque sabe que os malfeitores também veem a mesma coisa. E se intimidam. Autopreservação é instinto natural de todo mundo.
Essa é a função do policiamento ostensivo, principalmente na quantidade de policiais, tecnologia utilizada e com a mobilidade que orienta o Programa Ronda no Bairro. Uma solução ao mesmo tempo simples e óbvia, como são todas as que dão certo. Quando se tem coragem de ignorar práticas consagradas pelo uso, geralmente se consegue resolver, com medidas simples e criativas, problemas que a burocracia faz questão de complicar.

Esse é o princípio básico de uma gestão eficiente e eficaz na prestação de serviços públicos essenciais. E isso foi justamente uma das principais reivindicações das multidões que foram às ruas em junho do ano passado. Pense nisso. 

Dilma sumiu! Ou: Nem os petistas querem o apoio da “presidenta”

Do blog de Rodrigo Constantino

A que ponto as coisas chegaram? Depois que Paulo Skaf fez de tudo para não se encontrar com a presidente Dilma e não associar sua candidatura a ela, foi a vez de os próprios candidatos do PT sumirem com Dilma em suas campanhas. Foi o caso de Fernando Pimentel em Minas Gerais, despertando a reação do presidente do PT, Rui Falcão, que disse não admitir a ocultação de Dilma nas campanhas:
O presidente do PT, Rui Falcão, reclamou ontem, em reunião da Executiva Nacional do partido, de um movimento “Pimentécio” velado em Minas: dobradinha entre o candidato petista a governador, Fernando Pimentel, e o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. Ex-governador por dois mandatos, o tucano lidera a corrida presidencial no estado com 41% das intenções de voto, de acordo com pesquisa Ibope realizada entre 26 e 28 de julho. Dilma aparece com 31%.
Segundo participantes da reunião, Falcão, que é coordenador geral da campanha presidencial, afirmou ter cobrado Pimentel pela ausência de Dilma no material de campanha distribuído pelo candidato. Ainda de acordo com o presidente do PT, o mineiro negou estar escondendo a presidente e disse que houve um erro na gráfica. Dilma também não é citada no jingle de Pimentel.
O presidente do PT chegou a afirmar: “Estamos vigilantes com nossos candidatos. Não vai ter candidato nosso dissociado da presidente. O partido não vai aceitar isso”. Quando o partido precisa impor a associação de seus candidatos à imagem da presidente da República, do próprio partido, então é porque as coisas estão feias mesmo!
Em 2010, no auge da euforia com o Brasil, produto de estímulos insustentáveis, todos queriam tirar uma casquinha do então presidente Lula. Tê-lo na foto era essencial, e vários candidatos fizeram inclusive montagens usando um estúdio, para dar a impressão de que estavam de fato ao lado do “padre Cícero” da atualidade.
Parece que isso ficou no passado. Hoje, cada vez mais gente, mesmo de dentro do PT, se dá conta de que ter como puxador de votos um governo com rejeição de quase 40% não é das melhores coisas para a campanha. Dilma sumiu! Não vai às ruas, e desapareceu até dos cartazes de seus velhos amigos, companheiros dos tempos de guerrilha. Que trágico fim, não?

Um breve comentário. Pois é. Aqui em Roraima, a candidata do PT finge que faz caminhada pró Dilma, mas só se veste de verde e faz sumir de seu material de campanha o vermelho do PT. Mas não consegue se desligar dos vermelhos do PT que, quem quiser que se engane, darão as rédeas em um cada vez mais improvável governo seu. Até porque todo mundo já sabe que, na remota eventualidade de uma vitória sua, quem assume o senado por Roraima é Nagib Lima, de triste memória na brutal retirada dos arrozeiros.E ninguém quer saber desse homem nos representando. Já basta a que ele submeteu o comércio de Roraima com sua completa inação no caso da greve da SUFRAMA. (Por Marcelo Coutelo) 

Com 55%, Alckmin é líder isolado em disputa inalterada
(RICARDO MENDONÇA)

