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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E por falar em onze...(para ir recitando até a urna)

Quando a memória fala, melhor prestar atenção
Afraninho de Sumé


I
Se a memória não me engana
E eu acho que me lembro
A vinte e seis de novembro
De tanto desviar grana
Agindo em baixo dos panos
Vai completar onze anos
Que o Neudo entrou em cana
II
Foi muito grande a chicana
Da história dos gafanhotos
Bichinhos muito marotos
Que gostam de comer grana
Que inventavam salário
Pra devastar o erário
E o Neudo entrou em cana
III
Pra família e pros "bacana"
Camarão a dar com o pau
Do mais fino bacalhau
Para o povo, só banana
E a rua dos desenganos
Está fazendo onze anos
Que o neudo entrou em cana

IV
Era a casa de mãe Joana
Cada um pegando o seu
Porém, a merda fedeu
Alguém tava com a goitana
E delatou a mutreta
A coisa então ficou preta
E o Neudo entrou em cana
V
Depois de grande campana
Da Polícia Federal
Daqui e da capital
Pegaram o safardana
Com muito alarde e agito
Na tal da praga do Egito
E o Neudo entrou em cana
VI
Do bafo da Cruviana
O homem sentiu o peso
Algemado, ele foi preso
Justo naquela semana
Em que tinha novos planos
Está fazendo onze anos
Que o Neudo entrou em cana

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

No desespero, o gato mostra as unhas.

Estão aprendendo que rapadura é doce mas não é mole.
Depois de ver os programas eleitorais da candidata gato-por-lebre na TV neste segundo turno, fui procurar no dicionário o significado da palavra desespero. Tá lá: desesperança com irritação, angústia. Então tá explicado. Neudo nadou em rio sem piranha no primeiro turno inteiro. Ninguém (inclusive, penitencio-me, eu) acreditava que ele fosse candidato, como de fato terminou não sendo. Pensava-se que ia acumular capital eleitoral para negociar com um dos candidatos. Por isso, durante todo o primeiro turno, aproveitou-se do pouco tempo de que dispunha e fez um programa de TV angelical, pastoral, sem uma proposta, apenas vagas promessas de salvação de Roraima. Não bateu em Ângela. Não bateu em Chico. Pra não deixar de aproveitar a onda, aqui acolá, um cauteloso e quase tímido ataque a “tudo isso que está aí”, a forma mais antiga de ficar em cima do muro da história política daqui e d’alhures.

Talvez por conta disso tudo, nenhum dos candidatos tratou de desconstruir sua candidatura, desmitificar sua figura, lembrar seu passado negro e sua administração desastrada, por abaixo suas propostas vagas ou denunciar a falta delas. Chico permaneceu propositivo até o último programa. Ângela mirou em Chico para ver se recebia o troco, colhia a rejeição e crescia pela via da polarização. Não colou. O primeiro turno acabou quase em abraços fraternais. E Neudo surpreendeu com a transferência de votos para o seu poste.
Chico falou grosso. E o gato chamou Telmário.

Agora a coisa muda de figura. É segundo turno, é outra conversa. Para decidir, as pessoas comparam. E a comparação está sendo feita. Chico já deu um chega-pra-lá de bom tamanho no gato que se quer passar por lebre, um “me respeite, cabra!”, que até pelo inusitado do tom forte em pessoa tão cordata, deve ter agradado muito a um povo que historicamente admira demonstrações de macheza. E o seu programa já está revelando o passado negro que todo mundo conhece mas estava escondido pela propaganda enganosa.
Aí os neudistas se deram conta de que a comparação dos dois candidatos é desfavorável a Suely por qualquer ângulo que se queira fazê-la. Viram o tom firme de Chico, suas propostas infinitamente melhores, seu grupo forte e com influência política suficiente para viabilizá-las. Viram o povo ser lembrado do passado negro de Neudo e sua administração, que todo mundo conhece mas estava escondido pela propaganda festiva do primeiro turno.
E a desesperança instalou-se. Ficaram irritados, angustiados. E bateu a raiva. Raiva que se manifesta na repetição de  insinuações e acusações de todo tipo e o tempo todo. Perderam a noção do decoro. Pararam de cantar como cantavam antes. Chamaram Telmário para baixar de vez o nível. E agora só acusam, só mistificam, só atacam, só atiram a esmo. O programa deles ficou amargo. Desespero, o mais puro desespero.
Mas não adianta. O povo repudia o desespero. Prefere a substância, a firmeza de propósitos, a segurança. E já escolheu Chico. Espere só pra ver.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Algo para pensar.