O início das atividades de rua das campanhas eleitorais não produziu impacto relevante na disputa pelo governo do Estado de São Paulo. 
Pesquisa Datafolha finalizada na quarta-feira (13) mostra que o tucano Geraldo Alckmin seria reeleito no primeiro turno com 55% dos votos, numa situação quase idêntica à da pesquisa anterior. Desde julho, ele oscilou um ponto para cima.
A vantagem de Alckmin em intenções de voto é bastante folgada. Ele tem mais que o dobro da soma de todos os seus adversários juntos. 
Em segundo lugar na disputa aparece o presidente licenciado da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf (PMDB), com os mesmos 16% do levantamento anterior.
Enquanto o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT) oscilou de 4% para 5%, a soma das intenções de voto nos candidatos de partidos menores variou de 4% para 3%.  
A margem de erro do levantamento é de dois pontos. Considerando isso, portanto, a situação de todos os concorrentes pode ser considerada inalterada em relação a julho.
O levantamento traz um indício de consolidação da posição de Alckmin: a melhoria de seu desempenho na pesquisa espontânea (quando o eleitor responde em quem pretende votar sem ver os nomes dos concorrentes). Ele passou de 15% para 20%. 
No único cenário de segundo turno testado, Alckmin também lidera com folga. Vence Skaf por 63% a 26%.
A pesquisa apurou ainda as taxas de rejeição dos concorrentes. Padilha tem 28%. Skaf e Alckmin estão tecnicamente empatados nisso: 20% e 19%, respectivamente.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A volta é que faz o anzol. Ou, nada como uma metáfora atrás da outra.

Enxergando longe. E lembrando muito bem.
Quando criança, cortava o cabelo com um barbeiro muito engraçado, cheio de ditos e frases de espírito sobre tudo. Certa vez apareceu alguém querendo trocar com ele alguma coisa ,não me lembro se um rádio ou outra coisa qualquer, por uma bicicleta, algo assim. Conversavam ambos na porta da barbearia, que dava para uma rua descalça de subúrbio. Discute pra lá, discute pra cá, negaceia, desdenha, aquelas coisas típicas de uma boa negociação. Lá pras tantas seu Vadeco pegou uma talisca que estava afinando com o canivete, riscou o chão com ela e disse: “troco até num risco no chão, só depende da volta. Porque a volta é que faz o anzol”.
Nunca me esqueci dessa expressão e vez em quando a uso. Como agora. Depois de ler a coluna de Edersen de hoje nunca a vi tão aplicável. Sigamos aqui pelos tortuosos caminhos do meu pensamento. Mal secou a tinta do deferimento das impugnações de Neudo pelo TRE, mal se esgotou o prazo para que o candidato recorra e os barbudinhos e desgrenhadinhas do PT já se assanham todos, jurando amor eterno ao ex-governador, transformando-se em seus paladinos defensores , perdoando suas dívidas assim como esperam que ele perdoe seus devedores.
Então tá. Vamos combinar que Neudo e seus fervorosos militantes - é bom não esquecer deles, importantíssimos na equação - não tem memória, esqueceram tudo o que Flamarion e Ângela lhe fizeram na eleição de 2002. Vamos combinar que ele vai perder essa grande, enorme oportunidade de dar o troco que lhe cai no colo de grátis. Vamos combinar que é um suicida político e vai pular justamente no barco que um dia o expulsou, que agora já está fazendo água e é useiro e vezeiro em jogar carga ao mar para se salvar. Já o jogou uma vez. A primeira é sempre mais difícil. Depois, vira costume.

Melhor combinar que ele é humano e, como tal, não vai perder essa grande oportunidade de dar o troco e sair ganhando. Porque sabe, como todo político, que a volta é que faz o anzol. E que Ângela e Flamarion têm a lhe oferecer pouco mais que um risco no chão, sem volta. Quase nada para quem tem o capital político que ele acumulou. Agora, que lhe vai fazer um bem danado ao ego ver esse pessoal se arrastando a seus pés, mendigando apoio e ofertando o que não pode entregar, lá isso vai. Até porque, ele sabe muito bem que em política nada é pessoal. Mas pense no trabalho que dá explicar uma aliança no mínimo bizarra como essa aos seus militantes, todos com memória de elefante.

Fofocas empresariais.

Em nossa ingenuidade, chegamos a pensar que as pessoas que não querem se identificar tinham abandonado o - auto intitulado - jornal a Folha de Boa Vista, onde serviam aos interesses políticos e à inveja do proprietário, desqualificando qualquer iniciativa bem sucedida e caluniando qualquer administrador público que mostrasse alguma capacidade gerencial ou votos, coisas que o nosso professor sabidamente não tem.
Abandonaram nada: foram promovidas, viraram empresários. E saem de seus cuidados para, pelo telefone e sem se identificar, logicamente, fazer fofoquinhas sobre amuos e raivinhas absolutamente fora de propósito por conta de alguma coisa dita por aqueles cheios de votos em uma solenidade qualquer ou numa conversa. Tá lá, pra quem quiser ver: as poderosas antenas parabólicas movidas a válvula, antes uma coluna meramente falaciosa, transformou-se numa coluna de fofocas. 
Nesta quarta feira pariu duas notinhas em que, na falta de qualquer argumento para desmerecer o imenso trabalho necessário para conseguir o rebaixamento para médio do risco de aftosa, exala ressentimento em forma de queixumes e tenta jogar os pecuaristas, justamente os mais beneficiados pela medida, contra aqueles que a tornaram possível. Só esqueceram que o riso agora é médio, igual ao do Amazonas. Acabou a quarentena. E não há fofoca que mude isso.  Até porque empresário avalia o  benefício da medida. Não o que alguém disse ao anuncia-la.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Na hora de decidir, pense. Na sua vida, no seu futuro, nos seus decendentes, na sua terra.

Ela, preocupada, procurou a Folha..
O post abaixo foi publicado no dia oito de agosto. Diante da irracionalidade que tomou conta da eleição e que ameaça comandar a decisão sobre o candidato a ser votado, merece atualizado e relido. Ou lido por quem ainda não o leu. Lembrem-se de que, para entrar num processo de desenvolvimento, Roraima vai precisar de muito mais força política, muito mais recursos do que os que hoje lhe são destinados pelas transferências federais obrigatórias e arrecadação própria. Lembrem-se de que a candidatura de Chico, a candidatura ficha-limpa, tem o apoio incondicional e entusiasmado do senador Romero Jucá, de quem todos conhecem a influência política e a capacidade de captar recursos. Do outro lado, a candidatura de Suely, a candidatura ficha-suja no estilo gato-escondido-com-o-rabo-de-fora, conta com a irrelevância política da Senadora do PT. E com a incógnita que será o comportamento de Telmário Mota, que que embarca (por enquanto) no barco do PT e abraça a candidatura de Dilma, mesmo com os grandes líderes do seu partido, como o senador Pedro Taques, formando do lado de Aécio. E que, convenhamos, vai demorar um bocado até aprender os caminhos e atalhos até os recursos. Isso se não se satisfizer com aguardar as sextas feiras de plenário vazio para a prática de seu esporte predileto: atribuir todos os males do mundo ao Senador Romero Jucá, sem megafone mas vociferando feito um javali enfurecido. Leiam aí, pensem e decidam.
Ele procurou o BNDES. E resolveu.
Diante da necessidade de ampliação do HGR para atender à crescente demanda, dois senadores por Roraima, duas atitudes. A senadora Ângela procurou a Folha de Boa Vista para, como sempre, revelar sua preocupação E só. É de se esperar que, na mesma situação, Telmário lance mão de seu megafone (agora na Tribuna do Senado) para botar em Jucá a culpa desse problema, da falta de chuva, da praga da acerola, da mosca da carambola e de qualquer outra coisa que lhe ocorra no momento.  Diante do mesmo problema, o senador Romero Jucá já tomou as devidas providências: procurou o BNDES - órgão, diga-se, dirigido pelo PT - e conseguiu recursos para resolver o problema, com a implantação de mais cento e vinte leitos, sendo quarenta de UTI. Tudo fica pronto em dezoito meses. Precisa dizer mais alguma coisa? Precisa outro argumento? 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Vamos falar de índios. Dos pobres e dos ricos. E de quem os usa.

Desses ninguém cuida, Já serviram aos seus objetivos.
Senadora Ângela. Aqui fala Marcelo Coutelo. A senhora me conhece. Mas talvez não saiba que, entre tantas outras coisas, fui Superintendente-Geral da FUNAI por mais de dois anos, de 1986 a 1988, no tempo em que existia uma real e séria política indígena neste país, no tempo em que existia uma política de segurança nacional que jamais teria permitido, em área contínua e de fronteira, as absurdas demarcações de Raposa e Serra do Sol e do território maior que o da Suíça em que vivem os ianomâmis que para lá foram levados. Um território que, estranhamente, a cada estudo ia crescendo e crescendo até coincidir com a área mapeada pelo projeto Radambrasil (*) e finalmente ser homologado do tamanho que interessava. Interessante isso, não? Pode ficar tranquila, eu vi os mapas que se foram sucedendo. Não os conservei, mas não estou inventando nada.