Diante da irracionalidade que tomou conta da eleição e que ameaça comandar a decisão sobre o candidato a ser votado,  um texto publicado neste blog em 08 de agosto, merece atualizado e relido. Ou lido por quem ainda não o leu. Lembrem-se de que, para entrar num processo de desenvolvimento, Roraima vai precisar de muito mais força política, muito mais recursos do que os que hoje lhe são destinados pelas transferências federais obrigatórias e arrecadação própria. Lembrem-se de que a candidatura de Chico, a candidatura ficha-limpa, tem o apoio incondicional e entusiasmado do senador Romero Jucá, de quem todos conhecem a influência política e a capacidade de captar recursos. Do outro lado, a candidatura de Suely, a candidatura ficha-suja no estilo gato-escondido-com-o-rabo-de-fora, conta com a irrelevância política da Senadora do PT. E com a incógnita que será o comportamento de Telmário Mota, que embarca (por enquanto) no barco do PT e abraça a candidatura de Dilma, mesmo com os grandes líderes do seu partido, como o senador Pedro Taques, formando do lado de Aécio. E que, convenhamos, vai demorar um bocado até aprender os caminhos e atalhos até os recursos. Isso se não se satisfizer com aguardar as sextas feiras de plenário vazio para a prática de seu esporte predileto: atribuir todos os males do mundo ao Senador Romero Jucá, sem megafone mas vociferando feito um javali enfurecido. Leiam aí, pensem e decidam.
Ele procurou o BNDES. E resolveu.
Diante da necessidade de ampliação do HGR para atender à crescente demanda, dois senadores por Roraima, duas atitudes. A senadora Ângela procurou a Folha de Boa Vista para, como sempre, revelar sua preocupação E só. É de se esperar que, na mesma situação, Telmário lance mão de seu megafone (agora na Tribuna do Senado) para botar em Jucá a culpa desse problema, da falta de chuva, da praga da acerola, da mosca da carambola e de qualquer outra coisa que lhe ocorra no momento.  Diante do mesmo problema, o senador Romero Jucá já tomou as devidas providências: procurou o BNDES - órgão, diga-se, dirigido pelo PT - e conseguiu recursos para resolver o problema, com a implantação de mais cento e vinte leitos, sendo quarenta de UTI. Tudo fica pronto em dezoito meses. Precisa dizer mais alguma coisa? Precisa outro argumento? 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O efeito borboleta.

O efeito borboleta é uma simplificação da teoria do caos, cuja ideia central é que uma pequenina mudança no início de um evento qualquer pode trazer consequências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro. Por isso, tais eventos seriam praticamente imprevisíveis - caóticos, portanto. Assim, levando a ideia ao extremo, uma borboleta batendo as asas aqui poderia provocar um tufão na China.

A que vem isso? Domingo você vai votar. E ao votar, ao escolher seus candidatos, lembre-se do bater das asas de uma borboleta e da imprevisibilidade de seus efeitos. E aja com muita racionalidade. Não vote com o coração, com o estômago ou com o bolso: vote com a cabeça. Porque vai estar dando poderes a pessoas que irão gerar efeitos não só sobre os próximos quatro anos, mas sobre todo o futuro, seu e de sua descendência, muitos e muitos anos além.

O Brasil e Roraima vivem uma encruzilhada. Ou seguir o caminho da racionalidade e da eficiência como princípios básicos e o desenvolvimento como norte do processo de gestão do estado ou continuar andando pela trilha escura e tortuosa que bota o estado a serviço de um partido, uma ideologia ou dos amigos. Há que escolher o melhor caminho. E o melhor condutor para por ele nos conduzir.

O bolso enganosamente recheado diz: vote Dilma. O coração diz: vote Marina. Mas se queremos seguir o caminho certo devemos ouvir a cabeça. Que diz: vote Aécio, vote Chico. Aécio porque, depois de doze anos de incompetência e assistencialismo enganoso, o Brasil precisa queimar etapas e correr atrás do desenvolvimento e de um futuro que foi descurado em nome de um falso presente, da ilusória sensação de poder que o consumo trás. E Chico porque, depois de anos e anos de patrimonialismo e paternalismo, precisamos alguém que tenha coragem de arrostar velhas práticas e saiba como dirigir a operação desse enorme e lucrativo empreendimento agropecuário em que Roraima se pode transformar.

De qualquer jeito, a borboleta vai bater as asas no próximo domingo. Pode gerar uma brisa com a intensidade e a força suficientes para nos impulsionar velozmente no rumo do nosso destino. Ou pode não gerar nada e deixar tudo na pasmaceira e na dependência em que sempre esteve. Você decide.