Midiático e inimputável: fala o que quer. A esquerda adora.
E é nessa condição de ex-Superintendente Geral, baseado em tudo o que vivi e aprendi naquele tempo, que venho tratar do assunto que hoje parece lhe interessar tanto: índios e seu bem estar. Vamos falar primeiro desses índios na foto aí de cima, ianomâmis que vagam ao léu na cidade atrás de comida, sem proteção sem valia, sem nada. Ianomâmis que durante anos foram levados de um lado para o outro por “missionários” que, para ocupar a maior província mineral do Brasil e mantê-la intocada, criaram nesses índios hábitos e necessidades de consumo que eles, quando quietos em sua terra, não tinham. Mas agora têm. E onde estão seus protetores agora? Gordos e luzidios, famosos e midiáticos, estão pelo mundo, fazendo discursos para alimentar o sectarismo de gigolôs de índios, mal intencionados ou inocentes úteis. 

O que mais dói é que esses discursos, em vez de chamarem a atenção para a necessidade de se dar uma solução definitiva que permita a esses índios, por si próprios, atender suas novas necessidades de consumo e vida, preocupam-se com uma possível e remota mineração em área indígena. E se fazem de vítimas. E apontam o dedo e acusam sem provas. É fácil, ele, David Kopenawa, é índio, é inimputável e é queridinho da mídia, pode tudo. E a senhora vai junto. E acusa também. Afinal de contas, é eleição, vale tudo, não é mesmo?

Aqui começa uma aterra de homens independentes...
Mas, senadora, para falar com mais propriedade de mineração em área indígena melhor dar uma chegada logo ali, na área Waimiri-atroari (mas vá cedo se não a corrente não lhe deixa entrar). Vá e leve um desses barbudinhos da FUNAI. Mas é melhor não levar o pessoal do CIMI: os índios lá não apreciam muito a conversa deles, depois eu conto por que. Lá procure duas lideranças, Mário e David, que no meu tempo deviam ter perto dos vinte e cinco anos mas já negociavam como leões com potências do quilate da Paranapanema. Veja por si só índios altivos, que não dependem de ninguém. Índios que começaram a ficar ricos só com os royalties que lhes paga a mina do Pitinga para usar uma estrada que passa pelas suas terras. E aí começaram a criar gado, construir suas casas de alvenaria, comprar ambulância, não depender de saúde pública pra nada... índios que hoje recebem royalties da Eletronorte (E mais receberão pela passagem do linhão de Tucuruí, neles ninguém passa a perna) e a cada dia ficam mais ricos e mais independentes. E essa independência senadora Ângela, não interessa a David Kopenawa. Nem a Cláudia Andujar. Nem a nenhum antropólogo ou gigolô de índios dos muitos que pululam e vivem à volta deles. Do sucesso dos Waimiri-atroari, ninguém fala. Melhor falar de ameaças de morte e de tentativas de invasão. A Imprensa “livre” adora.

...que há tempos negociam como leões. Aqui, um exemplo.
Raciocine, Senadora, a senhor é esclarecida, conhece a legislação brasileira sobre subsolo. Ninguém está tentando tirar o direito dos índios a minerar em suas terras, como a senhora, inadvertidamente e para atender ao discurso político de seus mentores do PT, acusa. A senhora sabe que o subsolo é da União, e mesmo proprietários de terras só podem nelas minerar se a União autorizar. Agora, o que eu gostaria de saber é como esses índios vão minerar suas terras, uma operação gigantesca e de risco, se não tem recursos nem para comprar comida. A senhora pode me responder isso? Enquanto pensa numa resposta satisfatória, lembre-se de puxar as orelhas do pessoal da FUNAI do PT para dar um jeito na situação dos ianomâmis que volta e meia vagam pelas ruas de Boa Vista, Mucajaí Caracaraí.... É preocupante.

Ah, sim, antes que me esqueça, a mineradora que a senhora acusa de estar de olho nas áreas indígenas só tem um projeto de lavra: exploração de brita. Fora de qualquer área indígena. Prosaico, não?
  
(*)O Projeto Radambrasil, que operou entre 1970 e 1985, foi dedicado à cobertura de diversas regiões do território brasileiro (em especial a Amazônia) por imagens aéreas de radar, captadas por avião. O uso do radar permitiu colher imagens da superfície, sob a densa cobertura de nuvens e florestas. Com base na interpretação dessas imagens, foi realizado um amplo estudo integrado do meio físico e biótico das regiões abrangidas pelo projeto, que inclui textos analíticos e mapas temáticos sobre geologia, geomorfologia,pedologia, vegetação, uso potencial da terra e capacidade de uso dos recursos naturais renováveis, que até hoje é utilizado como referência nas propostas de zoneamento ecológico da Amazônia brasileira. (fonte: Wikipédia)